Leu porque quis, não me encha o saco.

quinta-feira, março 23, 2006

O que é pior que um jornalista frustrado? Um jornalista frustrado feio. Análise já.

quarta-feira, março 22, 2006

Pronto, soltaram a nota da tour e do contrato com a Sub Pop. E a academia anda bombando também, todo dia, todo dia. Correndo meia hora, musculação, yoga e pilates. E ontem fui lá ensaiar com as Hugh Grants Neurotic Mother in Laws e foi maior legal, estreei minha guitarra verde semi acústica. O que meu deu a maior vontade do mundo de tocar com o Butchers, caralho porra puta que o pariu, Juvenal. Recebi um email do Jonas hoje, quase caí da cadeira. Acho que ele vai conseguir tocar no show do dia 12 de abril, ou iés? Iés. Acho bom, não temos ninguém pra tocar mesmo. Trio parada dura back to business e eu quero fazer o disco MAIS podre, mais podre mesmo, mais tosco, mais horrivel para o fim do mundo. Um tributo antropofágico ao Dial M for Motherfucker com Sweet Little Hi Fi (que eu sei que não é do dial m for motherfucker, quem perguntou?) tocada de trás pra frente bootlegada com Constant Pain e Spin Out acompanhada pelo Blixa Bargeld no toco de lata. Bu.

segunda-feira, março 20, 2006

Sexta feira fui pra Curitiba. Tocamos lá sexta e sábado, dois shows bem mais legais do que o outro que fizemos lá há um mês e meio atrás. Eu tive que trabalhar sexta então acabei indo de avião pra lá, bendita Gol com suas promoções de cinquenta reais. Só que o avião saía de Cumbica então saí daqui do estúdio às cinco horas da tarde, peguei um singelo táxi que custou vinte reais até o shopping Eldorado, onde eu tomei o Airport Bus Service por módicos vinte e quatro reais. Cinquenta da passagem mais vinte do táxi mais vinte e quatro do ôônsss, praticamente cem roial. Tá, ainda estava na vantagem, uma passagem só de ida da TAM para Curitiba custava 489 reais. O vôo estava programado pra sair de Cumbica às nove e dez da noite mas acabpi decolando dez e meia por conta de uns peruanos paraguaios chilenos pablitos dos infernos que ficaram presos na imigração saindo de uma conexão. Pousamos em Curitiba quarenta minutos depois da decolagem, onze e dez. Liguei pra Fernanda, peguei o endereço do ECO HOSTEL onde elas estavam, o mesmo que ficamos da outra vez, cheio de pernilongos, aranhas, mofo e afins. Colei na guichê do táxi e fui perguntar quanto custava pra ir do aeroporto até lá. "Oitenta e quatro reais". Cuma? "Oitenta e quatro reais". Pufavô, bigadu. Eu não pago oitenta e quatro reais num táxi nem fodendo. Paguei cinquenta pra voar 600 quilômetros num Airbus 747, não vou pagar oitenta e quatro pra cruzar 23 quilômetros num Fiat Palio. Fui pra fila do ônibus, paguei seis reais e uma hora e meia depois eu cheguei no centro de curitiba. Quarenta minutos pra ir de SP pra Curitiba, uma hora e meia pra ir do aeroporto de Curitiba até o centro. Peguei um táxi e vinte reais depois cheguei no hotel. Tipo uma da manhã. Saí do estúdio às cinco da tarde. Cheguei no hotel em Curitiba à uma da manhã. Contabilizando oito horas de peregrinação concluí que se eu tivesse ido de jegue tinha chegado mais rápido. Adentrei o quarto resmungando, maldizendo Cumbica, maldizendo o Afonso Pena, a Gol, os ônibus, os táxis, o Brasil e a humanidade. Nem me troquei, fomos pro lugar do show com a roupa que eu tinha passado o dia inteiro, aquela sensação de estar suado de banco de ônibus, táxi, avião.
Então eu bebi, ah, bebi. Bebi cerveja, bebi vinho, bebi vodka. Camilão deu a luz: "hoje vou misturar tudo pra ver o que acontece". Ahn, não sabe ainda? E eu, tomando tudo isso com antibiótico, o que será que acontece? Uns diziam que nada, outros diziam que eu ia morrer. Pff. Sei, já tomei cada coisa que eu nem sei de onde veio, não vai ser uma tetraciclina com pinga que vai me matar. E depois do nosso show teve o Bonde do Rolê e eu achei bem divertido. Rebola, rebola, tchem tchom, uou uou. E era aniversário do Beto e pra dizer a verdade não me lembro direito o que mais aconteceu. Fomos no KHARINA (caráina) depois e eu comi um chisburgão incrivel com chopps KAISER que ninguém merece, mas fazer o que...
Acordamos ao meio dia no sábado, fizemos as malas, pusemos na van e fomos comer. Uns quatro pratos de feijoada depois (e eu estou falando quatro pratos porque realmente eu comi quatro pratos de pedreiro de feijoada e por pouco não foram cinco, seis) fomos tomar sorvete na Formiga e fomos lá pro lugar do show. Sábado o show era matinê e quando chegamos, centenas de crianças modernosas estavam nos aguardando com seus cabelos coloridos e suas demonstrações de sexualidade livre. Duas sapateens trocavam beijos calientes na frente de um grupo de mães que não conseguiam disfarçar o constrangimento. E o show para a criançada foi mais legal que o de sexta e assim que acabou entramos na van e viemos vuados pra São Paulo. Pegamos a estrada às nove, chegamos em casa umas duas e quarenta da manhã. Cinco horas e quarenta de viagem, bem mais rápido que a peregrinação de sexta. E a piada que quase não tinha graça quando estávamos chegando: e aí, vamos pra réus? Deuzulaivre, afemaráia. Nunca mais, Nicolau. Nunca mais por uns meses, quero dizer. Assepsia social 2006 rula forte.

segunda-feira, março 13, 2006

Aliás, don't see you in Nelson...
Não consigo parar de escutar o Transa do Caetano. Daí eu ponho uma havaiana menor que meu pé e me sinto no Logos. Hora do recreio, aquele cheiro de escola, cantina, enroladinho de queijo e pIzunto. Aquela gente Ubatuba, mezzo hippie, mezzo boy, Rush e Caetano Veloso, maconha na praça do ovo e pinga no gororoba's. Pior no segundo colegial que tinha aula à tarde. Aula de laboratório de química e inglês. Acho que tinha mais coisa, mas eu fumava tanta maconha e tomava tanta pinga que realmente não me lembro. Nem sei como passei de ano, lembro que quase peguei dp e física e física sempre foi tortura chinesa pra mim. O trenzinho vem a 230 milhas por milésimo de segundo da esquerda pra direita com uma leve inclinação de 32 graus negativos num terreno de 32 onças. Ahn. Pau no cu do trem. E o professor de química? Ele tinha um fusquinha verde que parecia uma ervilha e toda semana alguém descobria onde o carro dele tava parado e enchia o buraco da chave de super bonder. Eu nunca fiz isso. Tadinho, ele era bonzinho e sempre deu notas boas pras minhas maquetes moleculares toscas. E o Caetano, que tem a ver com isso mesmo? Na hora do recreio rolava a rádio Logos. Quando não tocava Rush, tocava Caetano. Basicamente é isso. Hippies malditos do pé sujo com cordinha de búzio no tornozelo. Cresceram e se viciaram em rivotril e frontal.

sábado, março 11, 2006

http://www.windishagency.com/


See you in Nelson! (Nelson, BC, Canada, macaca.)

sexta-feira, março 10, 2006

An' if anybody asks me, "Is it easy to forget?"
I'll say, "It's easily done,
You just pick anyone,
An' pretend that you never have met!"

Grande Bob.

quinta-feira, março 09, 2006

I did not start this conversation, I don't intend to keep talking about it. Como se houvesse outra coisa pra falar. Mas isso não é da conta de ninguém. No ones biznas but mine.

quarta-feira, março 08, 2006

Everything is moving. Esse horário logo após o almoço é o pior. Um sono indizível, incontrolável. É a falta do cigarro também que me deixa nesse estado de hipnose. Parece que dentro da minha cabeça existe um peso, um peso doce e redondo, girando muito rápido atrás da minha testa fazendo com que a única coisa capaz de me deixar tranquilo é fechar os olhos e deixar o pescoço ceder ao peso que gira, gira, gira. E eu fecho os olhos e eles ardem gelados, grudam as pálpebras, o que eu sinto está longe de ser sono. Acho que se eu deitasse na minha cama agora eu só levantaria depois de amanhã. Ontem quando cheguei em casa estava assim, não tinha fumado o dia todo. Deitei no sofá, o Hugo subiu, se encaixou do meu lado, Yoko bem que tentou mas não havia espaço pra ela lá. E lá eu jazi. Dormi, fui sugado pra dentro do sofá. Sofá com turbilhonamento automático aquele, chacoalhei, rodei, tive pesadelos, experiências fora do corpo, vi cavalos. Daí o telefone tocou, eu levantei, automaticamente acendi um cigarro, sem pensar. Traguei. Tóin. Voltou tudo ao normal. Alô. E assim o dia começou de verdade, às oito e quarenta da noite.

terça-feira, março 07, 2006

*momento iconoclasmo bizantino da semana*

take me and make anything you want
tonite i'm pretty easy for you
i won't tell you what it's like to be abused
so you can drug me all you want
i'll take anything you give me
i'm gonna make it comfortable
i'll take anything you give me
i'm easy
(surrounding white noise, ultrasom circa 1996)


Achei dois cds antigos do ultrasom que eu achei que tivesse perdido. Antigos? De 98, é, vai, meio antigo. Tipo depois que a Roberta foi embora pra Nova Iórque e o Iano sumiu. E logo depois que eu gravei o Set on Fire e o Settle Down sozinho e estava em crise porque não dá pra ter uma banda só consigo mesmo (ok, Settle Down foi o primeiro cd do ultrasom que eu gravei tudo sozinho depois que os membros da banda debandaram, Set on Fire foi o segundo, final de 97, começo de 98). Esses dois cds que eu achei tem o Marquinho tocando bateria e foram gravados na garagem da casa dele. O primeiro, de 98, foi gravado num Adat emprestado num sábado chuvoso e tem escrito em caneta vermelha "It's a small world". Tem uma versão de Surrounding white noise bem grunge, um take meio psicodélico de Next que eu gosto mais do que a versão "original" do Settle Down e uma música muito, muito barulhenta meio soniquiútica, It's a small small world, tipo mamãe comprei um Big Muff olha que distorção incrível. O segundo, de 99, tem escrito "The Stubborns" também com letras vermelhas dentro de uma flâmula. Gravado no meu Fostex de quatro canais, tem umas músicas bem bizarras. No Wonder tem uma frase que eu lia todo dia no metrô quando morava em NY, "it could be worse, i could be doin laundy". Dogman é um fora musical depois de um pé na bunda, tá, desculpa. X Girl t-shirt girl eu fiz em 95 inspirado na "cena" roqueira meio guerreiros daquela época. Onze anos atrás eu tinha vinte, dá um desconto.
Tá lá na Tramavirtual.

sexta-feira, março 03, 2006

Um tédio. Estou protelando começar um trabalho só porque eu já sei que vai ser chato passar três horas seguidas fazendo a mesma coisa. Corta aqui, cola ali, equaliza, timbra, comprime, desenha o volume. Procura efeito de helicóptero. Clica ali, escreve aqui. Afe. Preferia estar em casa passando um pano na sala. Ontem eu fiz uma faxina MONSTRO no estudio, parece outro lugar. Dá até pra gravar o disco novo do Cansei la, tanto espaco que apareceu. Aliás, preciso ir lá no Berlin pegar minhas coisas pra gravar. E falar com o Jonas. Eita.

quinta-feira, março 02, 2006

Ok, tudo quase fechado, logo mais eu vou escrever sobre isso aqui. E ontem e anteontem eu fiquei assitindo o dvd dos Pixies e vendo eles em turnê e como eles eram especiais mesmo e eram especiais os quatro juntos, separados nunca conseguiram pelo menos fazer algo tão contundente quanto o Surfer Rosa e suas duas músicas perfeitas de abertura, Bone Machine e Break my Body. Hold my bones, hold my bones. E Bone Machine é pra mim uma das músicas MAIS tristes de todos os tempos e triste sem ser gótica e gay, não é uma música sensível pra gente que coleciona gravuras e cachimbos e encomenda revistas importadas de arte (got it?). You're looking like you've got some sun, your blistered lips have got a kiss, the days are lit like everyone, uh oh, uh oh, uh oh, uh oh... you're bones got a little machine, you're the bone machine. Tá ligado? Ou nem? Eu tô. Daí falando em coisas tristes, eu fui assistir o Brokeback Mountain e por um lado eu fiquei com o pé atrás esperando o momento que eu ia começar a gostar do filme, do outro eu tive um deja vu déja-vu dèja vu sei la sem tamanho e acabei chorando em dois momentos: quando o caubói menos veado diz para o outro caubói veado bem bonito "eu sou assim por sua causa", ô coitado. Fiquei com pena, com tanta pena. Vida desgraçada. E quando ele acha a camiseta toda xujinha de xangue. Tipo, putz. Puuuuutz. Chuif, single tear. Quero assistir de novo, acho que vou essa semana. Mas ainda me identifico mais com a tristeza do Charles Thompson aka Frank Black aka Black Francis. E chega de tristeza também porque nem tenho motivo, aliás, motivo só tenho pra estourar rojão. Cabum. Vou fingir que julho é depois de amanhã e já deixar aqui registrado um TIAU BRASIL bem grande em letras garrafais E itálicas. Aqui se faz, aqui se paga. Muá! Adogo! Ah, e antes que gente que lê isso aqui e se acha íntima o suficiente pra achar que eu tô mandando recado, se liga, macaca. Não mando recado por blog, fotolog. Só ao vivo. Se eu não te conheço (e conhecer implica encontrar toda a semana, frequentar a casa, ter o mesmo círculo de amizades, estar na minha lista de msn), com certeza não estou escrevendo sobre você ou para você especificamente.