Leu porque quis, não me encha o saco.

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Quem pôs pregos dentro da minha cabeça? Ê, mãe lora, macumbera do caraio. Quebrante maldito, mas quebrante de anão não pega não e dessa vez não estou me referindo a anã Sol. Anão metido a índio, anão artista plástico do caralho. Tá, pronto, passou. Isso que dá continuar indo na Torre de quinta, aliás quem pensa que quinta se refere ao dia da semana tá bem enganado. E fomos lá no Yamaga finalmente, acho que desde novembro eu não ia lá. O meu velho sushiman que parece o Noboru, meu sensei de karate, estava lá, acho que ele passa grecin 2000. E a garçonete simpática me deu um monte de sakê a mais e eu e Camila ficamos bem tortos. Saímos de lá, passamos no Vesgas e tava uó, cheio de criança rocker-clubber, tipo olho pinthttp://www.blogger.com/img/gl.link.gifado. Um medão, fugimos de lá depois da segunda cerveja. Paramos no postinho de sempre ali na Lorena, tomamos uma DosEquis e fomos pra fiadaputa. E claro que tava um cheque, não é mesmo? Claro. Pelo menos não tinha anão índio artista descolado do caraio pra eu ter que fingir que não tava vendo. E tinha lá a turma do fundão, e blábláblá, fugi às quatro da manhã, completamente ciente que não tinha sido nada produtiva essa saída sem graça de quinta. Ainda cheguei em casa, gravei um baixo numa música nova do CSS e fiquei imaginando os Franz Ferdinands ouvindo nosso cd com o Edu (e achando do caralho, diga-se de passagem, tá, desculpa) e dormi bem quentinho, depois de um banho de sal grosso com lysoform pra ver se a nhaca saía. Xô, nhaca, xô olho gordo, xô anão artista índio descolado do caraio. E xô, avoa urubu rei. Xô, Gugu. Xô gente chata do caraio. Vai aqui e aprende uns assuntos novos.

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

and I don't care if you're ashamed
well you kids are really weird these days and I say
it's not that I'm too old
it's just that I don't care
and even if I did
you'd probably wouldn't understand
cuz you're afraid of my dirty fingers
my dirty fingers are all over you


E hoje eu dei um tapa no myspace do Butchers. Ontem marcamos o primeiro show depois de sabe-se lá quanto tempo, tipo vai quase um ano já que não fazemos show. Tempo pra dedéu. E vamos comemorar 10 anos de banda, ô ê ô, uma eternidade pra mim. E vai ser lá na Funhoze, fazer o que, não tem mais onde tocar nessa joça de cidade duzinfernos. O JukeJoint vai reabrir, aposto que com o mesmo tapete cheio de ácaros, o que por um lado é muito bom, quem sabe os ácaros conseguem guardar a "vibe" do lugar, eita palavra nojenta, vibe. Tipo a vibe da balada ponto kit ponto net. Mas tá, caxotão mesmo. E parar de fumar tem sido um fiasco, todo dia eu chego a noite em casa e enrolo um cigarrinho, um só, que acaba virando três e no fim do terceiro eu já estou tendo certeza que não está bom, nem um pouco, e sempre passa um seriado hospitalar na televisão e eu fico imaginando sondas e soros e apago o terceiro antes do fim. Vou tirar essa televisão, odeio. Macumbão. Eu chego em casa, estatelo no sofá e já ligo no Universal, emendo um Law&Order no outro, CSI em CSI e quando eu vejo, são onze da noite e tá na hora de dormir pra tentar acordar cedo e ir nadar. Aliás, já estou fazendo 1800 metros por aula, tá ótimo. É bom nadar com o patrão na raia do lado, eu fico naquela competição maluca dentro da minha cabeça e nem finjo que estou cansado só pra não ter que ir e voltar mais uma vez, mas sempre tem mais uma vez até os 45 minutos de treino acabarem. Puta tédio. Faz cinco de crawl (krau). Acabou? Faz dez com o palmar e a nadadeira, vai krau e volta de costas. Acabou? Pega o balde. (ODEIO O BALDE, MALDITO BALDE DO CARALHO) Faz doze, bem forte. DOZE? COM O BALDE? Pode por a nadadeira. Ahh, obrigado. Saco. E vai, e volta, e vai, e perde a conta, quantas eu fiz mesmo, oito ou quatro? Vish. Ainda bem que o treinador tá sempre contando. Opa, campeão, faltam três. Jura? Saco. Não diga. E daí ontem quando acabou o segundo CSI eu tinha lembrado que a Camila ia me ligar pra gente jantar e eu estava com uma fome do caralho alado. Mas ela não ligou e não tinha pão, eu tinha comido todo o resto da torrada de pão árabe velha que tinha no fundo do armário e me deu uma vontade, mas uma vontade de comer filé de frango com arroz, nem pensei, fiz. Viva o George Foreman grill, pena que aquilo é um pesadelo pra limpar. Aquela espátula de merda não limpa porra nenhuma, um papel seco então... só queima os dedos, porque eu sou ansioso e não vou esperar a merda esfriar pra limpar. Daí eu comi, foi tão bom, fiquei quentinho e subi pro quarto. A empregada deixou meu travesseiro sem fronha, acho que pra me dar um toque que ele está REALMENTE nojento, cheio de manchas nojentas, mas esse travesseiro é o mais gostoso do mundo inteiro, daí eu peguei, pus três fronhas e fingi que não tinha visto. Preciso comprar outro, aliás, que bela desculpa pra um passeio ao shopping. Daí eu aproveito e passo na L'Occitane e compro aqueles sabonetes de verbena que são tuuuuudo, ai que gay. Oba, falei com a Camila, vamos passear no shopping Morumbi. Passeio de amigos assalariados desesperados entediados. É ótimo, ficar lá jogando no HotZone aqueles jogos de atirar, matando mortos vivos, terroristas, você escolhe o tema. Tem um ótimo que é uma espada, você fica lá, cortando zumbis no meio. Me gusta.

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Ontem fiquei ouvindo Grace Jones e pensando como o Nile Rodgers é foda. E que apesar dela nunca ter feito tanto sucesso quanto esperavam dela ela fez discos incríveis. Vários discos incríveis. Um deopis do outro, ela era o tipo de artista que apesar de não ser um estouro sempre fez discos, bons discos, discos que faziam e davam sentido à história dela.
As pessoas hoje em dia cobram muito o sucesso comercial. Outro dia estava lendo um crítico reclamando que os Strokes pareciam a beira de estourar e que murcharam. Que o segundo disco não vendeu, que o terceiro ficou em primeiro lugar não sei quantas semanas, depois despencou. Eles esperam o que? Que os Strokes vendam como, ahn, o Good Charlotte, se é que o Good Charlotte vende muito mais que eles? Ou que vendam como a Britney e as boybands venderam uns oito anos atrás? E só as vendas, só a parada que determina o sucesso da banda?
A internet não mudou só o modo como as pessoas adquirem música. Porque além de não pagarem mais por ela as pessoas deixaram de se envolver com quem faz a música. Quando baixam a música nos seus programas p2p, a música se torna um objeto quase anônimo, órfão, cujo único fim é preencher mais alguns megas nos tocadores de mp3 e eventualmente servir de trilha sonora em algum momento frívolo (ou não) da vida de quem baixou. Vai ser muito difícil convencer as pessoas hoje em dia que uma banda ou artista pode ter uma carreira como a de Grace Jones. Obviamente vai existir esse tipo de banda e artista, mas longe da correria da competição pelo último mp3 do momento. Sei lá. Estou com preguiça disso.

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

those shoes were not made for you, girl


Sexta a noite fizemos a reunião com o Du a respeito das pendências e ocorrências internacionais do CSS. Estávamos decidindo quem vai ser nosso agente, quais nossas perspectivas, coisa e tal. E junto com isso, umas oito garrafas de cerveja. Fiquei muito bêbado, ainda mais que fazia algum tempo (uns oito dias, ok) que eu não me dedicava seriamente à cevada. Acabada a reunião, eu e Ira fomos pro Berlin. Camilão estava lá com Mirella e Maria Helena e tava bem divertido, como sempre é divertido quando reunimos e embebedamos todos os amigos. Lá pelas três da manhã eu estava conversando no balcão com a Clarah quando vejo o Fábio me acenando do caixa. Fui lá pedir um cigarro pra ele e ele falou "vamos pro vegas AGORA". E eu, tá. Esqueci a Clarah no balcão e saí deixando pra trás todo mundo. Chegamos no Vegas, era noite de eletro. Aquele mar de bicha gerente de loja, bichas brothers, bichas finas, bichas de todas as estirpes. E alguns conhecidos também, daí conversa, bebe, ri. Engatei num papo louco com o Fernando e cheguei em casa as sete da manhã do sábado. Todo torto, vesgo, frango.
Sábado fiquei a tarde toda em casa com uma ressaca do cão. Fiquei adiando uma soneca até a hora que não dava mais pra tirar soneca alguma. Tinha a festa a fantasia da Clarice no Treze, tínhamos combinado de fazer uma linha de produção de cospobres. Ninguém ligou, ninguém apareceu, fiz minha fantasia sozinho. Peguei umas caixas de papelão, fiz uma armadura, um capacete, umas mangas. Ficou massa, fui pra casa da Lovefoxxx e a Duda me deu umas fitas de tecido coloridas, eu e Carol colocamos no meu lindo cospobre e ficou massa. Aqui tem uma foto de todo mundo fantasiado: Mary de mecânica, Ana de Ilha de Caras, Carol de popozuda do Black Eyed Peas, Duda de sapatão indo dormir, eu de Papatchem, Camilão de Blossom, Ira de Miss Poços de Caldas, Mirella de Angus, Luiza Sá de Keith Richards e Lovefoxxx de pessoa morta pisoteada no show dos Stones em Copa. Foi um capelão de verdade. Foi divertido lá no treze, todo mundo desenvolvendo a personagem, umas fantasias combinavam mais com outras, formavam-se pares, inventavam-se danças, o Rô da Clá vestido de feirante distribuía pedaços de melancia. Lá no Treze tem um drinque de mulezinha muito bom que chama algo parecido com Brazilian Sea Duck ou Sea Breeze. Sei lá. Da outra vez que estive lá tomei seis desse e passei mal, então dessa vez tomei só dois. E dança, ri, tira foto. Blábláblá. Pedro chegou vestido de urso de edredon. Fomos pro Berlin às duas da manhã.
Chegamos lá, foi divertido, todos fantasiados naquela piada interna infindável. Ana e Luíza Sá tocaram, foi aquela visão. A festa ficou bem vazia, um vaziozão. Não dá pra fazer duas festas parecidas um dia depois do outro. Mas foi tão, tão, tão divertido. Carlos e Marinat possesed. Rafa tava um danção, o Bores discotecou bem legal. No fim, a Keyla apareceu lá e fomos pro Réus, umas oito da manhã. Eu sei que eu cheguei em casa ao meio dia, delirando de sono. Deus me pôs no táxi, deus me passou fio dental e escovou meus dentes e me pôs na cama. Dormi meio dia e meia, acordei as três da tarde, fui almoçar com a Amanda, depois voltei pra casa e fiquei fazendo fofo no sofá assistindo seriados de investigação. Tô meio afim da Patricia Arquette, acho.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

E as coisas estão acontecendo. Me sinto como se tivesse ganhado no bingo e não consigo parar de pensar na clássica frase "aqui se faz, aqui se paga". E dá vontade de sair gritando e rindo "aqui se faz aqui se paga, lalalá lalalá". Rindo, gargalhando, tinindo trincando. Não se gabando, mas mais espantado do que qualquer outra coisa. Espantado e agradecido. Mas não ousaria fazer isso, escrever já faz passar a vontade e não me deixa com culpa. Tento ser o mais quase humilde possível, tá desculpa.
E ontem fomos lá na Galeria Vermelho ver a exposição da Deedee e tava tudo lindo, tirando a Galeria Vermelho em si que é um tanto irritante. Agora que eles assumiram a vertente balada deles e abriram um bar lá, eles não distribuem mais bebida nas aberturas das expodições, coisa mais chata. A Deedee distribuiu umas garrafinhas bonitinhas com vodka, côco e graviola, tinha um gostão de sabão. Mas eu entornei três e fiquei turvo o suficiente pra conseguir ter uma mínima noção que era hora de picar a mula quando começou a chegar um povo que eu não queria ver. Daí fomos os amigos no Toninho Freitas. Eu, Carlos, Marinat, Bores, Silvana, Caninha e Brunão. Aquela destruição fastfudiana, xisburgão, sorvete, batata frita. Depois, sal de frutas, claro que a Aninha tinha vários na mochila. Chovia muito, eu não queria e ao mesmo tempo queria muito ir ao Outs no show do Erege. Mas meu lado velho me empurrou pra casa, achando que meu lado jovem ia conseguir acordar às sete da manhã pra ir nadar. Ledo engano... acordei às seis e trinta e oito, resolvi cochilar até as sete, sonhei que tinha acordado às dez e perdido a hora... quando acordei de novo eram oito e cinquenta. Perdi a aula, saco. Tomei banho bem devagar, ouvi Aiô dai-sê umas oito vezes no repeat. Ontem eu raspei o cabelo, passei maquina um. Claro que hoje me arrependi amargamente, estou parecendo o primo pobre do árabe da esquina que curte uma motoca e fuma charuto e é viciado naquele cassino de padaria.

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

more purple than yellow, I'll put my worst on you - coconut heart

E fomos lá pra Belo Horizonte, um pouco a contragosto devido às condições oferecidas pelo produtor local. O cachê não era bom, íamos de van, ia ter um monte de banda antes da gente. Mas tá, acabamos achando que estávamos ficando frescos e fomos. A van era ótima, o banco baixava todo e saímos de casa à uma da manhã de sexta. Chovia muito na estrada, a Fernão Dias tinha buracos horríveis e a aquaplanagem é uma realidade, não é mesmo minha gente? Mas o motorista era bom e o Dramim bateu, Ermínia e eu acordei na Praça Raul Soares às oito e meia da manhã. O hotel era um coitadão, em plena Raul Soares, caso você não saiba do que estou falando, é tipo do lado da rodoviária, do mercado central, assim, meio no puteiro de BH. As meninas já reclamaram, eu chamei elas de fresca, olha só, o travesseiro nem fede! Tem tv a cabo, tem frigobar (vazio e desligado, mas e daí, a gente compra água e liga na tomada), tem ventilador. Não tem ar condicionado, eu sei, mas ó só, se a gente abrir a janela e ligar o ventilador, esse bafo quente insuportável sai rapidinho. E é só por o tampão de ouvido que o barulho da praça nem atrapalha muito pra dormir. Ok, tava foda. Somos frescos mesmo. Daí coloquei o tampão de ouvido, fiquei de cueca e dormi até a uma da tarde. Fomos almoçar no Diamond Mall ou Shopping ou qualquer coisa parecida, comi um monte de feijoada. Depois fomos na São Domingos tomar sorvete, encontrei Marcelo Gabriel. Voltamos pro hotel, fomos passar o som às seis da tarde como combinado. Chegamos lá na Matriz e parecia que tava rolando uma balada muito louca. Tinha um monte de banda esperando pra tocar... ligamos pro produtor, ele disse que tava indo lá ver o que tinha acontecido, eu envelheci, pus tudo de volta na van e fomos pro hotel. Dormi até as nove da noite... fomos passar o som as nove e meia. Três horas de atraso... tudo bem, não é mesmo? Não, né. Eu já estava com um bico arrastando no chão. Quando me falaram que o lugar era um forno de lenha de quente, eu azedei. Desisti de ter qualquer emoção, liguei no piloto automático, apertei a tecla sap. Quando tudo não passasse de uma memória até que não ia ser tão ruim. A passagem de som foi um tanto atribulada. O técnico da matriz era muito bom, ainda bem, mas estava azedíssimo porque não tinham passado o rider de palco pra ele. Daí faltou um amplificador, que tinha que ser Fender e nos oferecem um Marshall. Carolina azedou mas fazer o que? No meio da passagem de som, Cinthia chegou lá e não a deixaram entrar. Claro, o lugar já estava lotado de gente, uma vez que no flyer estava escrito que os shows iam começar às oito da noite. E eram dez e nem tínhamos acabado de passar o som... Brasilzão zão zão. Bom, o som ficou bom, pelo menos. Fomos comer no Mc Donalds e chovia, chovia. Uma hecatombe praticamente. Fomos pro hotel nos trocar, nem me troquei. Não tomei banho. Já sabia o que vinha pela frente.
Chegamos na Matriz. Gente pra fora, confusão, gritaria. O segurança era um energúmeno. Entrei com Cinthia, fomos pro "camarim", praticamente a antesala do inferno. Só de ficar lá cinco minutos, minha camiseta ensopou de suor, minha bermuda ensopou de suor, minhas MEIAS ensoparam de suor. Envelheci muito. Esperamos o show dos Millicents acabar, saíram do palco completamente molhados. Parecia que tinham pulado na piscina de roupa. Tive vontade de chorar. Estava pior que em Curitiba. Não me lembro de como foi o show, devido que entrei em colapso nervoso na segunda música. Nunca passei tanto desconforto na minha vida. Eu olhava o público e tinha vontade de mandar todo mundo pra casa tomar banho e se hidratar. Uma hora, Luíza Sá caiu sentada no chão e ficou metade do show lá, estatelada, tentando acompanhar as músicas. Enfim, foi um lixo. Um lixo bem grande e fedido e eu juro que eu NUNCA mais vou fazer isso na minha vida. Não quero mais passar calor, não quero mais esperar até as três da manhã pra tocar quando estava marcado pras dez da noite. Chega. Acabou. Sou fresco, muito fresco, fresco demais da conta.
Foi um fim de semana perdido, só não foi pior porque encontrei a Cinthia e o Marcelo Gabriel. E na volta, na van, fiquei ouvindo o Butchers e pensando que esse ano fazemos dez anos de banda... fiquei feliz. Inglório roquenrou. Eu gosto.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Cadê meus amigos, cadê meu remédio? E anteontem fizemos a ode ao remedião. Ao casal remedião, aos amigos remediões, à minha admiração pelas farmácias em geral, ao hipocondrismo enquanto novo vício. Porque é prescrito, mew. Plresclrito. Agora tá na hora de começar a finalizar o disco do Caxa, regravar umas guitarras pra poder tirar as músicas, refazer uns vocais. Tirar umas participações que não tem mais a ver, chamar a Love pra fazer mais umas músicas. A Nati também. Lembra quando a gente era tudo amigo? Ou achava que era, né, fio. Sem drama, a vida é assim mesmo. Sai andando pra lá que eu saio andando pra lá e vê se para de falar mal de mim por aí. E formatar o show, que acho que vai ser o mais complicado. Eu nem quero tocar guitarra, vou ficar com o baixo mesmo. Agora só preciso comprar um bom, lá se vão dois, três paus de novo. Mas dinheiro bom é dinheiro gasto, não consigo guardar mesmo. Dinheiro vai, dinheiro vem. Se não vai, não vem, já ouvi o Gaspareto falar isso.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

un deux trois cat.
Hoje vou encontrar com o Carlos, eba. Miguxãozão Caxabaxa. E vamos fazer mais música do Caxabaxa também, porque o caxa é o rei da rua e sempre vai ser. Agora temos que desbravar novos horizontes, a Augusta já não tem graça descer sem medo. Vamos começar a dar uns rolês lá na ZL, Moóca de baixo, Vila Alpina, Vila Formosa. E minha tia querida da Vila Formosa morreu e fiquei meio triste, era a tia Alzira e ela era dona do circo que eu sempre ouvi as histórias mais cabulosas a respeito, até o Sílvio Santos trabalhou no circo da minha tia. E tinham fotos pra mostrar, caso contrário nem eu acreditaria. E meu tio Ovídeo era o trapezista e parece que tia Alzira fazia o par romântico com ele, pendurada pela boca rodando rodando rodando. E minha mãe vendia ingressos do circo quando ela tinha seus doze anos. Daí eu adorava ir na casa da tia Alzira lá na Vila Formosa e ela me mostrava as roupas dos palhaços, o calhambeque que desfazia todo com os palhaços em cima, meu tio fazia truques de mágica e eu brincava com a cartola de fundo falso e achava a coisa mais legal do mundo ter tios do circo. E ela morreu, coitada, toda doente do coração, velhinha. Minha avó ficou triste que levaram ela pra enterrar em Bebedouro. E eu fiquei mais triste ainda que minha irmã ligou contando que o Badu e a Java, meus cachorros queridos do sítio, morreram semana passada também. Java, a weimaraner, tinha cancer e morreu toda cagada. Badu, o labrador preto, era epilético e ficou tão triste que a outra morreu que teve uma crise e morreu dois dias depois. Saco. Um cu.
E segunda à noite teve o Rio. As meninas foram pra lá de van às oito da manhã de segunda, eu tive que vir trabalhar, fui de avião às sete da tarde. Cheguei no Rio às oito, fui pro hotel no Leblon, perto da Melt, lugar do show. Da Melt, do Melt, sei lá. Era um lugar legal, parecia na verdade um Outback, um Fridays, ou seja, era legal porque era arrumado, não por ser legal de verdade. E tava lotado, não dava quase pra andar, mas sendo Rio de Janeiro, havia ar condicionado, ventilador, todas essas traquitanas de lugar quente. As meninas passaram no meu hotel às onze e meia, fomos pro show. Demos entrevista pro Cultura da Ação ponto com (sem bê érre). Encontrei pessoas queridas, o Gabriel e a Érica, a Kamille. O Otto disse que ia com Alessandra mas nem foi, dia mais triste. Otto e Ottina. Tá. Daí o show começou e eu fiquei mais assustado da minha vida toda, mais que Salvador, mais que Curitiba, as pessoas GRITAVAM as músicas, eu até achei que fosse defeito do fone de retorno, tirei um pouco, não, eram as pessoas SE ESGOELANDO, YOU WAKE UP, YOU DON'T WANNA LIVE TODAY AAAAAHHHH, AAAAAAAAAARHGRHGRHGRHGR. Bege. O show foi divertidíssimo, o som tava um esporrão do bom, tivemos que fazer mais de dois bises e quando acabou eu só pensava em ir dormir, lembrando que às cinco e meia eu tinha que acordar pra ir pro aeroporto. Avuei de lá, passei no Bob's, comprei um sanduíche de peito de peru e um milkshake pequeno e quando me dei conta que eram quatro horas da manhã, fiquei com vontade de chorar e simplesmente não voltar pra São Paulo às seis da manhã. Mas lembrei das contas pra pagar e fiquei pianinho. Fui pro hotel, tomei banho, pus a roupa do dia seguinte com tênis e tudo e deitei no sofá pra nem ficar muito aconchegado. As seis levantei, fui pro aeroporto com areia (de gato) nos olhos e dormi tão fundo durante o vôo que nem vi a aterrisagem. O aeromoço veio me cutucar pra eu descer do avião. Peguei um táxi, fui pra casa, dormi e perdi a hora. Êta lelê. Mas tá, qualquer coisa.

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Amanhã faz uma semana que eu não bebo. Oi, meu nome é Adriano e hoje faz seis dias que eu não bebo. Segunda feira passada eu tive febre, achei que era gripe, tomei remédio passou. Terça teve show do CSS no Sesc Vila Mariana, foi muito muito muito divertido. As japonesas teenagers assediantes, as lésbicas mirins assediantes também. E eu tomei cerveja e achei que tudo bem e acabei no Berlim tomando os drinques do Jonas e muita Serra Malte a la argentina, foram três ou quatro garrafas no gargalo. Pronto, quarta a noite, febre de novo. E junto da febre, muito paracetamol e três fatias de pizza do Brás com muito queijo. Queijo amarelo, derretido, com abobrinha gratinada pra acompanhar a febre de 40 graus. Quinta acordei as seis da manhã com o fígado gritando nomes feios, meus olhos doendo por detrás e dores, muitas dores pelo corpo. Dores como facadas nas costas, tesouradas pela espinha, um gosto de pixe na garganta, aftas nos cantos da língua. Todo cagado, em suma. E eu tinha que pegar minha mala, descer pelas escadas até o táxi, ajudar a carregar todo o equipamento de show do CSS, levar até o aeroporto, descarregar do táxi, empurrar até o check in, fazer o check in, esperar o avião na sala de embarque, pegar a fila pra embarcar, entrar no avião, esperar aquela porra subir, vish. Estava sendo uma tortura antes de começar, pior que o dia que eu fiquei carregando minhas malas e meus pratos de bateria pra cima e pra baixo lá em Paris. Ainda bem que as meninas entenderam que eu estava doente e me ajudaram. Fiquei sentado com vontade de morrer até a hora de embarcar, sentei na janela, fiz um ninho com meu moletom verde e quando chegamos em Salvador às nove e quarenta da manhã eu já me sentia um pouco menos pior. Fomos pro hotel, acabei ficando num quarto sozinho, fechei as cortinas, liguei o ar condicionado no dez, tomei mais remédio e dormi até as duas da tarde. Fomos passar o som no Festival de Verão de Salvador e claro que acabou atrasando quase três horas, tempo que eu aproveitei pra ficar dormindo mais ainda na van. Dormi tanto e tomei tanto remédio que fiquei bem. Remédio pro fígado. Remédio pra gripe. Remédio pra prevenir. Enfim, fiz a festa na farmácia. Passamos o som, parece que ficou bem legal. Voltamos pro hotel, compramos umas comidas no shopping caxotão, comemos no hotel enquanto dávamos uma entrevista, dormi mais um pouco e fomos pro show.
Nem sei como descrever o show. No palco do outro lado do festival, Ivete fazia seu show de bikini. Ivete, Ivete. Ivetely. Tá, desculpa. Quando começamos não estava muito cheio. Mas de repente, um mar de baianos chegou e pulavam, gritavam, cantavam junto. Pediam as músicas pelo nome. Eu, do tablado da bateria, tentava nem olhar muito pra não errar de aflição. Cada música que acabava, mais gritos. Nunca tinha presenciado algo parecido conosco até então e nunca passou pela minha cabeça que em Salvador fosse acontecer algo parecido, ainda mais ao mesmo tempo que o show de Ivete, ah Ivete. Acabou o show, descemos, ficamos conversando com o Amarante e com o Miranda e com alguns fãs que conseguiam pular o muro do backstage. Sem beber fui ficando mau humorado a medida que eu ia percebendo que não ia dar tempo de dormir decentemente. Já era meia noite e meia e teríamos que levantar às quatro da manhã pra pegar o vôo das seis pra Curitiba. Céus. Fugi, peguei um táxi, fui pro hotel. Dormi uma hora da manhã, às quatro o despertador do celular tocou "Eu nunca pirei no metrô. Fazer o ladrãozinho classe média nunca me impressionou, acho cafona". Nossa, que mau humor, nem a Natália conseguiu me deixar mais manso. Desci pro saguão com um bico arrastando no chão, odiando Salvador, odiando estar em turnê, odiando meu bigode, meu cabelo ralo, minha regata nova, a luz branca do elevador, a van, o motorista da van, o filho do motorista da van. Quando vi que estava maldizendo a terceira geração do motorista da van, ri. Pensei no sanduíche de pIZunto da Varig e fiquei quentinho. Depois lembrei da foto da Luíza Sá comendo uva e meu humor melhorou. Só Luiza Sá e Fernanda estavam lá no saguão, esperamos uma meia pra descer o resto das meninas. Ana e Carol tinham pedido um queijo quente de café da manhã, que meigo. Por acaso elas acharam que o queijo quente ia ficar pronto em menos de duas horas? Bom, corremos pro aeroporto, despachamos a bagagem e sentamos no chão pra tomar o milkshake de ovomaltine do Bob's. Demos um cd pro Rodrigo Amarante que ficou lá sentado com a gente conversando amenidades aeroportísticas. Blábláblá, blábláblá. Desembarcamos no Galeão as nove da manhã, esperamos lá dormindo na sala de embarque até o meio dia e continuamos até Curitiba. Chegamos lá às duas da tarde completamente destruídos. Fomos deixar as coisas no hotel que era longe pra dedéu, na placa lia-se ECO-HOSTEL e parecia uma chácara, com "muito verde" (ou seja, muito inseto mas tá, foi incrível) e fomos comer e passar o som na Fnac. Comemos no Beto Batata pepopapapa, elas todas comeram batatas suíças recheadas, eu comi um salmão com leite de côco e manga, tava tipo incrível, bem melhor que o sanduíche de pIZunto da Varig. E em Curitiba tem batata suíça até no boteco da esquina, um monte de batata ralada assada em forma oval com recheios exóticos, como Strogonoff, Camarão com Catupiry, Shitake... Enfim qualquer coisa, o show da Fnac foi foda, tava cheio, cheio, lotado. Lotado de crianças e não tão crianças assim lindas, fiquei meio afim até. Mas dezesseis anos dá cadeia, não é mesmo minha gente? Não pode e eu descobri que não tenho vocação pra ser mentor/irmão mais velho de ninguém. Daí depois de autografar um milhão de pedaços de papel, voltamos pro hotel, descansamos um pouco (dormimos que nem pedra por algumas parcas duas horas) e fomos pro V.U. na festa que o André armou pra gente discotecar. Eu odeio discotecar, só discoteco no Boykot e olhe lá. Chegamos lá no V.U. e eu descobri que lá se chamava não me lembro agora como e que eu tinha tocado nesse lugar cujo nome não me lembro agora com o Butchers em 1999, um pouco antes de ir passar dois meses em Los Angeles com a Roberta e de levar um pé na bunda por conta dessa viagem que me fez engordar quarenta quilos. Eu hein, um dois três. Ahn... Bom, o Alemaouc tava lá e tinha um monte de gente mesmo se espremendo na pista pra ouvir a Lovefoxxx e o Meuku discotecar. Não tinha ar condicionado no lugar e a temperatura estava dez vezes superior ao dia que eu mais passei calor na minha vida no Vegas e jurei nunca mais voltar lá (e claro que eu voltei várias vezes mais depois e passei calor igual ou pior, tá, pior não). Era tanto calor que eu estava com nojo de mim mesmo, meus braços estavam molhados e sempre que alguém encostava, um rio de suor se formava e jorrava até o chão. Tomei três chás pretos, envelheci e fui embora pro matinho com Camilão. Aliás, esqueci de dizer que Camila, Mirela, Maria Helena e o Alemão do Jonas (hahaha) foram lá pra passear com a gente. Foi um capelão, pena que eu não pude beber. No dia seguinte acordamos e fomos comer feijoada num lugar massa que parecia o Filial sem os publicitários. E caso você não quisesse feijoada, podia comer uma linda batata suíça com recheio de strogonoff de frango. Até hoje não entendo como consegui ficar tanto tempo sem comer carne, tifudê. Mifudê. Depois fomos tomar sorvete na Formiga, hmmm como eu gosto de sorvete. Gosto mais de sorvete do que de dormir, acho. Gosto basicamente de sorvete de pistache e cereja. Da Ofelle eu gosto do Zuppa Inglese e do Cookies ao Porto. Da Brunella eu gosto do de Brigadeiro. Odeio picolés da Nestlé, só gosto do de Brigadeiro de massa deles. Aliás, adoro quando tem quiosque da Nestlé no metrô, é quase uma felicidade que eu tinha no dia de Natal aos onze anos de idade. Gosto também de sorvete de Leite Condensado dessas sorveterias antigonas. Tá, vou parar de escrever sobre meus delírios de sorvete. Voltamos pro hotel depois do sorvete de leite condensado e pistache. Descansamos, dormimos, demos entrevista pra Rede Globo local e fomos pro lugar do show. Lotado, pessoas bonitas acima da média paulista (ou será que eu achei isso só por ser novidade?), calor dos infernos. E eu achei que tinha passado o pior calor da minha vida na noite anterior... Acho que é o fim do mundo mesmo. Tipo Curitiba não está acostumada com esse calor, falta ar condicionado, falta até ventilador... no meio do show eu olhei pra Fernanda e implorei pra ela parir um ventilador pra por na bateria e não é que ela virou um? Fernanda Cardoso, super gêmea ativar. Minha roupa ficou tão molhada de suor que quando eu tirei, eu torci e tenho certeza que dava pra encher uns cinco copos de requeijão. Eta porquera. Acabou o show eu avuei de lá, só queria tomar um banho gelado e passar todos os meus produtos de beleza pra dormir bem quentinho. Tirando essa sensação de morte iminente que me acometeu, o show foi incrível. Voltamos de Curitiba no domingo, numa van fina que tinha até dvd. O motorista da van era um fofo e pediu desculpas que o único filme disponível era O Último Samurai. O, fio, Tom Cruise é foda. Vi uns pedaços, mas basicamente acordei na porta de casa. Subimos as coisas e Clarice me ligou pra tomarmos um sorvete. Bom, né. Quer me convencer a fazer alguma coisa é só me oferecer um sorvete. Do sorvete, fomos ao cinema com a Duda e o Faffo Farináceo. Queríamos ver o filme do caubói veado (senta, eu sei que senta, na noite anterior o Gorky mixou uma faixa do Thomas Anderson super da Réus com essa pérola do cancioneiro popular noveleiro e eu não conseguia parar de cantar Senta, eu sei que senta. Aliás, o que é o Gorky discotecando? Se eu fosse rico eu comprava ele e mandava fazer até um case pra ele ficar bem aconchegado e eu levava ele pra cima e pra baixo em todas as buates aqui pro povo ver o que ele faz...). Fomos lá pro Gay Careca e o filme do caubói veado não tinha mais. Tava lotado de bissas esperando se emocionar. Daí tivemos a idéia mais fraca do mundo, assistir a um filme que eu não me lembro o nome com a Jennifer Aniston e o KEVIN COSTNER. Tá, podia ser pior, podia ser o Mel Gibson. Claro, sempre podia ser pior. Podia ser um filme nacional com atores da Malhação. Vish. Bom, o filme era um lixo mas demos risadas. Depois fomos ao Takô e eu super fiquei sabendo porque eu não recebo mais emails de convites da House of Erik!a Palomino. Hihihi. Coitada da Duda. Anfan... Essa semana preciso fazer uma macumba pra tirar olho gordo. Barrar macumba alheia. Cansei. E aqui no estúdio está tudo incrível, eu realmente gosto de trabalhar aqui. Agora tenho uma sala nova, com minha própria sala acústica e meu g5 turbinado com meu avalon e o melhor, é do lado da sala da Lu e da japonesa da contabilidade. Amanhã começo a natação e semana que vem, finalmente, volto pro karatê. Esse ano eu pego a faixa preta, oss.