Fui inventar de limpar meu email do yahoo. Tinha umas cento e poucas mensagens que eu nunca li, sou do tipo que recebe email e fica imaginando o que está escrito ao invés de abrir e ler, passa mal de nervoso com as coisas que imaginou estarem escritas e deixa as mensagens empilharem por meses a fio até um dia ter coragem de clicar no quadradinho e apertar delete. Esse meu problema é tão peculiar que eu até criei pastas para colocar esses emails que eu nunca vou ler. Tem a pasta especial dos ex relacionamentos e casos, tem a pasta da banda, tem um especial chamada Rodrigo Lazarento que eu fiz pra guardar as mensagens do ex baterista do TBO que decidiu sair da banda um mês antes da turnê americana, tem uma outra chamada Desirée Lazarenta que eu fiz pra guardar as mensagens surreais da gorda Desirée lá de Porto Alegre (tinha que ser) que me acusou de plágio de uma música coitada dela que eu nunca ouvi. E tinha uma pasta chamada Adri, que eu não fazia o cu da idéia do que se tratava. Depois de apagar o inbox inteiro respirei fundo e cliquei no Adri. Que dia eu inventei de criar uma pasta pra guardar os replies que eu devia achar mais polêmicos eu não sei. Mas tem umas coisas pitorescas que eu acho pertinente compartilhar pra mostrar o quanto eu sou chato...
---------------------------------------------------------
email a respeito do show do CSS no BlackBox
---------------------------------------------------------
Date: Mon, 9 Feb 2004 05:41:01 -0800 (PST)
From: "ADriano Cintra" Add to Address Book
Subject: so
To: "Ana Rezende" , "Clara CSS", "Iracema Trevisan", "Luiza LoveFoxxx", "Luiza Sá", "Maria Helena"
Entao, bichas. Eu azedei com aquele show horrivel de
sabado. Ok, as pessoas falaram que gostaram e tal, mas
a verdade eh que foi pessimo. O som estava um horror.
Achei fofo que vcs trouxeram um tapete, o pedal de
bumbo, ok, mas o problema nao era so a bateria. O som
da voz estava um cu, a gente tinha que ter microfonado
as coisas pq o lugar era muito grande, blablabla. O
miranda estava la e sabe qual foi o comentario dele?
"Engracada essa banda, a gente nunca sabe se o show ja
comecou". Sabe qdo ele vai chamar a gente pra tocar no
festival da trama virtual? Nunca.
A gente precisa deixar claro uma coisa: o que cada um
espera da banda? Parece que todos temos ideias
mirabolantes a respeito do futuro da banda. Entao
precisamos nos proteger deste tipo de incidente. A
gente tem que ser adulto o suficiente pra NAO fazer
presepada.
Entendo que vcs gostem de tocar, de fazer show, mas
nao da pra ficar queimando o filme por ai assim. Se
fosse no Hangar, no JukeJoint, menos mal, mesmo assim
ia dar margem pra gente chata falar que nao presta. E
uma coisa: sempre depois de um show todo mundo vai
falar que foi legal, por pior que tenha sido. Sempre.
Ainda mais no nosso caso, que as pessoas ja acham que
eh truque de antemao so por ter saido no Lucio e na
Erika. A gente tem que ir la e fazer um show como o
ensaio, muito bom, pra deixar nego sem graca. Agora,
ir la e fazer uma bosta dessa deixa as pessoas ate
felizes, tipo "eu sabia que era uma merda, so podia
ser, eu disse".
Entao ta, cansei de falar mal do show. So mais uma
coisa: eu nao faco mais show assim. ok? nao faco mais.
So vou tocar bateria qdo formos tocar no sesc, em
algum festival bom, tipo no Hangar. Tirando isso,
esquecam. Me desculem mas eu nao tenho mais saude nem
tempo nem saco pra fazer presepada. Vamos continuar
ensaiando toda semana, vamos ficar cada vez melhores,
mas pra tocarmos em lugar bom pra fazer bonito. Tipo
no lancamento do disco. Enquanto isso, vamos fazendo
playbacks, que eu acho muito mais impactante e muderno
e visionario que showzinho proletario. Eu sei que vcs
nao se sentem participando qdo fazemos playback, entao
vamos inventar alguma coisa pra todo mundo fazer qdo
fizermos playback. Sei la, coreografia, qq coisa.
Vamos pensar o playback como um show. Tipo o do
Kraftwerk, que tinha tipo uma cenografia incrivel e
eles ficavam atras de umas mesinhas jogando stop
enquanto o cd rolava. Sei la, fazer tipo uma sala de
estar, tipo a gente soltar o cd dali, por uns sofas,
uns pufes, tapete, luminaria. Um frigobar cheio de
champanhe, enquanto elas cantam a gente bebe
champanhe. Sei la. Acho boa essa ideia, ja queria ter
feito isso la no dEdge.
Eu nao estou bravo com vcs, no dia eu fiquei muito
puto, por isso sai fora sem nem falar tiau. Pra falar
a verdade eu ate pensei em sair da banda. Mas pensei
bastante e acho que temos que continuar pq somos
incriveis e nossa musica eh otima e somos todos legais
e amigos. Mas vamos pensar um jeito de fazer show sem
banda, porque banda requer muito equipamento e muita
punheta pra ficar bom. E o (CENSURADO O NOME DA PESSOA
QUE ALUGOU EQUIPAMENTO PARA ESSE SHOW) eu so quero ver
empalado e decapitado na praca publica la em ouro
preto.
Agora, temos que fazer o flyer da festa de sexta. E
temos que divulgar.
Vamos dar um jeito de fazer isso ate quarta?
beijo
adriano, com a perna roxa de baquetada por causa da
estante de caixa tosca.
fim.
Ok, quem diria que o Miranda realmente tinha gostado do show? E alguém me avisa que não foi o fim do mundo e por conta desse show estamos contratados na Trama? Pufavô, obigádu.
Achei também um email com meu antigo blog, que deletei por conta de loucuras religiosas de uma pessoa muito louca de verão. Gostava dele, aqui está:
(os posts estão em ordem cronológica inversa)
---------------------------------------------------------
mydirtyfingers, antes do fim do mundo
---------------------------------------------------------
Leu porque quis.
Archives
03/01/2004 - 03/31/2004
04/01/2004 - 04/30/2004
Meus dedos sujos
Friday, April 23, 2004
"Você vai no Skol Beats?"
"Eu não. E você?"
"Eu não, é coisa de maloqueiro."
- posted by Adriano @ 4:08 PM
Wednesday, April 21, 2004
So-no. Puta que pariu, que sono. Saí daqui do estúdio
terça feira, cinco e meia da manhã. Fui dormir com o
sol raiando, lazarento como sempre. Às nove e meia
acordei pra mijar, olhei no celular que estava em modo
silencioso e, u-au, já tinha quatro chamadas não
atendidas daqui da produtora. Bobo que sou fui ouvir
os recados, preocupei, tomei banho gelado (a incrível
ducha pressurizadora torrou anteontem cuspindo água
fervente em mim, super simpático) e corri pra cá.
Refiz alguns filmes de Cannes ("eu adoro Cannes, a
magia da premiação publicitária"), fiz uma trilha em
vinte minutos, refiz outras coisas e agora são quatro
e trinta e seis da manhã de novo. Tinha show das
Verafisher, queria tanto ter ido. Queria ter ido e
enchido a cara. Mas já tô com azia. E hoje o Dudu
Marote me ligou. Como assim? Assim. Ligou. Disse que
eu canto muito bem. E eu como sempre fiquei com
vergonha, porque não sei receber elogio. E eu disse
pra ele que estou fazendo umas coisas em português e
ele falou pra desencanar. Como assim? Assim,
desencana, ultrasom é bom em inglês. Mas eu vou fazer
em português, já tenho cinco músicas que eu gosto. Em
português. Fui mostrar pra Carolina e fiquei com
vergonha. Quem sabe um dia passa. Ai que vontade de
tomar saquê. E que saudades da Roberta.
- posted by Adriano @ 4:31 AM
Tuesday, April 20, 2004
Essa é a música mais grunge que eu já fiz na vida. Em
homenagem ao Focka que eu encontrei hoje.
um pouco mais
só um pouco mais
eu quero um pouco mais agora
um pouco mais
até a hora de ir embora
você me prometeu
disse pra eu esperar
eu até acreditei
agora o que é que eu faço, eu quero um pouco mais
eu nunca esperei muita coisa de você
sempre soube que era assim que as coisas iam ser
eu me entedio com uma facilidade assustadoramente
irritante
eu quero alguma coisa diferente agora, eu só quero um
pouco mais
um pouco mais
um pouco mais
- posted by Adriano @ 12:30 AM
Monday, April 19, 2004
Eu escrevo porque tenho esperança de que você vá ler
isso um dia. Hoje no carro eu queria tanto falar
tantas coisas mas eu vi que você estava implorando
para que eu não falasse nada e quando no restaurante
eu tentei puxar seus pés com os meus e você fingiu que
nada aconteceu eu tive certeza que você não queria
estar ali comigo então eu quase chorei mas segurei
porque dessa vez eu vou tentar fazer sua vontade
porque eu sei que no fundo você gosta de mim mas já
que você quer tanto ir até o fim com suas coisas eu
vou deixar porque também eu sei que ficar pedindo pra
você deixar de fazer aquilo que você tem certeza de
que é a coisa certa é muita burrice minha porque no
fim você até podia ficar comigo mas pelos motivos
errados então apesar de estar com vontade de morrer de
verdade eu não vou fazer nada nem reclamar de estar
aqui preso no estúdio até agora porque pelo menos eu
fico com a cabeça ocupada e nem tenho tempo de me
deprimir mais do que já estou e quando você disse que
graças a deus eu tenho tudo o que preciso você sabe
que não é verdade e que nessa altura do campeonato eu
nem ando muito acreditando em deus.
- posted by Adriano @ 11:50 PM
Dia lazarento. Dia lazarento. Dia lazarento. Dia
lazarento. Dia lazarento. Dia lazarento. Dia
lazarento. Dia lazarento. Dia lazarento. Dia
lazarento. Dia lazarento. Dia lazarento. Dia
lazarento. Dia lazarento.
Dia lazarento. Dia lazarento. Dia lazarento. Dia
lazarento.
- posted by Adriano @ 11:47 PM
- posted by Adriano @ 11:26 PM
Saiu o WhatAboutNow. Pela Rastrillo Records. Lá em
Buenos Aires. E eu estou com minha cópia aqui. A Laja
vai lançar esse disco aqui. Quando sair, compre.
Sério, é bom. De verdade. Gravamos esse disco em 2002,
novembro. Rodrigo ia pra Nuebachorque, nós íamos na
seqüência. A primeira música do disco se chama 2003,
uma coisa Stooges. Eu sou obcecado com Stooges.
Pronto, contei meu segredo. Sempre quis fazer um disco
que tivesse uma música batizada de ano. E fiz e foi o
ano mais desgraçado da minha vida. Zica. You might
think i'm going crazy, I'm just trying to keep my feet
on the ground. Metido, eu sei. Outra que gosto muito
desse disco: curiosity is like a hunger, I ain't
trying to appologize. how do you manage your anger?
it's just a question, don't be shy. E outra coisa que
eu sempre quis fazer era uma música chamada Smart Went
Crazy. Porque eu gosto do Ginsberg e o Xavier uma vez
me mostrou esse poema que eu nunca mais esqueci que
dizia I wish he'd pull my daisy, smart went crazy,
smart went crazy. E essa música tem um solo de sax do
Jonas que eu acho que é a coisa mais legal que ele já
fez com aquele saxofone lazarento, detesto aquilo. E
pra ficar mais legal ainda, a Carol e Milena fizeram
os backings. OOhoo.
- posted by Adriano @ 5:37 PM
Sábado, amp galaxy. Aka 24 hour festa da firma people.
Quem cavou o buraco de onde saiu essa gente? E lá
estávamos nós, o CSS, aka vivemos no mundo da nossa
cabeça people, nos jogando no chão embaixo do nosso
lindo banner mais legal do mundo pra tirar fotos pra
por no encarte do disco. E o som da Nina Lemos e da
Clô arrasou. "É som de preto, de favelado, mas quando
toca ninguém fica parado", nem nós, que estávamos em
cima do palco, à parte da festa da firma sem fim.
Festadafirma endless. Tá, chega. E fizemos nosso
karaokê e nos divertimos horrores, viva a caipirinha
de sakê de lima da pérsia. E Clarice minha irmazinha
foi junto do marido e de Renata Rocha e Estela e
ficamos todos muito bêbados e a Andréia do CKamura fez
um raio amarelo fluo na minha cara e eu vesti uma
roupa pertinente com o tema da festa da firma e todo
mundo fez a fina. Aliás essa roupa me causou um certo
mal estar no domingo quando eu soube que a pessoa que
a emprestou ficou indignada de eu estar usando a
mesma. Ué, fia, não quer que eu use não empreste.
Simples assim! Se eu soubesse disso não tinha tirado a
brusinha da boca do Hugo quando ele resolveu brincar
de mastigar o trapinho preferido sabado a tarde... Mas
enfim, emaemaema, cada um cosseuspoglema. Daí eu já
estava bem alegre, eu e Carolina também. Resolvemos
acabar no Pix. Tá que tive um cheque devolvido lá por
causa da assinatura. Mas como disse o dono da
brusinha, eu sou cara de pau mesmo e lá fui eu. Foi
adentrar o Pix que todo meu pileque se desfez assim,
pronto, chega. Eu bem que tentei achar bom, mas não
deu. Fiquei me divertindo com Carolina, fiquei
abraçadinho com a Luma, vi Maria de Los Angeles,
dancei socandinho o ar com Luíza Sá e quando eu vi que
não tinha jeito mesmo, avuei pra casa. Até
cumprimentei a dona da brusinha, agradeci, afinal fui
muitíssimo bem educado e num ambiente minúsculo com o
Pix não dá pra fazer que não viu alguém. Dei carona
pro Ri e pra Lu. Cheguei em casa às seis e meia da
manhã, o sol já estava lá lazarento. Dormi até às dez
e meia de domingo.
Como mudou o dia, vou trocar de parágrafo. Acordei com
a aquela confusão básica de ter dormido três horas e
fui arrependido pro Anhangabaú passar o som dos shows
da tarde. Os Borderz já estavam lá, o Marco também. As
meninas chegaram um pouco depois. Ficamos lá,
confraternizando com os mendigos. Marineide tinha duas
canjicas pretas na boca e me chamou de Roquinrol.
Pediu pra eu escrever meu telefone no maço de cigarro
dela mas a caneta não funcionava. O Belleza distribuía
pinga pra todo mundo, Lovefoxxx já tava ficando quase
no estadinho. Daí começou a chover pencas quando
começamos a tocar e o show foi um dos mais engraçados
da minha vida. Eu tinha que tocar de olho fechado
porque quando abria eu ria tanto que errava. Como de
praxe, o som na hora do show foi bem pior que na
passagem de som. Não sei pra que eles insistem em
passar som. Nunca fica igual mesmo, pra que perder
tempo? Mas eu achei o show incrivel dali de onde eu
vi, de trás da bateria. Depois teve show dos
Borderlinerz e o Bóris quase apanhou do técnico de som
quando subiu na bateria e entortou um ferrinho
qualquer. Fomos comer qualquer coisa no Bar Brahma
enquanto esperávamos o show do Nitrominds acabar. Daí
tocamos, o TBO. O Zeh tocou bateria pra gente, uma vez
que Jonas estava fazendo show com os Vendidos em algum
lugar por aí. Foi sensacional o show. Tocamos várias
músicas velhas que não tocávamos desde os anos
setenta. E o Zeh tocou tudo rápido e na hora do
BackAtYou (aka Pikachu by miojo) eu me senti no
Exploited. Voltei pra casa e capotei assistindo
QueerEyeForTheStraightGuy.
- posted by Adriano @ 4:15 PM
Friday, April 16, 2004
Jonas, Jonas. E aí, já desviou de muita bala perdida?
Tá divertindo bastante com o verdadeiro cosmopolitismo
brasileiro? Fio, tem show domingo, você não lê seus
emails?
- posted by Adriano @ 11:21 AM
Wednesday, April 14, 2004
Estou com pena de acabar de ler o Primeiro Terço do
Neal Cassidy. Livrinho pequeno, daqueles que da pra
ler em uma sentada. Mas leio pouco por dia pra não
acabar. Daí eu leio dez páginas e escrevo um pouco,
tenho feito letras pro Ultrasom que agora na minha
cabeça tem que ser em português porque sim, porque eu
quero e olha que eu nem tenho tido vergonha de mostrar
pros outros. Bom sinal. Ou sinal de que eu tenho
ficado mais sem vergonha. O que também não deixa de
ser um bom sinal. E o disco do Cansei de Ser Sexy está
quase pronto e estou tão orgulhoso dele. Quando ficar
pronto vai ser daqueles que eu vou ouvir
initerruptamente por duas semanas. Gosto de ouvir
música de manhã no banho, hoje fiquei ouvindo os
Strokes, gosto tanto que fico com raiva. Troquei o
Television pelos Strokes, céus, quando isso aconteceu?
I see no evil e Marquee moon ficaram no top ten do
banho matinal por anos a fio. Sei de cor e salteado
aqueles solos todos do Tom Verlaine e do Richard
Lloyd. E aquela capa? Bem melhor que dos Strokes, sem
dúvida. Aquela bundinha levando tapinha que não dói de
luva de vinil não foi uma boa idéia.
- posted by Adriano @ 12:14 PM
Tuesday, April 06, 2004
A respeito de sexta feira:
Vive la jecance.
Pu favô, obigadu.
Tirem suas conclusões
- posted by Adriano @ 3:54 PM
Tuesday, March 30, 2004
Mês que vem, trinta anos. Toda vez que eu lembro isso
eu penso no meu quarto e me vejo deitado sozinho na
cama, a cama mais aconchegante que já tive na vida,
diga-se de passagem. O sol doura as paredes brancas e
eu preciso comprar uma cortina o mais rápido possível,
não gosto de ser lembrado assim que o dia está
acontecendo lá fora enquanto eu estou ali deitado sem
forças pra me afastar da maciez vertiginosa do edredon
de plumas. Quero pintar as paredes de azul, azul
claro. Preciso fazer a estrutura da minha cama, não
gosto mais de dormir no chão. E os cachorros estão lá
no quintal, quietos, amontoados, me esperando. E
talvez eu já esteja atrasado pro trabalho, céus.
Trinta anos, com trinta anos minha mãe já tinha se
casado e estava na metade da vida dela, passou os
outros trinta assim, voando. Preciso mandar o carro
pro mecânico.
- posted by Adriano @ 5:25 PM
fim.
Tinha um outro blog que eu gostava muito mais que esses míseros posts sobre solidão aí acima. Hoje já me acostumei com a solidão, acho muito, mas muito melhor do que quando achava que tinha alguma coisa com alguém que nem vale a pena dizer o nome e estou sim de certa forma querendo deixar bem claro que me arrependo profundamente de um dia ter perdido meu tempo precioso ao lado dela e eu podia muito bem ficar quieto mas acho que a única coisa que iria me fazer ficar quieto é saber que tenho todo o direito do mundo de reclamar a respeito disso sabendo que não estou sendo recalcado porque sim dou graças a deus que a vida nos levou para caminhos muito muito muito diferentes. Ufa. Pronto, passou.
Leu porque quis, não me encha o saco.
quinta-feira, agosto 18, 2005
Brasilzão, brasilzão. O Brasil é tipo o ginásio de um colégio bem classe média cheio de filhotinhos da ditadura super orgulhosos de suas vidinhas medíocres movimentadas por idas a shopping centers e feirinhas hippies. E eu amaldiçoado aqui sem nenhuma possibilidade de passaporte vermelho. Alguém casa comigo e me dá cidadania européia? Eu lavo, passo, cozinho, tiro o pó e de quebra faço uns discos.
quarta-feira, agosto 10, 2005
Viva o google.
No love lost.
Versions by: Released on:
Anklebiter Anklebiter (No Idea NIR 057)
The Effigies Fly on a Wire (Enigma 72051 1985)
The Flow Warsaw (El Colectivo Karma 011 1998)
Jack O'Fire Bring Me the Head of Jon Spencer (Undone UR-002)
Destruction of Squaresville (Estrus ESD 1213 1994)
Pegasi51 Space Riot (Morbid Bros 1999)
The Seymores 1000 lb Grr'lla ( Pitch A Tent 3 1998)
Vension Workman's Comp (Big Money/Earmark 1995)
No love lost.
Versions by: Released on:
Anklebiter Anklebiter (No Idea NIR 057)
The Effigies Fly on a Wire (Enigma 72051 1985)
The Flow Warsaw (El Colectivo Karma 011 1998)
Jack O'Fire Bring Me the Head of Jon Spencer (Undone UR-002)
Destruction of Squaresville (Estrus ESD 1213 1994)
Pegasi51 Space Riot (Morbid Bros 1999)
The Seymores 1000 lb Grr'lla ( Pitch A Tent 3 1998)
Vension Workman's Comp (Big Money/Earmark 1995)
MINHA PROFECIA PARTICULAR E INTRANSFERÍVEL
Tem dias que a capela te come... to precisando ser comido pela capela urgentemente, estou quase gostando de trabalhar. Ayuda, ayuda... é bom ter dinheiro. Pra engordar é ótimo, porque a única coisa que dá pra fazer é comer quando se trabalha com o que eu trabalho. Uuuu. Tell me baby, have you seen my sis? Detroit Cobras é maior bigode mas a vocalista é uma filhadaputa de boa. É tão boa que foda-se que as músicas são todas um roquinho desgraçado e safado. De desgraçado e safado já basta esse lugar que a gente mora. Aliás acho que é por isso que nego acha que tudo bem, tudo bem ouvir a mesma música de novo refeita mais uma vez da mesma forma. Também, segundo uma formula matemática que eu nem sei se existe mesmo todas as combinações melódicas já foram feitas. Ou seja, ai que preguiça. Se tudo já foi feito e a gente tá aqui na merda acho que vou me dedicar a outro tipo de atividade. Batik? Chichi-aaahhh. Já ouviu Eagles of Death Metal? Maior legal. O vocalista finge que é gay. O Iggy Pop já fingia, o Iggy Pobre também finge. Super moda isso de ser gay, acho que eles pegam mais minas. E falando em minas, por que tem lésbica que não fala com homem? Será que todos os meninos são maus mesmo que nem nas músicas do Bikini Kill? Mas não tinha um mino no Bikini Kill? Que tipo de tarefa hercúlea ele teve que cumprir pra ter o privilégio de ser aceito socialmente pelas feministas teen mais ferrenhas do planeta? Ou será que rolou uma má interpretação das idéias bikinikilianas pelas minas daqui? Tá, que preguiça. Vai ver que a Kimberly não falava comigo porque a Clara falou mal de mim pra ela mesmo. Mas claro que foi isso. Não tenho dúvida que foi isso. Ela tá sempre pondo as pessoas umas contra as outras, ela precisa disso pra se garantir. Bom, cada um tem o que merece. Nada é de graça. Tá, algumas coisas são, mas o que está pra acontecer não vai ter sido. Repetindo: o que está para acontecer não vai ter sido. Memorize this. A profecia está nesta frase.
Eu perdi meu cd do TheFall que eu mais gostava. Fiend with a Violin, coletânea. Tinha a versão mais incrível de LA, muito melhor que a gravada. E tinha the man whose head expanded. E married two kids. Merda. Perdi esse, perdi High Time do MC5. Alguém me dá de presente? I need it, i need it. No love lost, Joy Division. Estou ouvindo uma versão muito boa que não é com o Joy Division. Parece até o Make Up tocando. Ou o Nation of Ulisses. Com certeza não é o Jack O'Fire. Aliás a única música que eu acho foda que eles fizeram versão é aquela do Creation, sisqueci o nome. Não sou amigo do blues, acho temático demais. Deviam fazer o Parque do Blues, tipo o Parque da Mônica. Tá.
Tem dias que a capela te come... to precisando ser comido pela capela urgentemente, estou quase gostando de trabalhar. Ayuda, ayuda... é bom ter dinheiro. Pra engordar é ótimo, porque a única coisa que dá pra fazer é comer quando se trabalha com o que eu trabalho. Uuuu. Tell me baby, have you seen my sis? Detroit Cobras é maior bigode mas a vocalista é uma filhadaputa de boa. É tão boa que foda-se que as músicas são todas um roquinho desgraçado e safado. De desgraçado e safado já basta esse lugar que a gente mora. Aliás acho que é por isso que nego acha que tudo bem, tudo bem ouvir a mesma música de novo refeita mais uma vez da mesma forma. Também, segundo uma formula matemática que eu nem sei se existe mesmo todas as combinações melódicas já foram feitas. Ou seja, ai que preguiça. Se tudo já foi feito e a gente tá aqui na merda acho que vou me dedicar a outro tipo de atividade. Batik? Chichi-aaahhh. Já ouviu Eagles of Death Metal? Maior legal. O vocalista finge que é gay. O Iggy Pop já fingia, o Iggy Pobre também finge. Super moda isso de ser gay, acho que eles pegam mais minas. E falando em minas, por que tem lésbica que não fala com homem? Será que todos os meninos são maus mesmo que nem nas músicas do Bikini Kill? Mas não tinha um mino no Bikini Kill? Que tipo de tarefa hercúlea ele teve que cumprir pra ter o privilégio de ser aceito socialmente pelas feministas teen mais ferrenhas do planeta? Ou será que rolou uma má interpretação das idéias bikinikilianas pelas minas daqui? Tá, que preguiça. Vai ver que a Kimberly não falava comigo porque a Clara falou mal de mim pra ela mesmo. Mas claro que foi isso. Não tenho dúvida que foi isso. Ela tá sempre pondo as pessoas umas contra as outras, ela precisa disso pra se garantir. Bom, cada um tem o que merece. Nada é de graça. Tá, algumas coisas são, mas o que está pra acontecer não vai ter sido. Repetindo: o que está para acontecer não vai ter sido. Memorize this. A profecia está nesta frase.
Eu perdi meu cd do TheFall que eu mais gostava. Fiend with a Violin, coletânea. Tinha a versão mais incrível de LA, muito melhor que a gravada. E tinha the man whose head expanded. E married two kids. Merda. Perdi esse, perdi High Time do MC5. Alguém me dá de presente? I need it, i need it. No love lost, Joy Division. Estou ouvindo uma versão muito boa que não é com o Joy Division. Parece até o Make Up tocando. Ou o Nation of Ulisses. Com certeza não é o Jack O'Fire. Aliás a única música que eu acho foda que eles fizeram versão é aquela do Creation, sisqueci o nome. Não sou amigo do blues, acho temático demais. Deviam fazer o Parque do Blues, tipo o Parque da Mônica. Tá.
sexta-feira, agosto 05, 2005
Comecei gostando da roupa. Parecia comprada no supermercado, o chinelo bem maior que o pé, óculos, celular, carteira e maço de cigarro na mão. Vinte anos. Faz onze anos que eu tinha vinte anos. E não me lembro de nada dos meus onze anos. Só lembro que estava na quinta série. Lembro do prédio da escola, as quintas séries ficavam num prédio separado do resto do ginásio, o que fazia com que não nos sentíssemos parte efetiva da turma maior. Queria tanto entrar no Madre Alix pra ver como é aquilo hoje em dia. Da última vez que entrei lá fumei tanta maconha na quadrinha que tudo que consigo lembrar são flashes desfocados do caminho de pedregulhos onde um dia de 1980 eu caí e abriu um rombo no meu joelho que rendeu uma linda cicatriz que eu tenho até hoje e dá-lhe a tia Lúcia limpando a ferida com um cotonete cheio de água oxigenada e eu gritando, gritando, gritando, a Benê tentando me segurar e o Leonardo tirando sarro de mim. Enfim, gostei da roupa, toda errada, como tem que ser. Eu com vinte anos tinha duas bermudas, uma preta e uma cinza. E tinha uma calça jeans. Hoje em dia eu tenho três bermudas, uma preta, uma azul claro e uma de veludo. E tenho alguns pares de jeans, quase todos iguais. A maioria delas ajustada pra ficar bem justa, teve uma época que eu queria ser meio johhny thunderesco e mandei apertar todos os jeans, agora só consigo usar três deles. Quem mandou. Hoje eu vou sair e vou beber e vou beber e vou beber e não quero nem olhar pro lado. Vou brincar de clubber, vou dançar até as nove da manhã. Porque é a única coisa que eu me faz não ter mau humor de pensar no tanto de trabalho que eu tenho que entregar semana que vem. Quem sabe eu tome alguma droga também. Ou vire vegan. Porque no fundo, pra quem não sabe, é a mesma coisa. Pelo menos pra mim foi, um grande imenso mega toc. Toc toc. Quem é? Pode entrar.
quinta-feira, agosto 04, 2005
É muito simples de adivinhar sobre o que eu estou escrevendo, não é? Estou escrevendo sobre nada. Não tenho nada pra falar, na verdade fico de rodeios para não reclamar reclamando, não xingar xingando, não expor expondo. O óbvio não está no conteúdo e muito menos na falta. Como na música do Nick Cave, deus não se importa com sua benevolênica mais do que se importa com a falta de benevolência nos outros. E o que sobra disso? Tédio. Desânimo. Mas sobra também liberdade, eu faço o que bem entender. Isso eu sempre fiz, meu bem. Quis fumar, fumei, quis beber, bebi, quis experimentar droga, usei, quis trepar trepei. Quis trair, traí. Traí sim. Quem nunca traiu? Por favor. Quis mentir, menti. Ah, menti, e como. Ui. Menti pra não fazer jogo, fazendo. Mas era um jogo comigo mesmo, porque eu sempre soube a verdade. Eu sempre soube quando parei de gostar.Um dia a gente acorda, olha pro lado e pensa, hmmmmm, que saco. Cadê minha machadinha? Cadê cianureto? Mas pensa isso do mesmo jeito que pensa quando se olha no espelho e pensa que a morte podia chegar já, um dois, pá. Acabou. E acabou também a preguiça e a falta de amor e tudo volta ao normal. E você acha que eu dou atenção a esse tipo de pensamento? Nem. Tem muita gente dentro da minha cabeça, quem sabe eu sou bipolar, tripolar e nem saiba. Polipolar. Acho que pode ser culpa das infindáveis sessões de zazen que eu fiz quando era adolescente e aprendi a não pensar pensando. Eu estou sempre desapegando do que passa dentro da minha cabeça. Pensamentos escorrendo pelo ralo. E eu sigo andando. Não quero saber das idéias, só quero colocá-las em prática. Idéias não servem para nada se você não as vive. E aqui, esperando o tempo passar, melhor escrever do que ficar olhando o céu divagando sobre a solidão. Porque isso eu sei, solidão a dois não é solidão, é humilhação. E invariavelmente as pessoas param de se comunicar um dia. Vou pro ensaio.
A quinta feira está linda, estou vendo pela minha janela. Céu azul atrás dos bambus da minha linda vista. Parece que está quente lá fora. Aqui dentro o condicionador deixa a temperatura por volta de quinze, dezesseis graus. Meus dedos estão gelados e a coisa mais legal que eu tenho pra fazer é beber um litro e meio de água o mais rápido que eu conseguir, ir na cozinha, encher a garrafa de novo e beber mais. Um médico já me disse que isso não é bom, mas quem disse que eu acho que estou fazendo algum bem com isso? Não consigo fumar, acho ruim demais. Pelo menos eu emagreço. Daqui a pouco vou sair pra uma reunião com um diretor argentino. Vou me segurar pra não soltar nenhum portunhol agressivo. No me venga con boludeces. Conta pra el muñeco. E depois eu volto pra cá e vamos todos na aula de alongamento na academia. Adoro trabalhar aqui, somos uma gangue. Hoje fomos caminhar depois do almoço, passamos pela praça da macumba, acho que os lixeiros têm medo de tirar a macumba de lá. Tem um bode todo extripado, outro dia tropecei na cabeça dele, a japonesa da contabilidade gritou horrorizada quando eu de raiva chutei a cabeça do bicho longe. Disse que estou macumbado agora, eu hein. De macumba já basta aquele bando de maloqueiro roqueiro temático querendo "me pegar" por conta daquela confusão no aniversário do Focka. Vem me pegar que eu arrumo uma confusão policial pra cima deles que eles vão ficar seis meses sem ganhar mesada do papi. Castigo na criançada. Eu hein. Vai jogar War, Master. Me incluam fora dessa. Mas agora que eu não frequento mais o meio ROCKER, vai ser meio complicado eles me cruzarem. Se bem que outro dia eu cruzei o pivô da confusão no shopping. E não é que roqueiro malvadão frequenta o xopcenth? Poizé. E era o Gay Caneca ainda. Nem lembro o que eu estava fazendo lá. Eu detesto xopcenth. Só gostava de ir no shopping Morumbi de domingo com uns ácidos na cabeça. Eu enchia meu Uno Mille com umas doze pessoas e íamos lá jogar fliperama. Isso em pleno anos setenta, quando a gente era tudu amigu. Lembra? Melhor nem lembrar mesmo, prefiro a frase de minha mãe, hoje estamos bem melhor. Bem melhor. Sem ninguém pra me encher o saco, tirando a justiça federal que quase executou meu nome por conta de um qüiproqüó fiscal que meu ex contador arrumou. Manda matar. Mas não mataram, meu pai tá resolvendo isso, uma vez que é do interesse dele vender um imóvel que tem meu nome atrelado na papelada por conta do inventário de minha mãe.
Esse céu sem nuvens me dá uma vontade louca de tomar sorvete, andar pela rua ouvindo música e beber depois. Beber muito sem cair de bêbado e ir em todos os lugares de quinta. Milo, Vegas, Torre. E hoje a Lovefoxxx vai tocar no AmpGalaxy mas lá eu não piso. Me recuso, aquilo lá não tem jeito. Festa da firma endless. E o Todd chegou ontem e a Lovefoxxx deve estar feliz feliz feliz. Espero que ela não tenha lido o que aquele energúmeno deselegante escreveu a respeito dela no meu fotolog. Tem muita gente sem noção, eu sou uma delas, mas eu não fico fazendo a íntima com quem eu não conheço. Faço um salãozão. Acho que quem quer saber o que eu penso lê isso aqui. Esse blog não tem comentários por um único motivo: eu não quero saber o que você pensa a respeito do que eu escrevo. Se um dia você cruzar comigo na rua e quiser fazer algum comentário, arrisque. Se eu souber quem você é e o comentário for educado, eu não vou fazer nenhum tipo de mal estar. Agora, se eu não te conhecer e me sentir ofendido com o que você falar, provavelmente vou te deixar falando sozinho. Não sou do tipo de pessoa interativa. Até por isso que não vou abrir espaço pra gentinha covarde deixar comentário anônimo. Porque quem deixa comentário anônimo, na minha opinião, devia morrer de ebola. Primeiro devia ser atropelado por um ônibus, perder os braços e as pernas. E depois contrair ebola no hospital, ficar cego e morrer a morte mais sofrida de todas, bem lenta. E daí o energúmeno do fotolog (e vamos combinar, fotolog é a coisa mais caxa que existe, depois vem o orkut, depois o flickr, nessa ordem de caxice) me acusou de racista por conta de um comentário anônimo que deixaram lá pra ele, coitadinho. Brasilzão. BRA-SIL-ZÃO. Assim, fazendo aquele movimento bonito do samba com os braços, um pandeiro rodado num dedo ao fundo, muitos sorrisos e uma paisagem com coqueiros no fundo. Calçadão. E eu, com um galão de gasolina e um isqueiro. BUM. Pronto, acabou a amizade. Bom, são quase quatro horas, tenho que ir pra reunião. Boa sorte pra mim.
Esse céu sem nuvens me dá uma vontade louca de tomar sorvete, andar pela rua ouvindo música e beber depois. Beber muito sem cair de bêbado e ir em todos os lugares de quinta. Milo, Vegas, Torre. E hoje a Lovefoxxx vai tocar no AmpGalaxy mas lá eu não piso. Me recuso, aquilo lá não tem jeito. Festa da firma endless. E o Todd chegou ontem e a Lovefoxxx deve estar feliz feliz feliz. Espero que ela não tenha lido o que aquele energúmeno deselegante escreveu a respeito dela no meu fotolog. Tem muita gente sem noção, eu sou uma delas, mas eu não fico fazendo a íntima com quem eu não conheço. Faço um salãozão. Acho que quem quer saber o que eu penso lê isso aqui. Esse blog não tem comentários por um único motivo: eu não quero saber o que você pensa a respeito do que eu escrevo. Se um dia você cruzar comigo na rua e quiser fazer algum comentário, arrisque. Se eu souber quem você é e o comentário for educado, eu não vou fazer nenhum tipo de mal estar. Agora, se eu não te conhecer e me sentir ofendido com o que você falar, provavelmente vou te deixar falando sozinho. Não sou do tipo de pessoa interativa. Até por isso que não vou abrir espaço pra gentinha covarde deixar comentário anônimo. Porque quem deixa comentário anônimo, na minha opinião, devia morrer de ebola. Primeiro devia ser atropelado por um ônibus, perder os braços e as pernas. E depois contrair ebola no hospital, ficar cego e morrer a morte mais sofrida de todas, bem lenta. E daí o energúmeno do fotolog (e vamos combinar, fotolog é a coisa mais caxa que existe, depois vem o orkut, depois o flickr, nessa ordem de caxice) me acusou de racista por conta de um comentário anônimo que deixaram lá pra ele, coitadinho. Brasilzão. BRA-SIL-ZÃO. Assim, fazendo aquele movimento bonito do samba com os braços, um pandeiro rodado num dedo ao fundo, muitos sorrisos e uma paisagem com coqueiros no fundo. Calçadão. E eu, com um galão de gasolina e um isqueiro. BUM. Pronto, acabou a amizade. Bom, são quase quatro horas, tenho que ir pra reunião. Boa sorte pra mim.
segunda-feira, julho 25, 2005
terça-feira, julho 12, 2005
"my so called wildlife" ou" o dia que o butchers acabou" ou ainda "o dia que eu me desquitei do zé celso do rock" ou talvez "o dia que eu finalmente cansei" - for those about to rock, open your heart to me
Anteontem Gabi Sampaio foi em casa cozinhar. Como é bom ter amigos chefs. Risoto de brie com pêra e risoto de gorgonzola com damasco. Sim, um strike, fui dormir explodindo. Pesadelos, sonhei de novo com aquela maldita casa imensa que eu sempre sonho cheia de cômodos e escadas, acho que tem um pouco a ver com o Madre Alix. Sei lá, dessa vez passei por cômodos novos. Bom, acordei atrasado. Tinha que ir no Bank Boston pra depositar o dinheiro que estão me cobrando há meses, me mandam telegramas todos os dias. Já nem abro, vão direto pro lixo. Devo não nego, pago quando puder. Tomei banho, puta frio, tive aquela crise de rinite rápida. Tive crises de consciência e pensei em voltar pra academia mas não, não vou mais dar dinheiro pra academia filadaputa nenhuma. Fui me trocar, peguei uma jaqueta que eu não usava fazia tempo, puta cheiro de armário. Espirrei mais. Tirei e joguei no cesto, saco de armário cheio de mofo do caralho. Desci correndo, tranquei o portao. Olhei meu carro. "Hmmm, que estranho. Não tinha que ter uma roda, um penu e uma calota ali? Que esquisito, meu carro nunca ficou apoiado no chão desse jeito." Roubaram o pneu de trás do meu carro. Algum filho da puta desgraçado lazarento roubou minha roda. Bom, ainda bem que do outro lado da rua da minha casa tem uma borracharia. Fui lá, deixei a chave. Aproveitei pra passar na pet shop pra comprar ração pros cães. Esse mês eles vão comer comida de pobre, Pedigree. Não posso gastar cem reais nem fodendo. Levei o saco de ração pra casa, desci a rua até o ponto de táxi. Passei no BankBostonDeMerda, depositei o dinheiro que milagrosamente resistiu por cinco dias na minha carteira e vim pro estúdio. Liguei o equipamento e antes de começar a trabalhar, dei uma passadinha no meu fotolog. Tava lendo os comentários. Tá, tá, tá. Ahn? "Uma pena que o Butchers acabou." Hmmmm. De novo. "Uma pena que o Butchers acabou, né?". Né? Uhum. Olhei do lado, nos friends/favourites. No fotolog do Marco, uma foto do butchers. Em um dos da Debbie, foto minha. Hmmmm.
Voltando um mês ou mais atrás. Talvez mais, acho que nem estava mixando o disco do Cansei ainda (a mixagem do Cansei durou um mês exatamente. Assim que a mixagem acabou, eu voltei a trabalhar aqui, mais ou menos três semanas atrás).
Meu celular toca. Era o André Barcinski convidando o Butchers e o Cansei pra tocar no Campari Rock. Pô, legal, Barcinski. Eu vou ligar para o pessoal pra ver se eles podem nessa data (12 de agosto o Cansei e 13 de agosto o Butchers). Te ligo assim que confirmar. O cachê é quanto? Legal. Topo, claro. A primeira coisa que eu foi ligar pro Marco. Má, vamos tocar no Campari Rock dia 13 de agosto, com x de cachê, puta estrutura, abrindo pro MC5? Ducaralho, né? Posso confirmar? Beleza! Vou ligar pro Jonas então. Liguei pro Jonas, tudo ok. Alô, Barcinski, pode fechar aí, ok? Bem legal! Tá. Pronto.
O tempo corre. Um dia, Marco me liga, todo emocionado. Pô Dri, minha turnê na gringa rolou, vou viajar dia 29 de julho... Vem se despedir de mim, vamos nos ver, vamos marcar um show de despedida. Ah, Má, que ducaralho! Parabéns! Fico orgulhoso! Não fique nervoso, vai dar tudo certo!
Sim, eu sou uma anta. Na hora eu não me liguei se ele tinha se esquecido (ou não, o que é pior) do Campari Rock. Sorte que no mesmo dia, mais tarde, eu estava conversando com a Lovefoxxx e comentei da viagem de Marco. É, Love, dia 29 ele vai. Legal, né? 29 de agosto?, perguntou ela. Não, de julho, eu disse. Mas e o Campari Rock? Hoje eu tava fechando a arte do cartaz, vocês vao tocar no dia 13 de agosto, não? Vissssshhhhhh.
No dia seguinte liguei pro Marco. Pô, Má. E o Campari Rock?
Desmarca lá, ouvi.
Bom, o Marco sempre foi muito folgado. Todo mundo sabe que ele é folgado. Até ele mesmo sabe que ele é folgado. Acho que ninguém nunca deve ter falado isso pra ele, afinal todo mundo faz sala e prefere não fazer mal estar, mas nem precisa. Folgado. Desmarca lá você, porra. Você que marcou sua tour na data desse show.
Preciso dizer se ele desmarcou? Claro que não. Um dia o Barcinski me liga puto, dizendo que ficou sabendo que o Marco não ia estar no Brasil na data do show. Me desculpe, Barcinski. O Marco é assim mesmo.
E o mais legal foi que o Marco continuou agindo como se nada tivesse acontecido. Como ele sempre fez. Fazendo a louca. E por preguiça, eu fui fazendo a louca também. Domingo passado ia ter um show na verdurada. "Maior esquema, meu" disse um Marquinho animadíssimo. "Puta preguiça, mew" pensou um Adriano desanimadíssimo. Cansei. As coisas que ele marca, ele faz. As coisas que eu marco que se fodam. Caguei. No sábado, ele liga. "Ae, leva uma guitarra pra mim que eu vendi a minha. E liga pro Jonas e manda ele não atrasar." Uhum, claro. Liga você, seu folgado. Sabe o que é isso? É você deixar a pessoa agir assim uma, duas cinco, mil vezes. Uma hora ela acredita mesmo que ela pode fazer esse tipo de coisa, afinal de contas você só serve pra ser mandado. Se a Debbie aguentou as coisas que ele fez, ela teve as razões dela. Eu nem vou citar as baixarias que ele fez com ela porque isso é problema dos dois. Eu adoro a Debbie, que isso fique claro. Mas eu não sou quenga de malandro. Um dia a gente cansa. Porque nego tem um padrão de folga, a gente acostuma. Mas tem uma hora que a balança pesa e o saco estoura. O fato de estarmos "afastados" nos últimos tempos pra mim não foi tão importante. Aliás, foi isso que fez a banda durar tanto tempo. Sempre passamos temporadas afastados e temporadas próximos, sempre foi assim. Foram coisinhas pequenas e bobas que fizeram transbordar o copo.
Além do descaso com o Campari Rock, tem a história do meu amplificador, que engloba muitas outras pequenezas. O Marco é muito pouco cuidadoso com as coisas que não lhe pertencem. Ok, eu sou completamente desapegado dessas coisas. Ou melhor, sempre fui. Mas o dia que eu me demiti e precisei vender um amplificador meu pra pagar o aluguel e dependi do Marco pra devolver esse amplificador, eu azedei. "Alô, Marco. Tudo bem? Então, eu vou passar aí pra pegar meu ampli, ok?" "Ah, acho que tá no Iuiú." Pode ver pra mim onde está? "Tá, ja te ligo". Uma semana depois. "Marco, e meu amplificador?" "Ah, tá no Clayton." Por coincidência eu tava indo no Clayton gravar naquele dia. "Aí, Clayton, meu ampli tá aqui?" Nem. "Marco, cade meu ampli?" "Ah, lembrei! Tá no Ian. Ele levou pra Itanhaém!" Como assim, meu filho? O que meu amplificador foi fazer em itanhaém? Moral da história: já se vão três meses ou mais e nada do meu amplificador. Nada. Sumiu. História assim tem várias. De gravadorezinhos a microfones a cachês de show e cds da banda. Eu nunca liguei porque eu sou um débil mental com dinheiro e bens materiais. Só fui ligar na hora que eu realmente precisava do dinheiro e o cara não esteve nem aí pro meu problema. Sim, o Marco é um folgado irresponsável. A culpa é minha também, deixei ele se esparramar até não ter volta. Agora, se ele pensa que eu acredito que ele não saiba de tudo isso e que ele agiu por inocência, por favor, conta pro boneco. Ele não é burro, ele mesmo assume esse modus operandi. Na tour da Europa eu fiquei uma semana sem olhar na cara dele porque ele começou a me tratar que nem patrão escroto trata a faxineira coitada. Eu fiquei cuidando das finanças da tour e ele deu piti porque queria porque queria a parte dele do dinheiro e eu, calma, daqui a duas semanas a gente tem que dar mil e nao sei quantos euros pro Beatman. Ele deu um chilique, gritou, me tratou que nem empregadinha, essa grana é minha, não quero nem saber, eu vou pegar, quem você pensa que é pra não me dar meu dinheiro e o escambau. Entreguei a pasta das finanças pra ele e disse, cuida disso vc então, seu mané. Se der alguma coisa errada, eu pego o viãozinho e volto pra minha casa. Moral da história: ficamos sem cuidar das finanças por alguns dias. Na semana seguinte, tive que recolher todo o dinheiro de volta pra pagar o Beatman. E ainda tive que por cem euros do meu dinheiro. Coisas desse tipo eu podia citar e citar e citar e escrever um livro inteiro a respeito. Mas não. Não é questão de lavar roupa suja, é questão de jogar roupa velha fora. Eu cansei. Cansei. Já sei bem o que ele vai falar de mim, pode falar mal o quanto quiser. Não tô nem aí.
No fim, ele disse que já tava marcando essa tour dele há muito tempo, antes do show do Campari. Se ele sabia da tour, por que deixou eu marcar o Campari? Eu sei. Porque ele é incapaz de fazer uma agenda, sempre teve alguém pra marcar pra ele e avisar os compromissos com antecedência, ir buscar ele de carro e levar de volta depois. E ainda é prepotente e orgulhoso demais pra assumir isso. E quando vê que fez cagada, ao invés de se desculpar, faz mal estar.
Eu podia por panos quentes nisso tudo, como sempre fiz, esperar ele voltar dos estados unidos, compor mais um disco, gravar, ir pra europa fazer outra tour. Mas eu cansei.
E é por essas e outras que o Butchers acabou. Foi tudo muito bom, os discos estão lá pra quem quiser ouvir. É só roque, eu acho.
Anteontem Gabi Sampaio foi em casa cozinhar. Como é bom ter amigos chefs. Risoto de brie com pêra e risoto de gorgonzola com damasco. Sim, um strike, fui dormir explodindo. Pesadelos, sonhei de novo com aquela maldita casa imensa que eu sempre sonho cheia de cômodos e escadas, acho que tem um pouco a ver com o Madre Alix. Sei lá, dessa vez passei por cômodos novos. Bom, acordei atrasado. Tinha que ir no Bank Boston pra depositar o dinheiro que estão me cobrando há meses, me mandam telegramas todos os dias. Já nem abro, vão direto pro lixo. Devo não nego, pago quando puder. Tomei banho, puta frio, tive aquela crise de rinite rápida. Tive crises de consciência e pensei em voltar pra academia mas não, não vou mais dar dinheiro pra academia filadaputa nenhuma. Fui me trocar, peguei uma jaqueta que eu não usava fazia tempo, puta cheiro de armário. Espirrei mais. Tirei e joguei no cesto, saco de armário cheio de mofo do caralho. Desci correndo, tranquei o portao. Olhei meu carro. "Hmmm, que estranho. Não tinha que ter uma roda, um penu e uma calota ali? Que esquisito, meu carro nunca ficou apoiado no chão desse jeito." Roubaram o pneu de trás do meu carro. Algum filho da puta desgraçado lazarento roubou minha roda. Bom, ainda bem que do outro lado da rua da minha casa tem uma borracharia. Fui lá, deixei a chave. Aproveitei pra passar na pet shop pra comprar ração pros cães. Esse mês eles vão comer comida de pobre, Pedigree. Não posso gastar cem reais nem fodendo. Levei o saco de ração pra casa, desci a rua até o ponto de táxi. Passei no BankBostonDeMerda, depositei o dinheiro que milagrosamente resistiu por cinco dias na minha carteira e vim pro estúdio. Liguei o equipamento e antes de começar a trabalhar, dei uma passadinha no meu fotolog. Tava lendo os comentários. Tá, tá, tá. Ahn? "Uma pena que o Butchers acabou." Hmmmm. De novo. "Uma pena que o Butchers acabou, né?". Né? Uhum. Olhei do lado, nos friends/favourites. No fotolog do Marco, uma foto do butchers. Em um dos da Debbie, foto minha. Hmmmm.
Voltando um mês ou mais atrás. Talvez mais, acho que nem estava mixando o disco do Cansei ainda (a mixagem do Cansei durou um mês exatamente. Assim que a mixagem acabou, eu voltei a trabalhar aqui, mais ou menos três semanas atrás).
Meu celular toca. Era o André Barcinski convidando o Butchers e o Cansei pra tocar no Campari Rock. Pô, legal, Barcinski. Eu vou ligar para o pessoal pra ver se eles podem nessa data (12 de agosto o Cansei e 13 de agosto o Butchers). Te ligo assim que confirmar. O cachê é quanto? Legal. Topo, claro. A primeira coisa que eu foi ligar pro Marco. Má, vamos tocar no Campari Rock dia 13 de agosto, com x de cachê, puta estrutura, abrindo pro MC5? Ducaralho, né? Posso confirmar? Beleza! Vou ligar pro Jonas então. Liguei pro Jonas, tudo ok. Alô, Barcinski, pode fechar aí, ok? Bem legal! Tá. Pronto.
O tempo corre. Um dia, Marco me liga, todo emocionado. Pô Dri, minha turnê na gringa rolou, vou viajar dia 29 de julho... Vem se despedir de mim, vamos nos ver, vamos marcar um show de despedida. Ah, Má, que ducaralho! Parabéns! Fico orgulhoso! Não fique nervoso, vai dar tudo certo!
Sim, eu sou uma anta. Na hora eu não me liguei se ele tinha se esquecido (ou não, o que é pior) do Campari Rock. Sorte que no mesmo dia, mais tarde, eu estava conversando com a Lovefoxxx e comentei da viagem de Marco. É, Love, dia 29 ele vai. Legal, né? 29 de agosto?, perguntou ela. Não, de julho, eu disse. Mas e o Campari Rock? Hoje eu tava fechando a arte do cartaz, vocês vao tocar no dia 13 de agosto, não? Vissssshhhhhh.
No dia seguinte liguei pro Marco. Pô, Má. E o Campari Rock?
Desmarca lá, ouvi.
Bom, o Marco sempre foi muito folgado. Todo mundo sabe que ele é folgado. Até ele mesmo sabe que ele é folgado. Acho que ninguém nunca deve ter falado isso pra ele, afinal todo mundo faz sala e prefere não fazer mal estar, mas nem precisa. Folgado. Desmarca lá você, porra. Você que marcou sua tour na data desse show.
Preciso dizer se ele desmarcou? Claro que não. Um dia o Barcinski me liga puto, dizendo que ficou sabendo que o Marco não ia estar no Brasil na data do show. Me desculpe, Barcinski. O Marco é assim mesmo.
E o mais legal foi que o Marco continuou agindo como se nada tivesse acontecido. Como ele sempre fez. Fazendo a louca. E por preguiça, eu fui fazendo a louca também. Domingo passado ia ter um show na verdurada. "Maior esquema, meu" disse um Marquinho animadíssimo. "Puta preguiça, mew" pensou um Adriano desanimadíssimo. Cansei. As coisas que ele marca, ele faz. As coisas que eu marco que se fodam. Caguei. No sábado, ele liga. "Ae, leva uma guitarra pra mim que eu vendi a minha. E liga pro Jonas e manda ele não atrasar." Uhum, claro. Liga você, seu folgado. Sabe o que é isso? É você deixar a pessoa agir assim uma, duas cinco, mil vezes. Uma hora ela acredita mesmo que ela pode fazer esse tipo de coisa, afinal de contas você só serve pra ser mandado. Se a Debbie aguentou as coisas que ele fez, ela teve as razões dela. Eu nem vou citar as baixarias que ele fez com ela porque isso é problema dos dois. Eu adoro a Debbie, que isso fique claro. Mas eu não sou quenga de malandro. Um dia a gente cansa. Porque nego tem um padrão de folga, a gente acostuma. Mas tem uma hora que a balança pesa e o saco estoura. O fato de estarmos "afastados" nos últimos tempos pra mim não foi tão importante. Aliás, foi isso que fez a banda durar tanto tempo. Sempre passamos temporadas afastados e temporadas próximos, sempre foi assim. Foram coisinhas pequenas e bobas que fizeram transbordar o copo.
Além do descaso com o Campari Rock, tem a história do meu amplificador, que engloba muitas outras pequenezas. O Marco é muito pouco cuidadoso com as coisas que não lhe pertencem. Ok, eu sou completamente desapegado dessas coisas. Ou melhor, sempre fui. Mas o dia que eu me demiti e precisei vender um amplificador meu pra pagar o aluguel e dependi do Marco pra devolver esse amplificador, eu azedei. "Alô, Marco. Tudo bem? Então, eu vou passar aí pra pegar meu ampli, ok?" "Ah, acho que tá no Iuiú." Pode ver pra mim onde está? "Tá, ja te ligo". Uma semana depois. "Marco, e meu amplificador?" "Ah, tá no Clayton." Por coincidência eu tava indo no Clayton gravar naquele dia. "Aí, Clayton, meu ampli tá aqui?" Nem. "Marco, cade meu ampli?" "Ah, lembrei! Tá no Ian. Ele levou pra Itanhaém!" Como assim, meu filho? O que meu amplificador foi fazer em itanhaém? Moral da história: já se vão três meses ou mais e nada do meu amplificador. Nada. Sumiu. História assim tem várias. De gravadorezinhos a microfones a cachês de show e cds da banda. Eu nunca liguei porque eu sou um débil mental com dinheiro e bens materiais. Só fui ligar na hora que eu realmente precisava do dinheiro e o cara não esteve nem aí pro meu problema. Sim, o Marco é um folgado irresponsável. A culpa é minha também, deixei ele se esparramar até não ter volta. Agora, se ele pensa que eu acredito que ele não saiba de tudo isso e que ele agiu por inocência, por favor, conta pro boneco. Ele não é burro, ele mesmo assume esse modus operandi. Na tour da Europa eu fiquei uma semana sem olhar na cara dele porque ele começou a me tratar que nem patrão escroto trata a faxineira coitada. Eu fiquei cuidando das finanças da tour e ele deu piti porque queria porque queria a parte dele do dinheiro e eu, calma, daqui a duas semanas a gente tem que dar mil e nao sei quantos euros pro Beatman. Ele deu um chilique, gritou, me tratou que nem empregadinha, essa grana é minha, não quero nem saber, eu vou pegar, quem você pensa que é pra não me dar meu dinheiro e o escambau. Entreguei a pasta das finanças pra ele e disse, cuida disso vc então, seu mané. Se der alguma coisa errada, eu pego o viãozinho e volto pra minha casa. Moral da história: ficamos sem cuidar das finanças por alguns dias. Na semana seguinte, tive que recolher todo o dinheiro de volta pra pagar o Beatman. E ainda tive que por cem euros do meu dinheiro. Coisas desse tipo eu podia citar e citar e citar e escrever um livro inteiro a respeito. Mas não. Não é questão de lavar roupa suja, é questão de jogar roupa velha fora. Eu cansei. Cansei. Já sei bem o que ele vai falar de mim, pode falar mal o quanto quiser. Não tô nem aí.
No fim, ele disse que já tava marcando essa tour dele há muito tempo, antes do show do Campari. Se ele sabia da tour, por que deixou eu marcar o Campari? Eu sei. Porque ele é incapaz de fazer uma agenda, sempre teve alguém pra marcar pra ele e avisar os compromissos com antecedência, ir buscar ele de carro e levar de volta depois. E ainda é prepotente e orgulhoso demais pra assumir isso. E quando vê que fez cagada, ao invés de se desculpar, faz mal estar.
Eu podia por panos quentes nisso tudo, como sempre fiz, esperar ele voltar dos estados unidos, compor mais um disco, gravar, ir pra europa fazer outra tour. Mas eu cansei.
E é por essas e outras que o Butchers acabou. Foi tudo muito bom, os discos estão lá pra quem quiser ouvir. É só roque, eu acho.
segunda-feira, junho 06, 2005
Sábado fomos tirar as fotos pra capa do disco do Cansei. Daí eu quis uma roupa que eu quisesse usar todo dia, não foi difícil escolher. Minha bermuda preferida, minha camisa xadrez preferida, minha camiseta do snoopy preferida, minha meia verde preferida, meu vans destruído preferido. Amarrei o lenço mais bonito que minha mãe tinha no pulso, pedi uma jaqueta jeans da Raquel que faz as roupas mais confortáveis do mundo e pus o chapéu que eu cuendei do Rafa. Daí que eu tava me sentindo pronto pra tudo e tirei minha foto ali no muro da Santa Casa, onde há muitos anos atrás quando eu cansei de estudar no segundo semestre do terceiro colegial e mudei do Logos pro Mackenzie eu e Jussara íamos no morgue ver gente morta na hora do recreio, algo muito mais interessante de se fazer do que ficar naquele colégio nojento olhando aquele bando de patricinha loira com calça da MOfficer conversar sobre Ubatuba. Eu estava com uma ressaca do diabo de sexta feira devido a quantidade incomensurável de sakê, vodka e cerveja que eu injeri de raiva de não ter saído na quinta. Tinha lançamento do Polara no Vegas e tinha Torre, que não tem nem que falar, é pleonasmo falar quinta e Torre, por isso nem vou falar mais da Torre de quinta. Vi que tem uma estampa da Amonstro que o Brunão fez que chama Torre de Quinta. Maior legal. Aliás o Brunão tem escrito THE RISE AND FALL OF THE TOWER, dá pra ler uns trechos em www,tramavirtual.com.br/dj_mendigo. Bateu Ermínia, merda falei um monte da Torre de quinta. E teve o bazar da Raquel e do Rafa no fim de semana mas eu fiquei tão zuado, zuado mesmo, palavrinha horrenda, que nem fui. E eu nem ia ter dinheiro pra comprar as roupas, nem fui pra não passar raiva. Costinha queria que eu comprasse um topzinho dele, o nego, que pena. E já falando nisso, quinta agora tem show do ultrasom, Hey MIck. Lá no Milo. Milo Garagem. Na noite mais legal do Milo. Ultrasom é maior legal, faz tipo um ano que a gente não toca nem sei como vai ser.
domingo, maio 29, 2005
Pissing in a river, watching it rise... e hoje acabou o resto do Jägermeister. Parece que eu levei um soco na boca do estômago, tomei um monte de coca cola por cima, só piorou. Saco, não tenho mais vinte anos. Lembrei quando encontrei Falvito hoje no Jive. Nascemos no mesmo dia, no mesmo ano, praticamente na mesma hora, o que pra mim já é suficiente pra criar um apego. E a dor de estômago me fez ficar só meia hora no Jive. Jazi, envelheci e vim pra casa. Nunca vi tanto veado na rua. Veados de curitiba com seus paletós e all stars, veados do Rio cor de caixa, bichas paulistas fervidas, todos pela rua, atrás de algum tipo de putaria. É muito coisa de veado viajar pra outro estado por causa de uma bobagem como a parada gay. Celebrar orgulho, conta pro boneco. Todo mundo só quer atender, acuendar, ferver, se drogar, beber, ficar de ressaca no dia seguinte. Eu já fico de ressaca todos os dias seugintes. Não preciso de uma parada pra fingir que tenho vinte anos e não tenho muita paciência com esse tipo de gente que só se diverte nessas situações. Pau no cu da parada gay, pau no cu da marcha do Jesus. Queria bem dormir amanhã o dia todo. É aquele tipo de evento que vai render comentário por três semanas seguidas, tipo a ida da Bianca Exótica no Jô. Who cares? Por favor. Nego senta naquele sofá e de repente vira baluarte da ética, dos bons costumes, vira heróí de livro beat, de novela das oito de maior audiência, tem mais lições de vida que o almanaque de lições de vida da Ediouro. Uma mentira atrás da outra. Preguiça monstra, minha filha. Potencial todo mundo tem, inclusive pra ser medíocre, contar mentira, se enganar e no fim, judiação, duvidar de todas as merdas que inventou. E dá-lhe conversinha a respeito de coisas que provavelmente não aconteceram. Ah, que bom, que história ótima. Agora, vai comer ou quer que embrulhe? É mesmo, você tomou oito cápsulas do medo, foi parar na cobertura do Wolf Maia na Paulista com todo o elenco da Malhação fazendo uma orgia e acabou aqui na Loca? Que incrível! Vai comer o quer que embrulhe? Pior que conversinha de taxista.
Estou ouvindo Controller Controller. Foda. Música pra ouvir andando pela Paulista a pé. Com um quarto de ácido debaixo da língua, de coração partido, mas um coração partido de dezenove anos. Um coração partido que não tem contas pra pagar, não tem que acordar cedo pra trablahar, não tem nada melhor pra fazer além de tomar ácido e andar a paulista de ponta a ponta sofrendo um pouquinho, mas no fundo nem aí. Sofrendo por obrigação, tipo ler texto chato da faculdade. Ah tá, meu cu. E quando chega em Silent Seven, volta a fita, ouve, volta de novo, volta, ouve de novo, só mais uma vez, de novo, de novo, denovodenovodenovo. E a vocalista do ControllerController é uma mistura da Clarah Averbuck com a M.I.A. e quinta passada eu tentei ir lá no Milo ver a banda da Clarah, Jazzie e os Vendidos. Enrolei demais em casa, cheguei lá e não consegui entrar. E a Clarah é geminiana também e eu amo. Tenho apego com geminianos. E librianos. Sexo com librianos é sempre bom. Saudades das minhas aulas de arquitetura e não, Fred, não estou me referindo a sua pessoinha. Nunca. Ever, virgo.
Enquanto isso, http://www.controllercontroller.com
Estou ouvindo Controller Controller. Foda. Música pra ouvir andando pela Paulista a pé. Com um quarto de ácido debaixo da língua, de coração partido, mas um coração partido de dezenove anos. Um coração partido que não tem contas pra pagar, não tem que acordar cedo pra trablahar, não tem nada melhor pra fazer além de tomar ácido e andar a paulista de ponta a ponta sofrendo um pouquinho, mas no fundo nem aí. Sofrendo por obrigação, tipo ler texto chato da faculdade. Ah tá, meu cu. E quando chega em Silent Seven, volta a fita, ouve, volta de novo, volta, ouve de novo, só mais uma vez, de novo, de novo, denovodenovodenovo. E a vocalista do ControllerController é uma mistura da Clarah Averbuck com a M.I.A. e quinta passada eu tentei ir lá no Milo ver a banda da Clarah, Jazzie e os Vendidos. Enrolei demais em casa, cheguei lá e não consegui entrar. E a Clarah é geminiana também e eu amo. Tenho apego com geminianos. E librianos. Sexo com librianos é sempre bom. Saudades das minhas aulas de arquitetura e não, Fred, não estou me referindo a sua pessoinha. Nunca. Ever, virgo.
Enquanto isso, http://www.controllercontroller.com
sábado, maio 28, 2005
Bom, faz tempo que não posto nada aqui. Ando ocupado, terminando o disco do Cansei, estamos mixando. São vinte músicas, vinte e cinco dias de mixagem lá no estúdio da Trama. Nunca tinha pisado num estúdio de verdade. Com pré amplificadores de verdade, compressores de verdade, mesa de verdade. Técnico. Tudo nos conformes. E chegamos lá todo dia às nove da manhã e saímos às nove da noite. Doze horas de trabalho por dia. Ainda acho pouco. Se eu pudesse ficava lá vinte horas, vinte e quatro horas seguidas. Está tudo indo tão bem que na verdade eu queria morar lá até o disco ficar pronto. Estamos todos orgulhosos das músicas, sim, vai ser um disco foda, FODA, FODA, FODA. Quarta o Supla foi lá gravar o vocal em FuckOffIsNotTheOnlyThingYouHaveToShow, versão roque. Igual que nem fizemos no TIM Festival. E o Supla é foda. Ficou muito bom. Daí hoje o Carlinhos veio gravar uma guitarra, ficou mais foda ainda. Ficou assim, bem didaticamente falando pra neguinho chochar mesmo, uma mistura de Mudhoney circa 92 com KoolThing do Sonic com Candy do Iggy Pop. Eu não consigo parar de escutar. E o Hugo Frasa fez um solo de escaleta por debaixo do Lovefoxxx Theme que nós encaixamos onde costumava ficar um trecho de WorkIt da Missy Elliot que ficou MUITO FODA. Muito. Segunda feira quero mixar. Vai ser a terceira mixagem a ficar pronta. Por aí vai. Nunca estive tão pobre na minha vida. Todo cagado, endividado, só no aguardo do pagamento. Não tô nem aí, nunca estive tão feliz, tão tranquilo, dormindo tão bem. Apesar dos pesares, que sempre estarão lá e que eu tento não dar importãncia, alguém avisa, eu nunca imaginei que ia estar tão bem. Tipo sábado, que foi o pior aniversário da minha vida, o pior de todos. Fui almoçar com minha avó, querida querida. Meu pai estava lá e é sempre estranho ficar no mesmo ambiente que ele. Almocei com minha avó, ele ficou na sala de tv assistindo futebol. Ou qualquer outra coisa no canal de esportes. Tanto faz. Daí eu vim pra casa e as únicas pessoas que me ligaram pra me dar parabéns foram minha irmã, minha madrinha, o playmobil e a Ida. O resto sisqueceu. E eu peguei morte. As usual. No fundo eu tenho preguiça das pessoas todas. De todas elas. Não me importam. Elas sempre tem algo mais interessante pra fazer. Sorte delas. Eu tenho também, então nem sei porque me preocupo com o fato de se esquecerem de mim. Daí fomos para Santos tocar. Eu bebi muito, capelei, cai do palco, quase quebrei o joelho. No dia seguinte em casa dormi com um emplastro Targus enrolado no joelho e ficou bem. Ah, que sono.
E hoje eu bebi tipo meia garrafa de Jägermeister. Como é bom. Acho que devia ter Jägermeister em todos os bares de São Paulo. quinta eu dei um toque pra Ermínia comprar pra por na Torre. Ela falou que quinta que vem vai ter, pena que agora eu vou ter que ficar um mês sem ir lá. Acho que a garrafa vai durar, aqui ninguém tem o costume de tomar Jäger.
http://www.jager.com/
E hoje eu bebi tipo meia garrafa de Jägermeister. Como é bom. Acho que devia ter Jägermeister em todos os bares de São Paulo. quinta eu dei um toque pra Ermínia comprar pra por na Torre. Ela falou que quinta que vem vai ter, pena que agora eu vou ter que ficar um mês sem ir lá. Acho que a garrafa vai durar, aqui ninguém tem o costume de tomar Jäger.
http://www.jager.com/
quinta-feira, março 31, 2005
Go 'way from my window,
Leave at your own chosen speed.
I'm not the one you want, babe,
I'm not the one you need.
You say you're lookin' for someone
Never weak but always strong,
To protect you an' defend you
Whether you are right or wrong,
Someone to open each and every door,
But it ain't me, babe,
No, no, no, it ain't me, babe,
It ain't me you're lookin' for, babe.
Go lightly from the ledge, babe,
Go lightly on the ground.
I'm not the one you want, babe,
I will only let you down.
You say you're lookin' for someone
Who will promise never to part,
Someone to close his eyes for you,
Someone to close his heart,
Someone who will die for you an' more,
But it ain't me, babe,
No, no, no, it ain't me, babe,
It ain't me you're lookin' for, babe.
Go melt back into the night, babe,
Everything inside is made of stone.
There's nothing in here moving
An' anyway I'm not alone.
You say you're looking for someone
Who'll pick you up each time you fall,
To gather flowers constantly
An' to come each time you call,
A lover for your life an' nothing more,
But it ain't me, babe,
No, no, no, it ain't me, babe,
It ain't me you're lookin' for, babe.
Leave at your own chosen speed.
I'm not the one you want, babe,
I'm not the one you need.
You say you're lookin' for someone
Never weak but always strong,
To protect you an' defend you
Whether you are right or wrong,
Someone to open each and every door,
But it ain't me, babe,
No, no, no, it ain't me, babe,
It ain't me you're lookin' for, babe.
Go lightly from the ledge, babe,
Go lightly on the ground.
I'm not the one you want, babe,
I will only let you down.
You say you're lookin' for someone
Who will promise never to part,
Someone to close his eyes for you,
Someone to close his heart,
Someone who will die for you an' more,
But it ain't me, babe,
No, no, no, it ain't me, babe,
It ain't me you're lookin' for, babe.
Go melt back into the night, babe,
Everything inside is made of stone.
There's nothing in here moving
An' anyway I'm not alone.
You say you're looking for someone
Who'll pick you up each time you fall,
To gather flowers constantly
An' to come each time you call,
A lover for your life an' nothing more,
But it ain't me, babe,
No, no, no, it ain't me, babe,
It ain't me you're lookin' for, babe.
quinta-feira, março 24, 2005
Meu deus, que esquisito. Esquisito, esquisito, esquisito demais. Fui lá fazer o show que a princípio era pra arrecadar dinheiro pra Cha. Daí acontece que ela morreu antes do show. E resolvemos fazer o show assim mesmo, custa caro morrer. Ainda mais quando você fica cinco meses sem conseguir trabalhar com dores. Ok, tá, não vem ao caso. Ou vem, mas tá, estou bêbado, muito bêbado. Cheguei em casa há uma hora e fui silcar camiseta por falta de sono, tipo quatro da manhã. Mas voltando, fomos lá no Jive. Passamos o som, o Seu Feltrinho, aka Jeff Molina, alguém avisa, é o cara mais querido do mundo, ajudou a gente a passar o som, caramba, ficou bem legal. Queria ter dinheiro pra patrocinar esse tipo de gente. Logo mais, logo mais. Daí eu estava super animado, saímos de lá e fomos até o Prainha tomar birinaite (o meu mal é a birita). Eu, Deedee, Clara, Ana, Carol, Tica, Kaninha Dircinha, Mary, Iracema e a amiga dela que entrou hoje pro clube do desemprego, ô coitada, esqueci o nome dela, viva a esclerose alcoólica. Daí estávamos lá bebendo, começou a pior chuva do mundo, e bebe, bebe. O Prainha é do lado da TFP e a gente gritava TÊ-ÉFE-PEIDOOOOO bem alto. Na volta, gritamos TÊ-ÉFE-PEIDOOOOO muito, era peido, peido, peido, TÊ-ÉFE-PEIDOOOOOO e fazíamos peido com o sovaco pffff pfffffff pfffffff e Carolina batia palmas PEIDO PEIDO PEIDO e eu ri tanto que tive espasmos. Kaninha Dircinha com sua sombrinha gritava "olha o teatro mambembe" e pulava chacoalhando um frevo desgraçado. Pode-se dizer que foi o momento catártico da noite. Peido, peido, peido. Ok. Talvez não faça muito sentido isso tudo escrito, mas na hora fez. E voltamos lá pro Jive uma meia noite e meia. Tinha um monte de gente no boteco da Alameda Barros, todo mundo meio borocochô, "ahn, tá meio vazio, ninguém veio". Daí começou a cair a ficha. Bom, meu caro, ninguém tá muito afim de festa. Ninguém que era muito próximo da Cha, pelo menos. Dos quatro DJs marcados pra festa, só a Lu Riot apareceu. E o Pomba, fofo, abriu a noite pro salão vazio. Entramos, umas sessenta pessoas lá pra ver os shows, alguns rostos conhecidos, próximos da Chá. Mas 95% do povo que TINHA que estar lá abafou. Na hora que subi no palco, fui acometido por uma tristeza inexplicável, como se só naquela hora eu tivesse consciência de que o motivo da festa era a ausência, a saudades, a tristeza, a dor e a dívida da Charlote, em suma, uma coisa muito desgraçada e que nada tinha a ver com festa, com alegria, com confraternização e sim com silêncio. De repente a última coisa que eu queria fazer era um show. Eu queria ir pra casa. Naquela hora. A ausência dos amigos mais próximos à Cha tirou totalmente a razão de ser daquela "festa" e tudo que eu senti foi incômodo e constrangimento. Na hora de PartyAnimal fui lá fazer minha dança ridícula, foi a sensação mais próxima do suicídio que eu já tive. Efim. Meu cu. Quem tinha que ir não foi, não foi arrecadado dinheiro suficiente pra pagar as contas de Cha. Ok, tá todo mundo triste, mas acho que todos os AMIGOS mesmo tem uma responsabilidade para com ela. Muito esquisito.
quarta-feira, março 23, 2005
Acordei as nove da manhã, vim aqui pra casa, trabalhei um pouco no disco do Cansei. Daqui a pouco vou gravar tudo sozinho, cansei de esperar as pessôe (como diria bob ernest) virem aqui fazer suas partes. Daí fui andando até a Heitor Penteado, encotrei com a Larissa do outro lado da rua, trocamos tiaus e gritinhos histéricos de quem não se vê há algum tempo. Eu estava indo encontrar com a Clara e a Deedee e a Emily para comermos no Gopala. Fiquei com preguiça de ir de metrô, eu tenho um monte de dinheiro no meu bilhete único, resolvi gastar os ônibus do Serra. Tomei o primeiro que passou, pena que ia direto pra Paulista, eu estava com vontade de tomar vinte ônibus só de raiva dele. Desci na Paulista, fui andando até a casa da Clara. Subi lá, logo as outras meninis chegaram, fomos pro restaurante. Não gosto muito do Gopala, tudo frito, cheio de gordura. Pedi meio prato. Emily estava triste que ia embora do Brasil hoje e eu estava triste que ela estava indo, estou super apegado nela. Nunca tive uma amiga dyke de bigode e barba. Não é esse o motivo de eu estar apegado à Emily, lógico. Ela é doce e inteligente e querida. E fez um disco incrívi, como ela mesma diria, que eu não consigo parar de ouvir no carro. Mas hoje eu estava sem carro e depois do almoço fomos na Augusta tomar um café. Enchi o saco da Clara para ela me dar a inscrição falsa da faculdade para eu fazer uma carteirinha de estudante, fomos no cyber e eu imprimi uma cópia para mim. Iés. Quero pagar meia, pufavô, obigádu. Daí Deedee teve a melhor idéia do dia: tomar champanhe no Terraço Itália. Estamos todos desempregados mesmo, que que tem? Sentamos lá em cima e olhando aquela vista assustadora dessa cidade horrenda pedimos o drink mais mulezinha que tinha no cardápio caro: kir royal. Um pra mim, outro pra Deedee. Clara foi de Cerpa, Emm foi de caipirinha. De pinga. Ficamos um tempão lá, bebendo, rindo, esperando por nada. Aquela angustiazinha da despedida. Enfim, fomos pro aeroporto. Chuva, trânsito. No aeroporto, fui na Pizza Hut e fiz minha carteirinha de estudante com o papel tosco mal impresso. Trinta real. E aí, sou estudante, só pago meia. Que nem na música do Tetine que eu tinha que cantar lá no karaokê do bonde do tetão no dia que choveu dentro de casa e eu não fui. Emily se foi. Voltamos pra casa. Não gosto de terças feiras. Não tem nada pra fazer a noite.
segunda-feira, março 21, 2005
Foi há muito tempo atrás, Eu ainda estava deslumbrado com a vida que aparecia na minha frente, cada dia com uma novidade diferente, novidades que me deixavam com orgulho de finalmente as ter encontrado, que me faziam vislumbrar uma vida que eu vinha procurando e me faziam ter certeza que eu estava no caminha certo. Como era bom começar a ter vinte anos, eu tinha tantas certezas e princípios que fui perdendo pelo caminho até começar a fazer trinta. Minhas amizades eram mais sólidas que a vida e a vida parecia estar muito longe de poder ser perdida. Eu tinha a força de vontade de mil homens, cumpria meus pequenos rituais com uma soberania samurai e acima de tudo, tinha certeza de estar no controle. No controle do que? No controle, oras. Eu não entendia muito sobre o que eu mantinha controle, mas a mais ínfima sensação de estar no controle já me era suficiente. Se eu quisesse e me dispusesse, nada daria errado. Com o tempo, dar errado deixou de parecer tão horrível até se tornar uma idéia com a qual eu me acostumei. Como o dia que eu deixei de lado a ginástica, o karatê, o aikidô, o piano. Outras coisas surgiram no lugar, minhas bandas, o aluguel, os cachorros. O emprego. Maldito emprego, que me ocupava quinze horas por dia. Acho bom culpar o emprego. Porque eu sinceramente não penso em voltar a trabalhar quinze horas por dia nunca mais. Eu odiei todos os meus empregos, Por menos pior que fossem, eu odeio todos eles. Em alguns lugares eu me apeguei às pessoas que trabalhavam comigo, mas eu nunca, nunca me apeguei ao meu emprego. Sempre o fiz com o maior desprezo que eu já senti na vida. Talvez por isso nunca tenha conseguido dar valor ao dinheiro que eu ganhei. Nunca consegui guardar dinheiro. Eu me sentia tão miserável trabalhando que eu torrava o salário com o maior prazer. Eu merecia ter coisas caras depois de fazer aquelas coisas hediondas pra vender porcarias que ninguém precisa ter. Eu caía na minha própria armadilha. Passei dez anos fazendo música pra enganar os outros. Escrevendo asneiras pra ressaltar qualidades de um carro que eu nunca ia ter. Daí um dia comprei um carro caro. E acabei com ele na estrada depois de entrar em coma alcoólico da vodka que eu tinha ajudado a vender fazendo uma trilha escrotíssima. Sim. Eu não me orgulho de uma merda de trilha que eu tenha feito. Nunca copiei um repertório, tenho vergonha. Trilha de publicidade é tudo cópia, tudo copiado da maldita referência. Tive pena o dia que meu patrão falou que ficava assistindo o repertório dele na casa dele com os filhos dele. Fiquei com raiva da maneira com a qual ele quis me por pra baixo dizendo que nem ia me mostrar o repertório dele pra eu não me sentir mal. Ainda mais ele que produziu tantos discos, tocou em bandas tão legais. Não entendo. Me demiti no mesmo dia. Quando foi que tudo começou a desandar mesmo? Quando eu deixei o karatê de lado? Pra que foi que eu deixei o karatê de lado? Pra fazer trilhazinha pra vender promoçãozinha de companhia telefônica? Pra que? E se eu morrer amanhã? E se eu ficar incapacitado amanhã? O que eu vou ter feito da minha vida? O que? Bom, faz tempo. Uns dez anos. Mais. Com certeza. Eu acreditava que eu faria tudo aquilo que eu tivesse vontade. E eu conhecia pessoas incríveis que viviam suas vidas da maneira que elas bem entendiam e eu me sentia muito a vontade entre elas. E sábado a Charlotte morreu e eu sinto muito, muito, muito, vou sentir muita falta de ter por perto uma pessoa que sempre fez o que bem entendeu e que só de estar por perto me fazia sentir seguro, porque ela era uma dessas pessoas nas quais eu tinha fé e tinha certeza que sempre ia estar lá. Agora ela se foi e não sei de onde eu sei que não posso deixar de acreditar naquilo que sempre foi importante pra mim, que sempre me deu forças pra acordar as cinco e meia da manhã pra ir treinar. Pode parecer piegas tudo isso, ainda mais se você acorda cedo todos os dias pra passar mais da metade da sua vida com o rabo preso na cadeira se matando de trabalhar por um dinheiro que você gasta mal. Mas como diria a Cha, "pelo menos era um ser humano".
Ser humano? Sei. Conta pro boneco.
Ser humano? Sei. Conta pro boneco.
sexta-feira, março 18, 2005
quarta-feira, março 16, 2005
O rock é super caixa. Caixãozão, kraft. O rock faz bronzeamento artificial, drenagem linfática e aplicação de botox lá na LeRu. Usa bolsa Luis Vuitton falsificada que comprou lá no Stand Center da Paulista junto com o bonezinho VonDutch cafonérrimo. Caixa. O rock não tem mais jeito, não tem mais aviso que arrume. Quebrou, degringolou. Encaixotou. O rock é caixa. Levaram o rock a sério, ninguém avisou. O rock se mudou, mudou pra Moema, diz que é um bairro ótimo. Come uma tábua de frios no Johan Sehn aos sábados. Toma um chopp vendo futebol na casa do vizinho. Vai à feira na Arapanés de domingo e depois pede um pizza na hora do Fantástico. O rock assina O Estado De São Paulo e prefere ler a home do Terra. Fica feliz quando compra a Veja no supermercado. Ô, rock. Coitadinho. Em protesto fiz tie dye em todas as minhas camisetas pretas, comprei brincos de pena, gravei um cd com os sucessos da Ivete. Rock, você não vale um ovo.
quinta-feira, fevereiro 24, 2005
Fui pro Rio no fim de semana. Como sempre, fiquei com vontade de morar lá mas me convenceram que se eu morasse lá eu ia odiar... novidade. Daí encontrei uma amiga minha que falou que sempre lê meu blog e eu fiquei com um pouco de saudades de escrever aqui, faz muito tempo que não escrevo. E agora com o advento do Speedy aqui em casa e com meu atual estado de desemprego compulsivo, fica mais fácil. Pois é, me demiti. De novo. Bem que eu tentei ir lá trabalhar. Consegui por mais de um ano. E foi aquela coisa dos infernos, nunca tinha hora pra sair, nunca sabia se ia ter que trabalhar no fim de semana, pra tirar férias foi um pouco complicado, tive que convencer que eu tinha o direito de sair por um mês SIM, não me pagaram as férias, tá. Não vou reclamar do meu ex emprego por mais que eu tenha vontade. Foi bom. Ganhei dinheiro de um jeito que eu provavelmente não vá mais ganhar. Comprei muito equipamento. Engordei doze quilos. Que vieram com o advento do judaísmo na minha história pessoal, o que não vem ao caso. Blábláblá. Quer virar hétero? Pergunte-me como. Tá. Bem, continuando. Me demiti. Ufa. Chegou num ponto que eu tive que escolher: ou eu levava pra frente minhas bandas ou virava publicitário. Não foi muito difícil escolher. Ainda mais depois da turnê do Butchers pela Europa em novembro do ano passado. Um mês viajando, tocando TODOS os dias. É ISSO que eu quero fazer da minha vida. Não ficar trancado num estúdio SOFRENDO dezoito horas seguidas pra fazer o efeito da bola de basquete do Toni Tigre da Kellogs. Nem a pau. Pau no cu do Toni Tigre, nada pessoal. Mas sinceramente, eu tenho coisa mais importante pra fazer. Ok. Sendo um pouco menos específico, até porque o Toni Tigre foi a última gota que fez transbordar o copinho de café da minha paciência. Como eu ia poder ficar lá fazendo coisas que eu não tinha o menor interesse depois de tocar em Ljubljana? Como ficar trancado naquela sala sem uma vista depois de ir pra Praga? Kortrijk? Viena? Berlim? Deus me livre. Deus me livrãozão. E lá na europa, a cada show que fazíamos, ia crescendo um sentimento de incompatibilidade que me tirava o sono. Como autenticar o que eu estava fazendo se dali há algumas semanas eu ia ter que voltar a fazer música pra vender coisas que ninguém precisa? Sendo que o tempo gasto com essas duas coisas era inversamente proporcional. Eu hein.
Assinar:
Postagens (Atom)