Leu porque quis, não me encha o saco.

quinta-feira, agosto 18, 2005

Achei o blog que eu gostava. Na verdade foi esse aqui que eu apaguei devido a dilemas religiosos de uma pessoa muito louca de verão. Aquele outro eu apaguei numa crise de auto estima exacerbada. Tudo que estiver entre parenteses e caixa alta foi escrito agora, senti a necessidade de me comentar. Eu não me aguento.

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em 2003 eu estava desempregado e morava muito, muito longe
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my dirty fingers (verme do limbo)

Domingo, Maio 04, 2003:

Ontem eu encontrei uns manuscritos meus circa 96. Inferno Futebol Clube, parece que eu queria escrever um livro, como se eu tivesse algum neurônio funcionando o suficiente para tal empreitada. O pouco que reli me deu calafrios, primeiro pela porqueira do texto, segundo pelas lembranças que me trouxe. Céus. Hoje na casa de minha mãe revirei minhas fotos e separei um punhado, minhas favoritas em duas categorias: pessoas e eventos. Vou colocar tudo em um álbum e escrever o que cada uma significa, a situação, os motivos, os resultados. Me arrependo amargamente dos diários que queimei e dos que deixei de escrever. Cada vez mais acredito no hábito da escrita, que alimenta meu hábito de ler, que azeita meu raciocínio. Acho que deveria ter estudado história ou geografia. Tenho tido vontade de ler algumas coisas específicas, como o papel da ditadura na destruição da cultura no Brasil. A posição brasileira diante de Hitler, quais os países que apoiaram o nazismo. Não tenho nem pra quem perguntar essas coisas. Google? Pelo menos da minha história eu posso falar, quem sabe ano que vem eu presto pra FFLCH de novo.
Até que ponto eu tenho que situar minha condição historicamente para poder fazer algo realmente contundente? Antes de ter essa presunção eu tenho que ter certeza de quem eu sou, qual é o meu papel perante o mundo. E eu tenho que ter certeza que o mundo é aquilo que eu acho que ele é. Não acredito mais em discurso hedonista, niilismo clubber, Mauro Borges jogando dinheiro na pista do Hells, babadex, filhotinhos da ditadura. Alguém vai ter que se responsabilizar e ter culhão de fazer alguma coisa empolgante. Não é possível que esse lixo travestido de modernidade que engolimos diariamente preencha nosso vazio existencial. Suck my dick, kiss my ass, miss kittin, drop dead. Quando foi que a mídia se tornou um desserviço? Turbonegro na The Face. Não consigo deixar de torcer o nariz apesar de achar que isso não passa de baixa auto estima do terceiro mundo. Será mesmo? E não levar a sério os jornalistas de música da Folha de SP por não se interessarem pelas minhas bandas seria o que? Recalque? Sim, senhores, é frustrante não ter o destaque merecido. Mas com o tempo a gente aprende que o problema não somos nós, vem lá de cima, lá de trás, tem muito dinheiro envolvido e são poucos os que realmente tem uma chance e a merecem. (UUUU QUE BAIANA, ALGUÉM TE AVISA, QUANTO RANCOR NO CORAÇÃO, SE DESSE MEIA HORA DE CU PASSAVA)
Bu, bu, bu.
Vaias.
Quem lê isso? Quem vai perder tempo tentando mudar alguma coisa? Quem vai perder tempo tentando saber o que está acontecendo, pra que? Até onde eu consigo ir? Sossega o pito, abaixa o facho. Quietinho, manso. Afinal, aqui é diferente, sempre foi. Não temos que acreditar no modelo europeu-norteamericano. Estamos cavando nossa própria trincheira com as unhas, deixando nosso sangue e nossa alma em cada indivíduo que temos a oportunidade de atingir com nossa "arte". Isso não há hype que estrague, não há desserviço que prejudique, indiferença covarde que desestimule. Não temos dinheiro pra pagar jabá mas não queremos estar no meio de quem paga. Não precisamos fazer amizade com gente assustada com a própria mediocridade.
Outra coisa, hoje tive calafrios ao pensar em arrumar um emprego. Não, não, não. (HAHAHAH, ALGUÉM ME AVISA) Vou deixar de lado as vontades consumistas, vou por em prática o plano de me tornar uma pessoa extraordinária. Ui. Doeu. (BAIANA)
Adriano // 1:56 AM

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Sábado, Maio 03, 2003:

Sábado, domingo, feriado, tanto faz pra mim. Ontem à noite eu quase levantei pra matar a gata lazarenta. Pensei em soltá-la, mas com certeza ela ficaria embaixo da minha janela. Ela quer dar. Ou ficar no colo. Algumas vezes ela escapou pela janela do banheiro e ficou gritando, rolando pela grama mas não apareceu nenhum gato pra consumar o ato. Veio embaixo da janela do escritório pedindo pra entrar, pulou no meu colo e dormiu. É só sair do colo que começa a gritaria de novo. Mas eu não vou deixar ela dormir na cama comigo, nem a pau. Ela vai lá na caixa de areia encher as patas de coliformes fecais felinos e vem limpar aonde eu ponho o rosto? Nem fudendo.
Outro dia ela me trouxe uma lagartixa. Ficou toda ofendida que eu joguei no lixo.

Adriano // 2:54 PM

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São quase 4h48. Não vou acabar como a Sarah Kane, ela era genial. Eu sou um presunçoso, imigrante potencial COM visto, que coisa. Sarah Kane tomou cento e cinquenta pílulas de anti depressivo e cinquenta pílulas para dormir. Sua colega de quarto a levou para o hospital, onde a salvaram. Alguns dias depois a encontraram enforcada no banheiro. Ela se matou às quatro e quarenta e oito da manhã, tempos depois de escrever Psychose 4.48.
Adriano // 2:32 AM

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Andei, andei, andei por uma Av. Paulista gelada como há muito tempo eu não via, a mochila estava pesada e a sacola que eu carregava ficava cada vez mais incômoda, começou a rasgar, apertei o passo, estava garoando bem fino, dessas garoas que só se percebe quando se olha contra a luz, pensei em várias coisas, em mudar o nome da banda, em estudar italiano, em arrumar um emprego, em como o tempo se arrasta, lembrei de como eu já fui irresponsável e inconsequente, na minha carteirinha do Hells na Amanda e como ela anda distante, havia vários HareKrishnas congelando pelo caminho naquela bata cor de salmão usando tênis all star, minhas costas estavam ficando ensopadas de suor, doía quando o vento entrava nos olhos, quase parei algumas vezes pra comer algo doce mas desisti todas, queria muito estar ouvindo alguma música que me encorajasse a apertar o passo ainda mais. Passei pelo prédio da Luma torcendo para encontrá-la, sempre que passo por lá esse pensamento me toma conta, não foi dessa vez, haverão outras oportunidades, quem sabe, eu quase nunca cruzo conhecidos na rua, com excessão do MauMau e da Fera do Mar, esses eu vejo no mínimo uma vez por mês. Os chineses estavam lá preparando yakissoba entre o ponto de ônibus e a banca de jornal em frente ao prédio da Gazeta, um cheiro temperado demais para uma sexta feira molhada e gelada e poluída, barulhenta, conturbada, desconfortável, pimentão e shoyu e cebola, macarrão frito crocante por um mísero real que eu não tinha, passei incólume, nem percebi o cheiro do McDonalds na outra esquina. Nessa altura eu já estava pensando em Walt Whitman, i sing the body electric, puta que o pariu, intraduzível e incompreensível para mim, vou lendo criando desenhos que vão tomando as frases, sobem pelas minhas mãos e cobrem meus olhos, i sing the body electric, maldita democracia, maldita constituição, malditos direitos humanos, maldito país, malditos cônsules, maldita língua que canta qualquer coisa, eu tomo essa liberdade para mim, ei Bush, olha aqui, eu não preciso ir até aí para roubar o que te pertence, trinta anos de ditadura não me desviaram do caminho, estou acostumado, a lei de Gérson foi inspirada em mim, eu não espero nada, eu não tenho sorte mas tenho vários livros na minha mochila para ler no ônibus e na casa da minha mãe e antes de dormir, penso no Rodrigo e não acredito, simplesmente não acredito, me preocupo com a Teresa que operou os rins, penso na Talvez, a gata velha da Teresa, em como de um momento para outro anos e anos deixam de ter significado e provavelmente vou ter mais uma linha escrita no meu livro preto das Grandes Decepções, não pode ser uma atrás da outra, me arrependo muito de não ter ido assistir 4h48 Psicose, meu Deus, Isabelle Huppert esteve aqui e eu não vi.
Adriano // 2:14 AM

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Sexta-feira, Maio 02, 2003:

Bom, tudo conspirou contra mesmo. Nem vou me dar ao trabalho de numerar os fatos, não quero que minha azia piore. É o seguinte: o Jonas não conseguiu o visto. Pela segunda vez. Estava lá com todos os documentos, com a carta do americano, com o fax do chefe de visto do consulado.

(AQUI HAVIA UMA FOTO DO BUSH COM OS DIZERES: BUSH, VAI TOMAR NO CU)

Aonde está o Bin Laden quando precisamos dele?
(cortesia funhouse)
O fato é que eu nem estou afim de ir praquela terrinha lazarenta. Prefiro gastar meu dinheiro com outras coisas, ir pra Paris, pra Berlim. Que eles acham, que nos EUA nasce dinheiro na árvore? Presunçosos. Aliás, essa palavra parece ser a preferida do consulado. "Presunção de ser turista". "Leis americanas". Eu quero que as leis americanas vão pra puta que o pariu, senhores cônsules do caralho. Tomara que sejam sequestrados, esquartejados e queimados lá em Itaquera. Pensando bem, não deve haver castigo maior pra um americano presunçoso do que ter que trabalhar aqui nessa terra cheia de imigrantes em potencial. Com certeza o consulado dispõe de carros blindados, não? A lei americana deve ser clara, algo como "a segurança dos cidadões americanos antes de tudo, acima de tudo, com a benção de Deus". America, queime no inferno.
Mas o fato é que eu vou pegar esse dinheiro e investir no meu estúdio que eu ganho muito mais. Eu amo Jandira, longe de tudo.
Adriano // 3:13 PM
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Quinta-feira, Maio 01, 2003:

A grama está meio amarela. Pode ser reflexo do sol, que por sinal insistiu em aparecer apesar de ser feriado. Pena que não posso abrir a janela, a gata Diamanda Galás está parada embaixo dela, paralisada, gritando algo que poderia ser transcrito como "meeeeeeeeerghrghrgrhgrhrgrhgrhgraaaaauuuu, prrrrrrrrrrrrrhghghghgrrrghrgrhgrhguuuuu", muito alto. Estou enrolando pra arrumar o quarto, é hoje ou nunca. Ontem finalmente comecei a montar o equipamento, coloquei os móveis, parafusei algumas coisas no rack. Tirei a cama, a bicicleta ergométrica, caixas de cds vazias que estavam empilhadas no canto há praticamente um ano. Quando tirei o tapete que ficava embaixo da cama, o chão estava branco de umidade. Podre.Tirei todos os meus vinis e pus na sala, hoje de manhã tirei-os das caixas e pintei-as de preto. Paint it black. Aliás, estou nesse movimento há algumas semanas. Próximo passo é ir no Lar Escola SFrancisco comprar uma mesa de jantar de madeira pra pintar. Minha irmã me deu um pufe, preciso ir lá buscar.
Adriano // 2:12 PM

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Está um mal estar dos diabos aqui. A gata não pára de gritar. A vontade que eu tenho é de pegar ela pelas patas traseiras e dar com ela na parede até ela morrer. Ou jogar ela na piscina com as patas amarradas. Nunca maltratei animal algum na vida, acho que nunca vou, mas não consigo parar de ter esses pensamentos sádicos com relação a essa gata lazarenta dos infernos. Certa estava minha mãe de só deixar eu ter peixes beta.
Uma vez eu tive um casal de porquinhos da índia. Meu pai fez uma linda caixa para eles que ficava no fundo da área de serviço do apartamento. Algumas semanas depois nasceram uns oito. Três meses depois tivemos que levá-los pro sítio, havia cerca de trinta. O caseiro fez um lindo cercadinho e fiquei sabendo que rolou uma bela churrascada de porquinho da índia um tempo depois. Comeu tudo, de raiva.
Nem liguei. Fiquei mais chocado quando meu pai inventou de criar coelhos e um belo dia vi todos eles sem a pele pendurados na cozinha e meu pai me deu um rabinho pra dar sorte. Tinha um pouco de sangue saindo pela ponta do rabo, perto do osso. Morria de aflição de pegar no rabo decepado do coelho.
Que idéia fraca.
Adriano // 2:06 AM

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Quarta-feira, Abril 30, 2003:

When i die, won't you please, make sure you keep my records clean. Get my books off the shelf, put'em in a box and keep'em clean as well.
Quero gravar o disco novo do ultrasom o mais rápido possível. Não consigo ficar parado muito tempo. Quero produzir umas bandas que eu acho legal, mas produzir mesmo. Vou meter a mão, dar palpite, fazer o que eu acho que tem que ser feito. Sem essa de apertar o rec e deixar os negos fazerem qualquer coisa. Essa foi a grande merda de ter gravado o Pullovers e o Transistors. Não ficou do jeito que eu esperava, nem do deles. Depois vem alguém tipo o Sandro Garcia Gulliver falar merda desses discos e eu nem posso reclamar.
Adriano // 1:21 PM

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Alice tem ovário policístico ou polissístico ou poliscístico. Até castrar vai ficar nessa gangorra de cio a cada cinco dias. Deus...
Adriano // 12:49 PM

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Não ter carro faz minha vida muito melhor. É só ter uma mochila preparada para qualquer imprevisto com walkman, livros, agasalho, escova de dente, anti ácido, moedas. Um par de tênis que não destrua os pés. Pronto pra qualquer coisa.
Acordei bem cedo, detesto. Fui pra casa de minha mãe, dormi até o meio dia. Fiz tudo o que tinha que fazer a tarde e depois fui encontrar com ex-colegas da firma. Deus me livre e guarde. Hoje eu andei a tarde toda, fiquei ouvindo Cat Power enquanto subia a Rebouças a pé à noite, descobri que tenho dinheiro pra pagar minhas dívidas, vou dormir abraçado com quem eu amo (KKKKKKKKKK, NAO FAZ A ROMANTICA) e não tenho hora pra acordar amanhã. What else? Uns quatro Sex on the Beach fechariam o dia com chave de ouro, quem sabe amanhã.
Adriano // 12:46 AM

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Minha gata Alice entrou no cio de novo. Não é justo, preciso dormir. Quantas semanas por mês uma gata entra no cio? Vou pedir patrocínio de protetores auriculares.
Adriano // 12:29 AM

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Segunda-feira, Abril 28, 2003:

Soopa doopa. Yoohoo. Dandeeramdeeram. Oompadeedam.
My bum is in your lips, my bum is in your lips.
This time it's got to be good.
E alguém ainda duvida? Eu não. Eu tenho certeza. Vai ser muito bom. Viajar com trezentos dólares. Quase mendigo tours, Tia Augusta, sua mendiga! Vaca. Já pos botox? Eu não duvido, ela e a Valentina Caran. Quantos imóveis ela já alugou pela avenida Paulista pra achar que pode colocar um baner daquele tamanho com aquela foto fazendo aquela pose?

(AQUI HAVIA UMA FOTO DA VALENTINA KARAN FALANDO AO TELEFONE)

Alô?
Do lar não, dólar.
Tá certa.
Certíssima. Quantas camisetas eu tenho que vender em dólar pra não passar fome por lá? Gastei uns cinco reais pra fazer cada uma e vou vender por dez dólars. Se eu conseguir vender as trinta camisetas são mais trezentos dólars. Bom, dá pra pensar em comer mais de um falafel por dia. Mais os cds que o Charly vai nos dar pra vender... ok, não há motivo pra desespero. Se der tudo errado eu ligo pra Berta me buscar. Socorro, amorsh. Vem cá buscar o gato, fudeu. Send me back. Me arruma um bico lá no boardwalk de Venice pra eu juntar uns trocos? Roadie da sua banda, boba, serve. Pintor de parede. Ainda mais depois que eu pintei os móveis aqui em casa, nunca achei que fosse conseguir fazer tão direito. É só não deixar eu lavar as mãos com aguarrás de novo que fica tudo bem. Eu quase nunca fico doente, você sabe.
Só não quero ficar muito tempo na Califórnia. Aliás, não quero ficar muito tempo nesse país aí não. Eu gosto é de Jandira.

Adriano // 10:47 PM

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Caminhando com MAngoKid 1
The change will do you good. I always knew it would... St. Marks Pl. tá longe, Height St. nem se fala. Os postes com os cabos pendurados não deixam esquecer, São Paulo é um dos lugares mais feios do mundo. Os prédios, caixotes com luzinhas, anteninhas incômodas no topo, os cabos esticados. Meio Nova Iórque, meio primeiro mundo. Onde? Na cabeça das pessoinhas dentro de seus carrinhos com vidro levantado gelando no ar condicionado cheias de referência? Ah vá. Meio isso, meio aquilo, nada disso. Nada. Cadê a Marilene Felinto? Tava ficando barra pesada demais pra Folha de SP? Meio New York Times. Babadex pode, meio moderno. Do lado de cá é fácil perceber que o sonho não era bem aquilo, que o diga quando se tem um advogado, um gerente, um agente e um chef, três babás, um assistente, um motorista e um avião. Madonna, tifudê, nega. Is it worth it? Lemme work it. I'll put my bang down, flip it and reverse it. Será que estou enganado by the rocks you got? Who the fuck is Jennifer on the block? De quem é essa mulher, quem é o dono dessa porcaria? Uma Coisa Miss Kittin, não há alisamento japonês suficiente pra curar tanta ressaca moral, o Rio de Janeiro não é tão longe assim e Paris quando em temporada não passa de uma filial do Emiliano em dia de festa de fanzine, vive la jecance. "Fútil".
Loquenlol supa cu modafoca. Fashion atitude, ilustração, customização. Por favor. Eject. Muita pose? Não pode então?
Continuei andando. St. Marks Pl. está muito longe, Height St. então nem se fala. Me lembrei dos braços finos da minha mãe deu vontade de sentar bem perto dela no sofá e assistir tv, aparentemente a única coisa que ela costuma fazer ultimamente. Me disse anda sem coragem de sair de casa, está fraca. Eu sei, gostaria de poder fazer alguma coisa a mais. Sair num dia ensolarado como aqueles que costumávamos passar juntos. Ficar à mercê da sua vontade sem me entediar, as horas demorando o dobro pra passar. Não sei quando foi que o tempo cismou de passar tão rápido. Não sei quando foi que eu comecei a perder tempo com essas coisas que não merecem qualquer tipo de atenção. Estúpido. Eu nunca fui um deles e isso eu deveria ter percebido, é uma puta de uma sorte sem tamanho. Não é à tôa o quanto eles me puxavam o saco. Eu devia ter percebido antes. Ando pensando muito a respeito de uma tarde quando eu era muito pequeno. A irmã de minha mãe estava lavando louça na casa de meus avós, a luz entrava pela porta do quintal esquentado tudo, minha tia era uma mulher muito bonita. Conversávamos bastante, eu devia ter não mais que seis anos. Eu daria qualquer coisa pra lembrar do que conversávamos. Como posso esquecer uma coisa dessas? Do que nós estávamos falando? Eu vejo a cena toda, só não consigo ouvir a conversa, o som ambiente, o barulho da água, da louça sendo lavada. Ela olha pra mim, sorri e fala, fala, fala.
Outro dia eu achei uma fita com a voz do meu avô guardada. Meu avô trabalhava numa produtora de som chamada Sonotec. Lembro que ele tinha vários gravadores em casa, sempre brincávamos de gravar quando íamos lá. Fiquei muito comovido de ouvir a voz dele. Não me lembrava que era desse jeito. Pensei em mostrar pra minha avó mas não mostrei. Não seria justo com ela. E se ela desse conta que já se esqueceu de como era a voz dele?
Ah, vá. Meus pés estavam me matando. O tênis já tinha comido os lados dos meus dedos, eu andava com os dedos encolhidos, o que dava uma certa dor nas unhas. Assim que cheguei em casa separei esses malditos converses pra jogar fora. Nunca mais compro tênis 43. Eu calço 44, eu calço 44, se não tiverem o número 44 eu posso esquecer e ir embora sem comprar tênis número 43. Meu pé nunca vai diminuir. "Sabe o que é? Eles mandam só um par de tênis 44 pra loja, sai no primeiro dia". E adivinha se alguma vez eu estive lá no primeiro dia? Primeiro mesmo eu só fui no primeiro grau, quando não tinha nenhuma Adriana na classe pra me tomar o número um. O sol estava de rachar, a pilha do walkman estava acabando, your kiss so sweet, your sweat so sour. Dedos encolhidos. Coluna reta. "Tem algum problema na coluna?" perguntou o médico do quartel. Tenho. Escoliose, lordose, problema no nervo ciático. Fudi meu nervo ciático quando inventei de fazer Aikidô. Malditos rolamentos. Fiquei dois meses sem conseguir abaixar a cabeça, até hoje não voltei a ter a elasticidade que eu tinha. "Usa óculos?" Sim, nove graus de miopia, menti. Nem pediu pra ver, me liberou do serviço militar. Nem liguei de passar seis horas embaixo de uma tendinha com os outros dispensados esperando acabar tudo. Livre dessa merda, pau no cu do general, do comandante, do sargento, do soldado.
Cheguei no banco, inútil. Esqueci de levar o cheque recuperado, fui tomar um café na Leo. A Praça Panamericana às onze da manhã não inspira nenhum conforto. Um pão de queijo e um expresso puro. Pedi pra usar o banheiro, lavei o rosto. Comprei pilhas novas, sister, we gotta make ends meet, sister, hit em 2003. É, o Marquinho cantou muito bem mesmo. Tomei o Sacomã. Sentei do lado que o sol batia, por isso todo mundo estava sentado do outro lado. Fiz que não me incomodava, peguei o livro e li umas trinta páginas até chegar na Paulista. Não tem postes na Paulista. Meio quinta avenida, gostam de dizer. Sei, quinta avenida do meu cu. Meia dúzia de quarteirões, algumas centenas de predinhos feiosos, um parque mal acabado, cheio de bicha caçando. Um museu sem grandes peças de arte. Mais antenas, duas delas coloridas. Ah, vá. Bela merda. Atravessei a Brigadeiro Luiz Antônio, em que andar ficava a academia ordinária mesmo? Acho que no segundo andar, com uma vista especialíssima. Cruzamento de Paulista com Brigadeiro, toda sua enquanto pedalava. Um barulho infernal, uma poluição grossa descendo pela traquéia. E eu lá, pedalando duas horas por dia. Já fui atleta. Pedalava uma hora pela manhã, fazia musculação. Ia a pé pro trabalho, andava a Paulista inteira, cruzava a Dr. Arnaldo, descia a Teodoro Sampaio até a Domingos de Morais e ia até a Pça Panamericana. Animadíssimo. Não almoçava, tomava um iogurte e comia um coxinho qualquer. Voltava tudo a pé. Parava na academia, pedalava mais uma hora. Eu adorava subir a Teodoro Sampaio a pé ouvindo Orbital. Tinha uma fita que o Alfred me gravou que era boa pra andar tb. Saudades do Alfred. Quando ele morreu eu não tive coragem de ir ao velório, fomos todos pro Hells chorar as pitangas e tomar nossa dose de mdma semanal. A Marina estava fora quando ele morreu. Já tinha virado top model, acho.
Chamei o elevador. Terceiro andar. Apartamento trinta e dois. Joguei os tênis apertados fora. "Não joga fora, eu levo pro sítio e dou pro Pelé". Minha mãe já tinha voltado da clínica, sentei bem perto, encostei a cabeça no ombro dela e cochilei um pouco. Pareceu uma eternidade.
Adriano // 9:58 PM

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Domingo, Abril 27, 2003:

Hoje tem ensaio do ultrasom, estou sem voz e me sentindo vazio. Ontem bateram no carro do (NOME CENSURADO PARA EVITAR CRISES DE CIÚMES NUMA PESSOA LOUCA E POSSESSIVA QUE EU PREFIRO SÓ CHAMAR DE LOUCA E POSSESSIVA PORQUE EU SEI QUE LÊ ISSO AQUI E VAI FICAR COM O CU COÇANDO PRA DAR UM CHILIQUE). Um tiozinho bem pedreiro num Uno velho entrou na traseira do carro dele, que estava parado no farol. Foi tão forte que meu pescoço dói até agora. O carro dele vôou e entrou na traseira de uma Parati velha que estava parada na frente. Se estivéssemos sem cinto teríamos arrebentado a cara no vidro. O carro virou uma sanfona, nem abria a porta direito.
O lazarento estava completamente bêbado, fedia a pinga, não conseguia nem falar direito. "Não foi culpa minha, eu nem vi nada." Eu estava a um passo de pular no pescoço do filhadaputa, liguei pra polícia. "Por favor, meu carro foi engavetado aqui na Av. Escola Politécnica esquina com Av. Jorge Ward." "Um momento, por favor." Tututu. "Por favor, meu carro foi engavetado aqui na Av. Escola Politécnica esquina com Av. Jorge Ward." "Qual o número?" "Olha, amigo, aqui é tipo uma marginal, não tem número nenhum pra eu ver, eu estou aqui embaixo da placa e nela não tem nem CEP, nem número. Mas é no sentido Raposo Tavares, essquina com..." "Olha, sem número vai ficar difícil de te ajudar. Qual seu nome?" "Adriano. Mas é..." "Olha aí em volta e me acha um número, assim tá difícil." E desligou na minha cara. Pode? Você liga pra porra do 190 pra pedir ajuda e um imbecil bate o telefone na sua cara. E se tivesse alguém morrendo?
Nisso o filhadaputa bêbado fugiu. Ligou o uninho todo fudido, vazando água do radiador, sem faróis e arrancou cantando pneu, quase me atropelando. Dois minutos depois, chega a polícia. Pois não? Pois não o caralho, vão atrás do lazarento do uno vermelho, placa tal, liguem pro posto rodoviário na Raposo, façam algo. "Teve vítima?" Não. "Então não podemos fazer nada".
Uma policial ficava olhando pra gente com a arma na mão o tempo todo. Franguinha, tá com medo de que? Que dois homens tatuados seqüestrem uma viatura com oito policiais? Ah, vá. Pelo menos eles ficaram lá esperando o guincho chegar.
Não teve vítima. Não.
Chegamos em casa. Umas cem vespas gigantes estavam pousadas na janela da sala, do lado de fora. Faziam um barulho altíssimo, olhamos do lado de dentro e elas ficavam tentando picar o vidro que ficava cheio de gotinhas de veneno de vespa. Peguei o Baygon Ultra, vesti um casaco pesado, pus um boné e fui lá envenenar os insetos. Achei que elas viriam em cima de mim, mas não. Estavam completamente hipnotizadas com a luz, soltei quase o vidro todo de veneno e elas caíram no chão, fazendo um barulho mais alto ainda.
Prendi os gatos dentro de casa.
Hoje de manhã quando fui varrer o bichos alguns ainda se debatiam, tentando se livrar das formigas.
Adriano // 3:10 PM

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Descobri o que era a dor de cabeça. Nunca mais vou lavar as mãos com aguarrás, nunca mais.
Adriano // 2:49 PM

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Sábado, Abril 26, 2003:

A dor de cabeça continua. Podia ser meningite se eu ainda trabalhasse na (CENSURADO O NOME DO LUGAR ONDE EU TRABALHAVA E TRABALHO DE NOVO, VISH, SUJERA).
Adriano // 2:44 PM

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Olha isso, Granado. (AQUI TINHA A CAPA DE UM DISCO MUITO BIZARRO QUE EU ACHEI QUE O GRANADO IA GOSTAR)

Adriano // 2:43 PM

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Sexta-feira, Abril 25, 2003:

Pra que ficar se expondo assim? Primeiro, não é exposição por exposição. Às vezes sinto necessidade de escrever, de organizar as coisas, passar a limpo. Escrevendo sem pensar eu consigo isso. Quando acabo de escrever e leio, eu vejo quem eu sou. Sim, isto sou eu, goste ou não, certo ou errado. Pelo menos estou tentando descobrir qual o sentido de tudo isso.
Melhor que ficar com uma pirâmide-luminária rosa em cima da mesa dando ordens a torto e a direito. Na atual conjuntura, depois de todas as atitudes que eu tomei, se eu ficar um mínimo mal humorado de verdade com a vida eu posso me matar, não tenho mais jeito. Eu quero provar pra mim mesmo que era o trabalho que me fazia infeliz. Não era desculpa, de maneira alguma. Mais, eu quero descobrir quando foi que houve essa transformação. Quando e por que eu fiquei infeliz. Quanto será que as drogas ajudaram? Quanto dessa tristeza veio das Três Grandes Decepções? Acho que se eu tivesse tido tempo pra lidar com elas eu tivesse me saído melhor. E eu não tive tempo por que? Estava lá trabalhando, querendo ser o funcionário cem por cento. Demorou pra eu começar a inventar desculpas pra faltar. Teve um ano que eu trabalhava com o sr. André Abujamra (não é que eu sonhei com ele ontem...) e ele inventou de gravar um disco do Tom Zé que eu simplesmente não tive fim de semana. Tudo bem, eu era jovem, trabalhava de segunda a segunda, fazia natação quase todo dia e ainda arrumava tempo pra ir no Hells tomar tudo que me oferecessem. Acho que foi aí que eu tive noção da roubada que eu tinha me metido.
Quando você está sempre disponível e mostra que arca com todas as responsabilidades, meu irmão, você está numa barca furada. Principalmente se você for jovem e estiver no epicentro do mundo capitalista, a publicidade. Uma vez que você deu um passo pra frente, ninguém vai deixar que você volte. Uma vez que você ficou trabalhando um ano sem descanço, pode acreditar que as coisas só vão piorar. É o lazarento ciclo do abuso da democracia do terceiro mundo.
No meu último emprego as coisas aconteceram assim também. (AQUI COMEÇAM AS AGRESSÕES AO MEU ÚLTIMO EMPREGO NA ÉPOCA. ESTOU TRBALHANDO HOJE EM DIA NO MESMO LUGAR E SEI QUE AQUI É BOM QUANDO COMPARO COM OUTROS LUGARECOS ONDE TRABALHEI POR AI NESSE MEIO TEMPO) Comecei trabalhando no pior horário, das quatro da tarde as duas da manhã. As coisas foram indo bem, eu ia abrindo minhas pernas, eles iam metendo mais fundo. Chegou uma hora que me transferiram pro horário diurno, das nove as seis da tarde. Só que eu nunca saía
no horário, eu invariavelmente ficava o meu turno e mais da metade do turno que eu costumava trabalhar. Pelo menos haviam as horas extras. Um belo dia, resolveram me dar comissão. Ganhando comissão eu não podia cobrar hora extra. E a comissão sempre dava menos do que se eu cobrasse hora extra. Foi indo, inventaram uma linda escala de final de semana e feriado, e engraçado, eu semrpe tinha que trabalhar nos feriados e meus trabalhos caíam no fim de semana. Uma semana antes de eu pedir as contas, era carnaval. Trabalhei o feriado todo, até domingo as quatro da manhã. Pra que? Pra ganhar mil real duma campanha que o estúdio cobrou 33 mil pra fazer.
Sabe, eu não nasci pra ser escravo. (AI BICHA, SE LIGA) No way, jose. Posso ficar com raiva de mim por não ter sabido me impor, mas acho que aprendi. Acho. Não sei se isso é genético, de repente... mas mesmo que seja, eu não tô afim de fazer esse papel de novo. E acho bom estar tudo escrito, serve de referência. Está tudo aqui, passo a passo o que eu não devo fazer.
Sei lá. Vou ali limpar a caixa do gato de novo.
Adriano // 11:18 PM

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Será que dava pra eu ser mais chato? Iconoclasta é muito foda.
Hey, mick.
Adriano // 10:44 PM

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Minha cabeça dói, não de bebida. Antes fosse, acho que estou pegando essa gripe maldita que acamou todas as pessoas que eu conheço. Eu raramente fico doente. Quer dizer, quando eu trabalhava eu inventava todas as sortes de doença e acabava ficando doente mesmo, fazer o que, sou psicossomático. Mas essas vezes que inventei uma dor de garganta qualquer e acabei indo pro pronto socorro e tomando uma semana de antibiótico não contam. Nos últimos tempos de serviço, eu tive no intervalo de um ano: rubéola, cólera, dengue, todas as gripes da moda, úlcera, arritmia cardíaca e pneumonia. A rubéola aconteceu porque eu costumava passar um creme depois do banho chamado Tiomucase. A Ida que falou pra eu passar, que emagrecia muito. Adivinha se o negócio não me deu um vermelhão? Pronto, rubéola, uma semana e meia sem trabalhar, passeando, tocando, dormindo bem. A cólera se deu em Porto Alegre. Acho que comi algo meio passado no almoço e vomitei à tarde, pronto, cólera. Coitado do Adriano, uma semana em casa. Dengue então foi fácil demais, lá onde eu trabalhava tinha muito mosquito. Foi só chegar um dia virado de show, cara abatida, olheira, pronto, tava com dengue. Mais uma semana de molho. Mas não pense que era tudo alegria. Na maioria das vezes que eu inventei essas histórias eu acabei ficando doente, não doeeeente, mas doente, rápido assim. Nada que uns bufferins não resolvessem.
Hoje fiquei o dia inteiro aqui em casa. Acordei as duas e meia da tarde, afinal ontem eu fui tocar num lugar chamado INSPIRAL, casa nova que abriu nos Jardins. O show foi muito bom mas eu estava péssimo. Estive com dor de cabeça o dia todo, todo mundo me falando da terrível gripe que ia me derrubar, "ah, amanhã você vai estar horrível". Não bebi nada, como disse, fui com o Rodolfo depois da passagem de som num lugar chamado Rock Burger, que costumava ser legal mas agora uns chineses compraram e ficou trevas, tomei um milkshake duplo de flocos ("olha, o dupro é sete real, o normal é cinco real, toma o dupro" me convenceu o china) enquanto o Rodolfo virava uma garrafa de breja e um copo de requeijão de pinga. Fiquei enjoadíssimo, mareado, com sono, mal humorado. Voltei pro bar e dormi em cima de uma mesa até a hora que o (NOME CENSURADO PARA EVITAR CRISES DE CIÚMES NUMA PESSOA LOUCA E POSSESSIVA QUE EU PREFIRO SÓ CHAMAR DE LOUCA E POSSESSIVA PORQUE EU SEI QUE LÊ ISSO AQUI E VAI FICAR COM O CU COÇANDO PRA DAR UM CHILIQUE) chegou. O show foi lá pelas três da manhã, chegamos em casa umas quatro e meia, estava uma neblina horrenda na estrada, não dava pra ver mais que um metro na frente do carro. Dormi às cinco da manhã.
Como estava dizendo, acordei às duas e meia e cozinhei um risoto com molho de tomate e proteína de soja, com muita cebola. Era tudo o que tinha aqui hoje. Fui dar mais uma demão no móvel do estúdio, puta meleca. Estou fedendo aguarrás há dias e essa merda não fica pronta. Mas foi ótimo, fiquei ocupado a tarde toda, ouvindo sonic youth, indiekid. Depois, enquanto esperava secar a bobagem, peguei emails, escrevi na págia do butchers (www.butchersorchestra.hpg.com.br) e fui ver se a nova música dos Stubborns tinha entrado. Entrou! Aqui: www.mp3.com/TheStubborns, a música se chama Medication e eu a fiz pra chochar aquela bruaca da Desirée Marantes. Fui lá fora, dei mais uma demão no móvel e voltei pra cá.
Pronto. Tédio. Limpei o jardim dos cachorros. Limpei a caixa de areia dos gatos. Li. Acabou a luz. Voltou. Sentei na frente do computador e o alarme da idéia fraca começou a soar. Tá bom, sei que eu não devia fazer esse tipo de coisa, mas não é sempre que eu tenho a oportunidade de fazer algo assim:

Date: Fri, 25 Apr 2003 18:03:22 -0700 (PDT)
From: "ADriano Cintra" | This is spam | Add to Address Book
Subject: Novo single The Stubborns - Medication (oh, desirée)
To: eddie@ironmaiden.com

Tirado do site erikapalomino.com.br:

"Está causando frisson o novo single intitulado
Medication da banda de electro-clash-punk The
Stubborns. Já é hit certo na discotecagem dos mais
requisitados djs da cena roqueira de SP e o top dj
Marky está preparando um remix junto com o produtor
Dudu Marote para ser lançado pela Trama em agosto.
Segundo Adriano Cintra, o iconoclasta por trás dos
Stubborns que nas horas vagas faz as trilhas dos
desfiles mais hypados do país, customiza camisetas
para a Ellus 2nd floor e ainda acha tempo pra tocar
guitarra no internacional Thee Butchers Orchestra, a
história desse single é bem divertida:
"Uma amiga de uma amiga minha me acusou de plagio. Só
que eu nunca tinha ouvido a música dela, sem falar que
a música em questão tinha dois acordes... passado um
tempo, várias bruacas amigas dela começaram a me
ameaçar por email, daí perdi a paciência e fiz a essa
música pra ver se a raiva passava" conta ele.
Quem quiser conferir o inteligent electro dos
Stubborns pode assistir ao programa Gordo A Gogo na
MTV semana que vem. Quem estava lá na gravação saiu
pas-sa-do.
Quem quiser escutar a música em si, se joga aqui:
http://www.mp3.com/TheStubborns

(CENSURADO O NOME DA SUPOSTA JORNALISTA QUE TERIA ESCRITO ESSE TEXTO RIDICULO ACIMA)"

Mandei isso pra bruaca da Desirée e pras penosas das amigas dela que ficaram me enchendo os pacovás com aquela história de plágio. Eu odeio Backyard Babies, mas making enemies is good. É melhor que good, ajuda a passar o tempo. Terapia ocupacional. Que nem quando eu fiquei alugando a bicha korn por quase um ano...
Depois que eu descobri que o Henry Miller fazia coisas parecidas com essa eu fiquei menos preocupado.
Adriano // 10:26 PM

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Quarta-feira, Abril 23, 2003:

Gazela, bânger.
Adriano // 1:03 AM

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E ao longo do braço esquero eu tatuo "non ducor, duco" que nem a Ana. E na nuca "fuck off" que nem ela também. Saudades, Gel.
Adriano // 1:03 AM

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Na bochecha direita eu tatuo uma guitarra, que nem um homem que eu vi no metrô uma vez.
Adriano // 1:00 AM

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"teresa, você é a coisa mais bonita que eu vi na minha vida, inclusive o porquinho da índia que me deram quando eu tinha seis anos."
Esse Manuel Bandeira era bem esquisito. Lembro que estudei ele na FFLCH, tinha um professor de IEL que o considerava beat. Outro dia catei o Estrela da Vida Inteira pra dar uma lida e achei um tanto quanto inocente, não achei o gancho. E esse poeminha da Teresa me ficou na cabeça, antes eu tivesse me lembrado antes pra declamar pra minha ex patroa.
Deixei o livro no banheiro, do lado de uma edição da Penguin da obra completa do Walt Whitman. Mas pra mim, o melhor é o Ginsberg mesmo. i wish he'd pull my daisy, smart went crazy, smart went crazy.
Um dia eu tatuo isso. Na testa.


Adriano // 12:58 AM

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Uma boa saída para mim é arrumar algum trabalho manual. Hoje passei a tarde lixando madeira, pintando, lixando, pintando, esperando secar, enquanto esperava dei um mergulho, sequei ao sol, a água estava muito gelada. Um milhão de formigas pretas me atacaram, pulei na água de novo, mais frio, mais sol, banho. Lixei madeira de novo. Quando vi, tinha que ir pra São Paulo pra fotografar com o Nino. Busquei o Jonas em alphaville, fomos pra SP. O lince selvagem ligou, disse que ia atrasar, que nem ia sair de casa àquela hora, que ia tomar banho, comer, blábláblá, todo irônico. Ui, lince selvagem, quanto sarcasmo. Que te fiz para merecer esse tratamento de esposa? Não quer ir não vai, sô. Depois de tanta landragem, acabou chegando quinze minutos adiantado. E o Nino deu o cano. Nem teve foto, comemos um pão de queijo, falamos da vida como se fôssemos estranhos e cada um foi pro seu lado. Acabei no Takô com o Maurício, que comprou várias partituras de violoncelo e piano pra gente tocar, amanhã vou dar uma estudada.
Hoje foi um daqueles dias em que as coisas parecem começar a entrar nos trilhos, sem stress, sem falsas expectativas, sem picos de euforia. Pela primeira vez em muito tempo os minutos demoraram sessenta segundos pra passar, eu comi o tanto que tinha fome, dirigi na estrada sem arrumar confusão. Quase sempre que venho pra casa eu arrumo algum desafeto pelo caminho, como algum infeliz que vem dando seta pra passar e quando passa vai mais devagar atrasalando, despertando meu lado psicopata. Eu nunca vou andar armado.


Adriano // 12:41 AM

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Terça-feira, Abril 22, 2003:

Queria um emprego de meio período aqui perto de casa. Levando isso em consideração, eu poderia ser:
frentista do posto ALE ali na divisa de Jandira com Barueri
chapeiro, caixa ou atendente na padaria que fica de frente pro residencial da Bianca Exótica (aliás, ia ser incrível servir um carioca pra Bia todo dia de manhã antes dela ir pra escola)
vendedor da pet shop que fica perto da casa do Jair Rodrigues
porteiro do meu condomínio
vendedor de gás
entregador de água
recepcionista da academia ali da estrada
motorista do carro de escolta do Forest Hills
funcionário da Brico Bread (não ia prestar, eu ia engordar mais quinze quilos de tantos pãezinhos)
Quantas opções.


Adriano // 2:38 AM

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Esses últimos dias foram surpreendentes. Consegui ficar sozinho em casa sem me sentir desperdiçando tempo, com aquele fogo no rabo pra fazer alguma coisa. Fiquei aqui, vi filmes, li, internetei. Segunda saí de casa às seis da tarde, fui encontrar com a Debs, depois peguei a Clarah e fomos pra Funhoze. Tomei vários sex on the beach, provavelmente uns oito. Não fiquei nem um terço de bêbado como na sexta, queria ter ido na Loca encontrar o Maurício mas prefiro passar longe daquele antro mal cheiroso da paraguaia. Meu cu, noiada. Ele foi encontrar comigo na Funhoze, ficamos lá um pouco e viemos pra casa depois. Apesar de todo o álcool eu fiquei completamente são. Não tive blecautes. Tomei meus engovs, acordei inteiro ontem.
Amanhã eu devolvo o carro pra minha mãe, quero ver o movimento trem como rola. Vai ser bom ficar em casa uns tempos, tenho muita coisa pra arrumar aqui, lixar, pintar, passar cabos, arrastar móveis. Correr. Nadar. Ler. Passear com os cachorros. Compor. Agora com estúdio em casa eu quero fazer muita música. Ei, (CENSURADO O NOME DO MEU ANTIGO PATRÃO QUE POR SINAL É O ATUAL, SUJEIRA), pau no seu cu. Fique aí se matando, eu fico aqui na beira da piscina fazendo música e cuidando do jardim. Vai lá puxar o saco da cruza do Lulu Santos com o Ney Matogrosso que eu vou dar uns rolês de bicicleta pelas trilhas aqui perto de casa, comer miojo na hora do almoço com muito prazer e não ter azia depois, olha que coisa incrível.
O Marquinho não disse que ele é um lince selvagem? Eu sou só um quase mendigo. Já não tenho inveja da Cíntia da Bizarre.


Adriano // 2:28 AM

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Sábado, Abril 19, 2003:

Bom, o site do Butchers está em fase de acabamento, por enquanto está aqui:
http://www.butchersorchestra.hpg.com.br (VISH, TA TUDO VELHO LÁ, NEM VAI PERDER SEU TEMPO INDO VER)
Quando for pro endereço definitivo eu aviso.
Adriano // 11:36 PM

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Ontem eu bebi demais. Pra piorar esqueci de tomar engov, acordei ruim, como se tivesse sido linchado. Febre, enjôo, azia, mau hálito, dor de cabeça, não podia me mexer que ficava com vontade de vomitar. Fiquei deitado até às três da tarde. Fui ver se tinha batido o carro, não, ainda bem, bater o carro da minha mãe ia ser o fim. Saí com minha irmã Clarah, fomos para vários lugares antes de pararmos na Funhoze. Tomei muitas gin tônicas que se misturaram à meia garrafa de vódka do meu pai que eu bebi na casa dele. Fiquei sozinho a tarde toda, esperando alguém ligar. Marco, Jonas, (NOME CENSURADO PARA EVITAR CRISES DE CIÚMES NUMA PESSOA LOUCA E POSSESSIVA QUE EU PREFIRO SÓ CHAMAR DE LOUCA E POSSESSIVA PORQUE EU SEI QUE LÊ ISSO AQUI E VAI FICAR COM O CU COÇANDO PRA DAR UM CHILIQUE), Clarah, Ida, Amanda, Bezzi. Dormi, li. Cozinhei uma coisa horrenda que me deu uma dor de cabeça lazarenta. Comecei a beber pra ver se passava, passou.
Acho que até fumei uns cigarros ontem. Não sei direito, eu estava quase ficando incoveniente, vim embora.
Adriano // 7:13 PM

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Quinta-feira, Abril 17, 2003:

Vendi meu carro hoje. É estranho pensar que não tenho mais carro, que não tenho mais que gastar 120 real por semana de gasolina, estacionamento, prestação. É bom. Preciso me acostumar com a idéia de andar de trem. O trem é aqui perto de casa, estação Jandira.
Adriano // 11:41 PM

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I don't like the film, play it all back
I don't like the set, put it all down
Se fosse fácil assim, ficar com uma pirâmide luminária em cima da mesa dando ordens.
Adriano // 10:18 AM

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Adriano // 12:46 AM

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Estou ouvindo Gary Numan, bem baixinho. Trouxe minha vitrolinha portátil Delta da casa da minha mãe. Ela funciona com pilhas, tem um falante só, é mono, coitada. Dava pra escutar rádio nela também mas hoje eu quebrei a antena que estava torta e ficava pegando no disco, meigo. Comprei o Warm Leatherette da Grace Jones por 3 real. Trê real é um preço muito amigo pra se pagar num vinil bom desses. Comprar vinil é legal, pena que deixa os dedos pretos de poeira.
Adriano // 12:41 AM

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A ingrata subiu no meu colo e está dormindo, quentinha.
Adriano // 12:08 AM

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Alice entrou no cio e faz cinco dias que não consigo dormir. Ela profere miados aterrorizantes num volume altíssimo, sons guturais improváveis para um ser daquele tamanho. Anda rastejando, rabo para o alto, se oferecendo para os móveis, sapatos, almofadas, cachorros, gatos, meu pé.
Comprei um treco azul de brincar pra ela hoje.
Tá lá jogado na sala, nem deu bola.
Adriano // 12:03 AM

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Quarta-feira, Abril 16, 2003:

É muito difícil. Blá blá blá. Preciso de um plano B.
Achava que nada podia ir além da verdade, o problema é que muitas vezes ela simplesmente não existe. Se acho que chegou a hora e me preparo para ir embora de repente uma palavra vira tudo de cabeça pra baixo. Paranóico. Resolvi ficar quieto também. Não vou me preocupar com o silêncio, vou achar que é um sinal de paz, natural, confortável.
Como se houvesse algum tipo de silêncio dentro da minha cabeça, quando não é um trecho de música horrenda em loop são as vozes, as conversas, as línguas que eu não sei falar,de repente me pego assoviando uma música que eu nem lembrava, recitando um poema em francês que aprendi na quinta série, um diálogo de filme que assisti ontem na tevê. Fico imaginando quem são as pessoas da rua, somando placa de carros, número de edifícios, telefones, tentando achar algum sinal de suas personalidades nos números que me rodeiam, eles também me dizem do futuro, meu oráculo particular, no fundo nem eu acredito que perco meu tempo fazendo isso, mas eu preciso me manter ocupado.
Preciso de um plano B. Está tudo indo pro brejo, não sei se é só mais um teste ou se estou bancando o idiota. Ou se estou sendo mau caráter. Até que ponto eu não entendo as coisas? Será que o óbvio esta ululando na minha cara e eu tenho algum problema mental, polianite severa? Pode também ser falta de álcool, ou excesso, será que tem alguém me ajudando e eu não estou vendo? Eu não passo de um egocêntrico filho da puta que está sempre reclamando de problemas existenciais enquanto não enxergo o sofrimento do próximo? Não consigo enxergar que sempre faço tudo errado? OK, i deserve it. Devo procurar meu empreguinho, botar o rabinho entre as perninhas tortas e morrer de câncer quando?
Só não quero mais entender as coisas errado, vamos. Só pode ser algum problema de educação. Ou fisiológico mesmo.
Tanto faz.
Adriano // 11:54 PM

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Sexta-feira, Abril 11, 2003:

Você já ouviu falar da síndrome da mão alienígena? Assisti um documentário ontem no Discovery Health sobre isso e estou tendo delírios psicossomáticos o dia todo. E ainda nem sofri um derrame ou uma cirurgia para seccionar os lados do meu cérebro.
Coisa horrível, sua mão não obedece aos comandos do seu cérebro, mas sim às sugestões do subconsciente. Daí as minhas senhoras não conseguem nem vestir a roupa. Com uma mão elas se vestem, com a outra, ficam tirando a roupa que a outra mão acabou de colocar.
A outra minha senhoura ia ao supermercado e a mão alienígena ficava pegando todos os produtos que ela via. Com a outra mão ela colocava as coisas de volta na prateleira, mas a mão boba pegava tudo de volta! Um basfond. Chegava no caixa e ela tentava explicar sua síndrome e pronto, aquele mal estar, todo mundo achando que ela era louca.
Que situação. Tenho certeza que na vida que vem eu volto com isso nas duas mãos. Mais o câncer no osso da face, tipo homem elefante. E braços de talidomida.
Eu até que mereço.
Adriano // 12:22 AM

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Minhas gatas se odeiam.
Yoko e Alice.
Yoko rosna como um lince, Alice provoca até levar umas patadas na orelha.
Alice escala minhas pernas e morde meu nariz, ronrona e eu fico com coceira onde ela unhou.
Yoko grunhe de raiva.

Adriano // 12:16 AM

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Terça-feira, Abril 08, 2003:

Imagine acordar e ficar feliz de ir ao banco pagar contas. Uau! Fui buscar um cheque que voltou no Drogão. Emocionante, a mulher não encontrava o envelope com meu cheque, ainda por cima tive que pagar quinze reais de "taxas de devolução". Ué, indaguei à moça, isso eu já não paguei no banco? Mas tem que pagar pra eles também, pronto, mais um motivo de felicidade. Depois discuti com minha mãe, não, não quero mais ser empregadinho, não quero mais ter patrãozinho, horinha de almoço. "Ouvir isso de você me preocupa muito", escutei ela do outro lado. Como assim? O que ela esperava de mim? Que um dia eu me casasse, comprasse um apartamento em Moema, fizesse um plano de previdência privada no Bradesco Saúde e Vida e voltasse a frequentar a Ivernada do Biriça? Hmm.
Depois levei o carro amaldiçoado pra remendar lá no Osmar, conhece o Osmar? Ali na Bela Vista, Rua Santo Antônio. O Osmar é dez, campeão. Deixei o carro lá e fui a pé pro centro conversar com a Cíntia da Bizarre. Ela é dez, campeã também. Ela pendurou na parede da loja um disco chamado "O Sapatão", o Iano que deu pra ela. Na capa, um cabra da peste apontando pra um sapato do tamanho de uma cadeira, olhando feio pra uma mulher de biquini, toda sem graça, ele meio que perguntando "O que significa isso?" e ela "Hmmm, tsc...". Sapatão.
O dia esteve feio e quente, greve de ônibus, metrô lotado. Fui pra Moóca encontrar a Debbie, que está deprê por N motivos. Ene de Naldinho motivos, ok, que coisa sem graça. "De quem é essa mulher, quem é o dono dessa porcaria?" A Debs não é mais de ninguém e ela está tentando lidar com isso da melhor maneira possível, mas como é foda ver os amigos chorarem de amor. Eu tenho chorado de amor ultimamente, a vida às vezes me dá vontade de apertar o FF pra passar mais rápido. Isso me faz lembrar que hoje eu não bebi. Ainda. (AI QUE TÉDIO)
Na volta, desci na praça da Sé, não queria voltar pra casa aquela hora, estava desconfortável. Entrei na Catedral da Sé, parei na frente do altar e esperei acontecer alguma coisa. Silêncio, aquela expectativa. Por um momento achei que ia sentir algo mas passou. Mais um pouco e comecei a achar que alguém ia perguntar o que eu estava fazendo ali e no fim eu acabei me perguntando o que fazia ali. Ah, vá. Olhei em volta, não achei nada demais, fui embora rapidinho.
Passando na praça da Liberdade eu vi que dia 12 agora vai ter Hanamatsuri, a comemoração de aniversário do Buda. Hmm. Quem sabe se eu não estiver com muita ressaca eu passo lá pra jogar chá na estatuazinha do Buda e fazer um pedido. "Quero que o nariz do Rodrigo fique preto e caia." Não presta pedir essas coisas, acho. Na verdade eu preferia ganhar um apartamento na Galvão Bueno. Será que o Buda me concede esse pedido? Regula micharia pro chegado não.
Estou com alergia dos gatos, vou dormir, meu olho esquerdo está do tamanho de um limão galego.
Adriano // 11:36 PM

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What about now?
Adriano // 12:33 AM

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"Bunch of losers" (essa é do Marco, outro clarividente de plantão)

you say
I got my way
so c'mon gimme action
oh yeah
you feel
you really got the skills
to break my connection
oh no
watch out
another bunch of losers
find
another soul seducer
it's time for love and crime
Adriano // 12:33 AM

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Ui again.
Adriano // 12:27 AM

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Ok, assunto encerrado. No more mal estar. Vá para a luz, Carol Anne, ou qualquer coisa parecida com isso. É só que às vezes eu insisto em me decepcionar com algumas pessoas, tento achar que elas valem mais do que aparentam, que têm uma carta escondida na manga praquela última rodada decisiva. Eis que na verdade não há "mistério" algum, só vazio. Não havia nada além do óbvio por baixo do lencinho.
Frescura perder tempo com isso. Eu sei. Não acho legítimo o suficiente escrever somente sobre minha vida. Gostaria de escrever ficção. Saber descrever um cenário tão bem que passasse vários parágrafos sem chatear ninguém com de meus recalques.
Sei lá. Estou com muito sono.
Vou dormir.
Quem sabe amanhã sou um pouco mais feliz nas minhas divagações.
Adriano // 12:26 AM

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Fiz essa música em novembro do ano passado. I see dead people.
Adriano // 12:09 AM

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Segunda-feira, Abril 07, 2003:

Excerpt from "Johnny Thunders", available soon on Thee Butchers' Orchestra's upcoming "What about now?" album out on Ordinary Recordings

Turn me lose, let go off me
If you're that bad
Why can't I see?
Hey teenage boy
mama's little tease
you better get yourself
a little more grease
dressed up to kill
making so much noise
proud to say you'd rather be
with the boys

oh boy
can't you get no relief?
oh boy
you bet you taste so sweet
oh boy
sometimes a faker, a loser
oh boy
sometimes a little red rooster
oh boy
you gotta walk that walk
oh boy
you always talk that talk
oh boy
c'mon cut me so fast
turn me lose cuz i need it so bad
Adriano // 11:49 PM

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Up yours.

Adriano // 11:40 PM

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You better watch your back cuz I'm around.
Por que, você vai enfiar o dedo no meu cu? As if...
(NAO LEMBRO PORQUE ARRUMEI ESSA TRETA COM OS FORGOTTENBOYS... LEMBRO QUE O FLAVIO TENTOU BRIGAR COMIGO MAS ACABAMOS ABRACADOS VIRANDO UNS COPOS DE VODKA NUMA PREMIACAO DA REVISTA DYNAMITE LA NO CENTRO CULTURAL VERGUEIRO)
Adriano // 11:39 PM

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Mais um dia e algumas doses de vodka. Ok, não estou me tornando um alcoólatra escroto, estou me tornando um alcoólatra sensível e fiel.
Passei o dia na casa do irmão Jonas produzindo umas paradas pra emetevê. Como diz o Marcelo Gabriel, "eu tenho que fazer a feira" e a feira anda cara esses dias. Nada como manter a cabeça ocupada com algo metódico, é só ligar o controle remoto, manter o senso crítico em alerta e pronto. Depois de oito horas de trabalho produtivo fomos lá pro Elegance ll calibrar de vódega, pôr os planos em dia e falar aquelas coisas que só fazem sentido com certo teor etílico no sangue.
Assunto do dia: polêmica de cu é rola, meus amigos. De que serve sair por aí falando do tamanho do pau quando na verdade todo mundo sabe que o dito cujo em questão não passa dos míseros dezesseis centímetros? E ainda por cima sofre de ejaculação precoce, problemas de ereção e é fino como um batom? (copyright Maria de Los Angeles, que saudades!) E nem se presta a um segundo round?
Ah, vá.
Cansei. Enfiem os lencinhos cu adentro. Hype bom é saldo disponível em conta corrente. Oasis.
I got my dark sunglasses,
I got for good luck my black tooth.
I got my dark sunglasses,
I'm carryin' for good luck my black tooth.
Don't ask me nothin' about nothin',
I just might tell you the truth.


Adriano // 11:36 PM

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Domingo, Abril 06, 2003:

Já que isso é um blog, vamos lá.
Passei o dia todo ouvindo o disco novo do Grenade. Sr. Granado, puta que o pariu. Quem vai lançar? Você sabe que tem gente pagando pra ter isso. Seja quem for, libera logo, quero minha cópia com capa.
Adriano // 9:25 PM

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Igapó, lambari.
Adriano // 9:18 PM

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AQUI HAVIA UM POST QUE FOI CENSURADO POR PURA SENSATEZ E AMOR AO TrABALHO


Adriano // 9:10 PM

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Bom, até aí quero que fique bem claro: eu não tenho nada demais contra os publicitários que eu não tenha contra a maioria dos seres humanos. Podem me chamar de mau humorado, ranzinza, babaca, mimado, criança, o escambau. Cada um com seus problemas, cada um no seu país, cada um com o que pode. Algo que me deixa tranquilo é saber que amanhã eu não vou ter que ler algum roteiro provindo de alguma agência e fingir que não percebi quão infeliz é a profissão de produtor de áudio (AI QUANTO DRAMA, FRIA FIA). Mas pode ser que se eu trabalhasse numa loja de cd, eu ficasse feliz por não ter que vender um disco de merda pra um moderninho mal informado. Ou ainda se eu trabalhasse num jornal, eu urrasse de alegria por não ter que escrever um texto insosso a respeito de um assuntinho mais ainda.
A verdade é que eu não nasci pra isso, não consigo deixar de ser infeliz se noventa por cento do meu tempo eu lidar com coisas estúpidas e pessoas vazias. E não consigo deixar de me esvaziar se for obrigado a produzir coisas que eu desprezo.
Acho que muito em breve eu vou virar mendigo.

Adriano // 8:17 PM

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O que mais pode dar errado? Não que o fato de eu ter pedido as contas tenha sido um erro. Não foi. Em última instância, foi a melhor coisa que podia ter acontecido. Eu simplesmente não aguentava mais aquele lugar (SIFUDI, TO AQUI DE VOLTA), todo dia era o mesmo pesadelo, ficar trancado no ar condicionado fazendo uma coisa que eu (CENSURADO), ganhando bem sem ter vida pra aproveitar, torrando tudo em besteira. Antes eu tivesse tido tempo pra me drogar e queimar o filme com aquela cambada de publiciotários (UMA SERIE DE ADJETIVOS CENSURADOS). É isso mesmo. Leiam com todas as letras: EU NÃO PRECISO DE VOCÊS (HAHAHAHAH SEI). Nunca precisei, se fosse possível eu os processaria por ter me feito perder tanto tempo. (UI QUE MEDA DE MIM MESMO QUE EU TENHO!)
Ontem eu fiquei um tempão sentado numa praça em Londrina, de frente pra uma loja bem tosca chamada Descontão. Não há diferença nenhuma entre o sr. (NOME DO MEU EX E ATUAL PATRÃO CENSURADO). dono da (TROCADILHO COM O NOME DA PRODUTORA QUE EU TRABALHAVA E TRABALHO NOVAMENTE) e a vendedora dessa lojinha. O olhar desesperado no rosto daquela senhora que passa o dia todo em pé tentando vender um ferro de passar é o mesmo que ele tenta esconder ao se afundar no trabalho e se dizendo realizado, querendo enganar alguém de que sua vida não é tão sem significado assim. A diferença é que a vendedora da loja Descontão é uma escrava porque não tem opção. O outro optou por isso, talvez por vaidade, talvez por medo de encarar o tempo bom que não volta nunca mais.
Vejamos: ambos trabalham mais de dez horas por dia, mais de seis dias por semana, não tem tempo pra almoçar, nunca emendam feriado. A grande diferença está aqui: nas férias, ela viaja pro interior pra encontrar com a família. Ele, torra todo o dinheiro que guardou passando duas semanas (CENSURADO, CENSURADO POR VERGONHA).
Duas semanas por ano os dois saem da rotina casa/trabalho/casa.
Eu não quero isso pra mim nem se me mandarem duas semanas por ano pra estação espacial.
Adriano // 8:01 PM

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O vizinho está ouvindo Madonna de novo. American Life, parece ser ok, chique, sério. A capa moderna, artsy fartsy. Fotos na W, exposição de arte em NY, ióga e make up, rugas, plenitude e reconhecimento. Mais? Ah, vá.
Chove muito, a pneumonia asiática chega a São Paulo e estou sem saber o que vai ser da minha vida. Há um mês eu pedi as contas, tinha tudo planejado: dia sete de abril eu embarcaria para os estados unidos, ficaria por lá uns três meses tocando com minha banda. Um belo dia os planos mudam (o sr. Rodrigo Carvalho resolve sair da banda pois não pode pedir as contas da sorveteria onde trabalha com medo de não ter dinheiro de pagar o aluguel) e o novo baterista não consegue tirar o visto. Ainda temos algumas cartas na manga, mas tudo leva a crer que essa turnê vai por água abaixo.
Die another day.
Estou gripando.
Meu dinheiro está acabando.
A realidade é bem diferente, como bem disse o Rodrigo. Queime no inferno, imbecil, don't take it too personally et ora pro nobis. Se sua carne é fraca, fique sabendo que a minha é bem resistente mesmo quando encharcada em gim. Boa sorte no seu sonho americano, boa sorte com seus setecentos dólares por mês.
E você que está lendo isso agora, bem vindo(a) a piada que se tornou minha vida.


Adriano // 7:33 PM


Fim.
Fui inventar de limpar meu email do yahoo. Tinha umas cento e poucas mensagens que eu nunca li, sou do tipo que recebe email e fica imaginando o que está escrito ao invés de abrir e ler, passa mal de nervoso com as coisas que imaginou estarem escritas e deixa as mensagens empilharem por meses a fio até um dia ter coragem de clicar no quadradinho e apertar delete. Esse meu problema é tão peculiar que eu até criei pastas para colocar esses emails que eu nunca vou ler. Tem a pasta especial dos ex relacionamentos e casos, tem a pasta da banda, tem um especial chamada Rodrigo Lazarento que eu fiz pra guardar as mensagens do ex baterista do TBO que decidiu sair da banda um mês antes da turnê americana, tem uma outra chamada Desirée Lazarenta que eu fiz pra guardar as mensagens surreais da gorda Desirée lá de Porto Alegre (tinha que ser) que me acusou de plágio de uma música coitada dela que eu nunca ouvi. E tinha uma pasta chamada Adri, que eu não fazia o cu da idéia do que se tratava. Depois de apagar o inbox inteiro respirei fundo e cliquei no Adri. Que dia eu inventei de criar uma pasta pra guardar os replies que eu devia achar mais polêmicos eu não sei. Mas tem umas coisas pitorescas que eu acho pertinente compartilhar pra mostrar o quanto eu sou chato...

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email a respeito do show do CSS no BlackBox
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Date: Mon, 9 Feb 2004 05:41:01 -0800 (PST)
From: "ADriano Cintra" Add to Address Book
Subject: so
To: "Ana Rezende" , "Clara CSS", "Iracema Trevisan", "Luiza LoveFoxxx", "Luiza Sá", "Maria Helena"

Entao, bichas. Eu azedei com aquele show horrivel de
sabado. Ok, as pessoas falaram que gostaram e tal, mas
a verdade eh que foi pessimo. O som estava um horror.
Achei fofo que vcs trouxeram um tapete, o pedal de
bumbo, ok, mas o problema nao era so a bateria. O som
da voz estava um cu, a gente tinha que ter microfonado
as coisas pq o lugar era muito grande, blablabla. O
miranda estava la e sabe qual foi o comentario dele?
"Engracada essa banda, a gente nunca sabe se o show ja
comecou". Sabe qdo ele vai chamar a gente pra tocar no
festival da trama virtual? Nunca.
A gente precisa deixar claro uma coisa: o que cada um
espera da banda? Parece que todos temos ideias
mirabolantes a respeito do futuro da banda. Entao
precisamos nos proteger deste tipo de incidente. A
gente tem que ser adulto o suficiente pra NAO fazer
presepada.
Entendo que vcs gostem de tocar, de fazer show, mas
nao da pra ficar queimando o filme por ai assim. Se
fosse no Hangar, no JukeJoint, menos mal, mesmo assim
ia dar margem pra gente chata falar que nao presta. E
uma coisa: sempre depois de um show todo mundo vai
falar que foi legal, por pior que tenha sido. Sempre.
Ainda mais no nosso caso, que as pessoas ja acham que
eh truque de antemao so por ter saido no Lucio e na
Erika. A gente tem que ir la e fazer um show como o
ensaio, muito bom, pra deixar nego sem graca. Agora,
ir la e fazer uma bosta dessa deixa as pessoas ate
felizes, tipo "eu sabia que era uma merda, so podia
ser, eu disse".
Entao ta, cansei de falar mal do show. So mais uma
coisa: eu nao faco mais show assim. ok? nao faco mais.
So vou tocar bateria qdo formos tocar no sesc, em
algum festival bom, tipo no Hangar. Tirando isso,
esquecam. Me desculem mas eu nao tenho mais saude nem
tempo nem saco pra fazer presepada. Vamos continuar
ensaiando toda semana, vamos ficar cada vez melhores,
mas pra tocarmos em lugar bom pra fazer bonito. Tipo
no lancamento do disco. Enquanto isso, vamos fazendo
playbacks, que eu acho muito mais impactante e muderno
e visionario que showzinho proletario. Eu sei que vcs
nao se sentem participando qdo fazemos playback, entao
vamos inventar alguma coisa pra todo mundo fazer qdo
fizermos playback. Sei la, coreografia, qq coisa.
Vamos pensar o playback como um show. Tipo o do
Kraftwerk, que tinha tipo uma cenografia incrivel e
eles ficavam atras de umas mesinhas jogando stop
enquanto o cd rolava. Sei la, fazer tipo uma sala de
estar, tipo a gente soltar o cd dali, por uns sofas,
uns pufes, tapete, luminaria. Um frigobar cheio de
champanhe, enquanto elas cantam a gente bebe
champanhe. Sei la. Acho boa essa ideia, ja queria ter
feito isso la no dEdge.
Eu nao estou bravo com vcs, no dia eu fiquei muito
puto, por isso sai fora sem nem falar tiau. Pra falar
a verdade eu ate pensei em sair da banda. Mas pensei
bastante e acho que temos que continuar pq somos
incriveis e nossa musica eh otima e somos todos legais
e amigos. Mas vamos pensar um jeito de fazer show sem
banda, porque banda requer muito equipamento e muita
punheta pra ficar bom. E o (CENSURADO O NOME DA PESSOA
QUE ALUGOU EQUIPAMENTO PARA ESSE SHOW) eu so quero ver
empalado e decapitado na praca publica la em ouro
preto.
Agora, temos que fazer o flyer da festa de sexta. E
temos que divulgar.
Vamos dar um jeito de fazer isso ate quarta?
beijo

adriano, com a perna roxa de baquetada por causa da
estante de caixa tosca.


fim.


Ok, quem diria que o Miranda realmente tinha gostado do show? E alguém me avisa que não foi o fim do mundo e por conta desse show estamos contratados na Trama? Pufavô, obigádu.

Achei também um email com meu antigo blog, que deletei por conta de loucuras religiosas de uma pessoa muito louca de verão. Gostava dele, aqui está:
(os posts estão em ordem cronológica inversa)

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mydirtyfingers, antes do fim do mundo
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Leu porque quis.

Archives
03/01/2004 - 03/31/2004
04/01/2004 - 04/30/2004

Meus dedos sujos

Friday, April 23, 2004

"Você vai no Skol Beats?"
"Eu não. E você?"
"Eu não, é coisa de maloqueiro."
- posted by Adriano @ 4:08 PM

Wednesday, April 21, 2004

So-no. Puta que pariu, que sono. Saí daqui do estúdio
terça feira, cinco e meia da manhã. Fui dormir com o
sol raiando, lazarento como sempre. Às nove e meia
acordei pra mijar, olhei no celular que estava em modo
silencioso e, u-au, já tinha quatro chamadas não
atendidas daqui da produtora. Bobo que sou fui ouvir
os recados, preocupei, tomei banho gelado (a incrível
ducha pressurizadora torrou anteontem cuspindo água
fervente em mim, super simpático) e corri pra cá.
Refiz alguns filmes de Cannes ("eu adoro Cannes, a
magia da premiação publicitária"), fiz uma trilha em
vinte minutos, refiz outras coisas e agora são quatro
e trinta e seis da manhã de novo. Tinha show das
Verafisher, queria tanto ter ido. Queria ter ido e
enchido a cara. Mas já tô com azia. E hoje o Dudu
Marote me ligou. Como assim? Assim. Ligou. Disse que
eu canto muito bem. E eu como sempre fiquei com
vergonha, porque não sei receber elogio. E eu disse
pra ele que estou fazendo umas coisas em português e
ele falou pra desencanar. Como assim? Assim,
desencana, ultrasom é bom em inglês. Mas eu vou fazer
em português, já tenho cinco músicas que eu gosto. Em
português. Fui mostrar pra Carolina e fiquei com
vergonha. Quem sabe um dia passa. Ai que vontade de
tomar saquê. E que saudades da Roberta.
- posted by Adriano @ 4:31 AM

Tuesday, April 20, 2004

Essa é a música mais grunge que eu já fiz na vida. Em
homenagem ao Focka que eu encontrei hoje.
um pouco mais
só um pouco mais
eu quero um pouco mais agora
um pouco mais
até a hora de ir embora
você me prometeu
disse pra eu esperar
eu até acreditei
agora o que é que eu faço, eu quero um pouco mais
eu nunca esperei muita coisa de você
sempre soube que era assim que as coisas iam ser
eu me entedio com uma facilidade assustadoramente
irritante
eu quero alguma coisa diferente agora, eu só quero um
pouco mais
um pouco mais
um pouco mais
- posted by Adriano @ 12:30 AM

Monday, April 19, 2004

Eu escrevo porque tenho esperança de que você vá ler
isso um dia. Hoje no carro eu queria tanto falar
tantas coisas mas eu vi que você estava implorando
para que eu não falasse nada e quando no restaurante
eu tentei puxar seus pés com os meus e você fingiu que
nada aconteceu eu tive certeza que você não queria
estar ali comigo então eu quase chorei mas segurei
porque dessa vez eu vou tentar fazer sua vontade
porque eu sei que no fundo você gosta de mim mas já
que você quer tanto ir até o fim com suas coisas eu
vou deixar porque também eu sei que ficar pedindo pra
você deixar de fazer aquilo que você tem certeza de
que é a coisa certa é muita burrice minha porque no
fim você até podia ficar comigo mas pelos motivos
errados então apesar de estar com vontade de morrer de
verdade eu não vou fazer nada nem reclamar de estar
aqui preso no estúdio até agora porque pelo menos eu
fico com a cabeça ocupada e nem tenho tempo de me
deprimir mais do que já estou e quando você disse que
graças a deus eu tenho tudo o que preciso você sabe
que não é verdade e que nessa altura do campeonato eu
nem ando muito acreditando em deus.
- posted by Adriano @ 11:50 PM

Dia lazarento. Dia lazarento. Dia lazarento. Dia
lazarento. Dia lazarento. Dia lazarento. Dia
lazarento. Dia lazarento. Dia lazarento. Dia
lazarento. Dia lazarento. Dia lazarento. Dia
lazarento. Dia lazarento.
Dia lazarento. Dia lazarento. Dia lazarento. Dia
lazarento.
- posted by Adriano @ 11:47 PM


- posted by Adriano @ 11:26 PM

Saiu o WhatAboutNow. Pela Rastrillo Records. Lá em
Buenos Aires. E eu estou com minha cópia aqui. A Laja
vai lançar esse disco aqui. Quando sair, compre.
Sério, é bom. De verdade. Gravamos esse disco em 2002,
novembro. Rodrigo ia pra Nuebachorque, nós íamos na
seqüência. A primeira música do disco se chama 2003,
uma coisa Stooges. Eu sou obcecado com Stooges.
Pronto, contei meu segredo. Sempre quis fazer um disco
que tivesse uma música batizada de ano. E fiz e foi o
ano mais desgraçado da minha vida. Zica. You might
think i'm going crazy, I'm just trying to keep my feet
on the ground. Metido, eu sei. Outra que gosto muito
desse disco: curiosity is like a hunger, I ain't
trying to appologize. how do you manage your anger?
it's just a question, don't be shy. E outra coisa que
eu sempre quis fazer era uma música chamada Smart Went
Crazy. Porque eu gosto do Ginsberg e o Xavier uma vez
me mostrou esse poema que eu nunca mais esqueci que
dizia I wish he'd pull my daisy, smart went crazy,
smart went crazy. E essa música tem um solo de sax do
Jonas que eu acho que é a coisa mais legal que ele já
fez com aquele saxofone lazarento, detesto aquilo. E
pra ficar mais legal ainda, a Carol e Milena fizeram
os backings. OOhoo.
- posted by Adriano @ 5:37 PM

Sábado, amp galaxy. Aka 24 hour festa da firma people.
Quem cavou o buraco de onde saiu essa gente? E lá
estávamos nós, o CSS, aka vivemos no mundo da nossa
cabeça people, nos jogando no chão embaixo do nosso
lindo banner mais legal do mundo pra tirar fotos pra
por no encarte do disco. E o som da Nina Lemos e da
Clô arrasou. "É som de preto, de favelado, mas quando
toca ninguém fica parado", nem nós, que estávamos em
cima do palco, à parte da festa da firma sem fim.
Festadafirma endless. Tá, chega. E fizemos nosso
karaokê e nos divertimos horrores, viva a caipirinha
de sakê de lima da pérsia. E Clarice minha irmazinha
foi junto do marido e de Renata Rocha e Estela e
ficamos todos muito bêbados e a Andréia do CKamura fez
um raio amarelo fluo na minha cara e eu vesti uma
roupa pertinente com o tema da festa da firma e todo
mundo fez a fina. Aliás essa roupa me causou um certo
mal estar no domingo quando eu soube que a pessoa que
a emprestou ficou indignada de eu estar usando a
mesma. Ué, fia, não quer que eu use não empreste.
Simples assim! Se eu soubesse disso não tinha tirado a
brusinha da boca do Hugo quando ele resolveu brincar
de mastigar o trapinho preferido sabado a tarde... Mas
enfim, emaemaema, cada um cosseuspoglema. Daí eu já
estava bem alegre, eu e Carolina também. Resolvemos
acabar no Pix. Tá que tive um cheque devolvido lá por
causa da assinatura. Mas como disse o dono da
brusinha, eu sou cara de pau mesmo e lá fui eu. Foi
adentrar o Pix que todo meu pileque se desfez assim,
pronto, chega. Eu bem que tentei achar bom, mas não
deu. Fiquei me divertindo com Carolina, fiquei
abraçadinho com a Luma, vi Maria de Los Angeles,
dancei socandinho o ar com Luíza Sá e quando eu vi que
não tinha jeito mesmo, avuei pra casa. Até
cumprimentei a dona da brusinha, agradeci, afinal fui
muitíssimo bem educado e num ambiente minúsculo com o
Pix não dá pra fazer que não viu alguém. Dei carona
pro Ri e pra Lu. Cheguei em casa às seis e meia da
manhã, o sol já estava lá lazarento. Dormi até às dez
e meia de domingo.
Como mudou o dia, vou trocar de parágrafo. Acordei com
a aquela confusão básica de ter dormido três horas e
fui arrependido pro Anhangabaú passar o som dos shows
da tarde. Os Borderz já estavam lá, o Marco também. As
meninas chegaram um pouco depois. Ficamos lá,
confraternizando com os mendigos. Marineide tinha duas
canjicas pretas na boca e me chamou de Roquinrol.
Pediu pra eu escrever meu telefone no maço de cigarro
dela mas a caneta não funcionava. O Belleza distribuía
pinga pra todo mundo, Lovefoxxx já tava ficando quase
no estadinho. Daí começou a chover pencas quando
começamos a tocar e o show foi um dos mais engraçados
da minha vida. Eu tinha que tocar de olho fechado
porque quando abria eu ria tanto que errava. Como de
praxe, o som na hora do show foi bem pior que na
passagem de som. Não sei pra que eles insistem em
passar som. Nunca fica igual mesmo, pra que perder
tempo? Mas eu achei o show incrivel dali de onde eu
vi, de trás da bateria. Depois teve show dos
Borderlinerz e o Bóris quase apanhou do técnico de som
quando subiu na bateria e entortou um ferrinho
qualquer. Fomos comer qualquer coisa no Bar Brahma
enquanto esperávamos o show do Nitrominds acabar. Daí
tocamos, o TBO. O Zeh tocou bateria pra gente, uma vez
que Jonas estava fazendo show com os Vendidos em algum
lugar por aí. Foi sensacional o show. Tocamos várias
músicas velhas que não tocávamos desde os anos
setenta. E o Zeh tocou tudo rápido e na hora do
BackAtYou (aka Pikachu by miojo) eu me senti no
Exploited. Voltei pra casa e capotei assistindo
QueerEyeForTheStraightGuy.
- posted by Adriano @ 4:15 PM

Friday, April 16, 2004

Jonas, Jonas. E aí, já desviou de muita bala perdida?
Tá divertindo bastante com o verdadeiro cosmopolitismo
brasileiro? Fio, tem show domingo, você não lê seus
emails?
- posted by Adriano @ 11:21 AM

Wednesday, April 14, 2004

Estou com pena de acabar de ler o Primeiro Terço do
Neal Cassidy. Livrinho pequeno, daqueles que da pra
ler em uma sentada. Mas leio pouco por dia pra não
acabar. Daí eu leio dez páginas e escrevo um pouco,
tenho feito letras pro Ultrasom que agora na minha
cabeça tem que ser em português porque sim, porque eu
quero e olha que eu nem tenho tido vergonha de mostrar
pros outros. Bom sinal. Ou sinal de que eu tenho
ficado mais sem vergonha. O que também não deixa de
ser um bom sinal. E o disco do Cansei de Ser Sexy está
quase pronto e estou tão orgulhoso dele. Quando ficar
pronto vai ser daqueles que eu vou ouvir
initerruptamente por duas semanas. Gosto de ouvir
música de manhã no banho, hoje fiquei ouvindo os
Strokes, gosto tanto que fico com raiva. Troquei o
Television pelos Strokes, céus, quando isso aconteceu?
I see no evil e Marquee moon ficaram no top ten do
banho matinal por anos a fio. Sei de cor e salteado
aqueles solos todos do Tom Verlaine e do Richard
Lloyd. E aquela capa? Bem melhor que dos Strokes, sem
dúvida. Aquela bundinha levando tapinha que não dói de
luva de vinil não foi uma boa idéia.
- posted by Adriano @ 12:14 PM

Tuesday, April 06, 2004

A respeito de sexta feira:
Vive la jecance.
Pu favô, obigadu.
Tirem suas conclusões
- posted by Adriano @ 3:54 PM

Tuesday, March 30, 2004

Mês que vem, trinta anos. Toda vez que eu lembro isso
eu penso no meu quarto e me vejo deitado sozinho na
cama, a cama mais aconchegante que já tive na vida,
diga-se de passagem. O sol doura as paredes brancas e
eu preciso comprar uma cortina o mais rápido possível,
não gosto de ser lembrado assim que o dia está
acontecendo lá fora enquanto eu estou ali deitado sem
forças pra me afastar da maciez vertiginosa do edredon
de plumas. Quero pintar as paredes de azul, azul
claro. Preciso fazer a estrutura da minha cama, não
gosto mais de dormir no chão. E os cachorros estão lá
no quintal, quietos, amontoados, me esperando. E
talvez eu já esteja atrasado pro trabalho, céus.
Trinta anos, com trinta anos minha mãe já tinha se
casado e estava na metade da vida dela, passou os
outros trinta assim, voando. Preciso mandar o carro
pro mecânico.
- posted by Adriano @ 5:25 PM


fim.

Tinha um outro blog que eu gostava muito mais que esses míseros posts sobre solidão aí acima. Hoje já me acostumei com a solidão, acho muito, mas muito melhor do que quando achava que tinha alguma coisa com alguém que nem vale a pena dizer o nome e estou sim de certa forma querendo deixar bem claro que me arrependo profundamente de um dia ter perdido meu tempo precioso ao lado dela e eu podia muito bem ficar quieto mas acho que a única coisa que iria me fazer ficar quieto é saber que tenho todo o direito do mundo de reclamar a respeito disso sabendo que não estou sendo recalcado porque sim dou graças a deus que a vida nos levou para caminhos muito muito muito diferentes. Ufa. Pronto, passou.
Brasilzão, brasilzão. O Brasil é tipo o ginásio de um colégio bem classe média cheio de filhotinhos da ditadura super orgulhosos de suas vidinhas medíocres movimentadas por idas a shopping centers e feirinhas hippies. E eu amaldiçoado aqui sem nenhuma possibilidade de passaporte vermelho. Alguém casa comigo e me dá cidadania européia? Eu lavo, passo, cozinho, tiro o pó e de quebra faço uns discos.

quarta-feira, agosto 10, 2005

Viva o google.

No love lost.

Versions by: Released on:
Anklebiter Anklebiter (No Idea NIR 057)
The Effigies Fly on a Wire (Enigma 72051 1985)
The Flow Warsaw (El Colectivo Karma 011 1998)
Jack O'Fire Bring Me the Head of Jon Spencer (Undone UR-002)
Destruction of Squaresville (Estrus ESD 1213 1994)
Pegasi51 Space Riot (Morbid Bros 1999)
The Seymores 1000 lb Grr'lla ( Pitch A Tent 3 1998)
Vension Workman's Comp (Big Money/Earmark 1995)
MINHA PROFECIA PARTICULAR E INTRANSFERÍVEL

Tem dias que a capela te come... to precisando ser comido pela capela urgentemente, estou quase gostando de trabalhar. Ayuda, ayuda... é bom ter dinheiro. Pra engordar é ótimo, porque a única coisa que dá pra fazer é comer quando se trabalha com o que eu trabalho. Uuuu. Tell me baby, have you seen my sis? Detroit Cobras é maior bigode mas a vocalista é uma filhadaputa de boa. É tão boa que foda-se que as músicas são todas um roquinho desgraçado e safado. De desgraçado e safado já basta esse lugar que a gente mora. Aliás acho que é por isso que nego acha que tudo bem, tudo bem ouvir a mesma música de novo refeita mais uma vez da mesma forma. Também, segundo uma formula matemática que eu nem sei se existe mesmo todas as combinações melódicas já foram feitas. Ou seja, ai que preguiça. Se tudo já foi feito e a gente tá aqui na merda acho que vou me dedicar a outro tipo de atividade. Batik? Chichi-aaahhh. Já ouviu Eagles of Death Metal? Maior legal. O vocalista finge que é gay. O Iggy Pop já fingia, o Iggy Pobre também finge. Super moda isso de ser gay, acho que eles pegam mais minas. E falando em minas, por que tem lésbica que não fala com homem? Será que todos os meninos são maus mesmo que nem nas músicas do Bikini Kill? Mas não tinha um mino no Bikini Kill? Que tipo de tarefa hercúlea ele teve que cumprir pra ter o privilégio de ser aceito socialmente pelas feministas teen mais ferrenhas do planeta? Ou será que rolou uma má interpretação das idéias bikinikilianas pelas minas daqui? Tá, que preguiça. Vai ver que a Kimberly não falava comigo porque a Clara falou mal de mim pra ela mesmo. Mas claro que foi isso. Não tenho dúvida que foi isso. Ela tá sempre pondo as pessoas umas contra as outras, ela precisa disso pra se garantir. Bom, cada um tem o que merece. Nada é de graça. Tá, algumas coisas são, mas o que está pra acontecer não vai ter sido. Repetindo: o que está para acontecer não vai ter sido. Memorize this. A profecia está nesta frase.
Eu perdi meu cd do TheFall que eu mais gostava. Fiend with a Violin, coletânea. Tinha a versão mais incrível de LA, muito melhor que a gravada. E tinha the man whose head expanded. E married two kids. Merda. Perdi esse, perdi High Time do MC5. Alguém me dá de presente? I need it, i need it. No love lost, Joy Division. Estou ouvindo uma versão muito boa que não é com o Joy Division. Parece até o Make Up tocando. Ou o Nation of Ulisses. Com certeza não é o Jack O'Fire. Aliás a única música que eu acho foda que eles fizeram versão é aquela do Creation, sisqueci o nome. Não sou amigo do blues, acho temático demais. Deviam fazer o Parque do Blues, tipo o Parque da Mônica. Tá.

sexta-feira, agosto 05, 2005

Comecei gostando da roupa. Parecia comprada no supermercado, o chinelo bem maior que o pé, óculos, celular, carteira e maço de cigarro na mão. Vinte anos. Faz onze anos que eu tinha vinte anos. E não me lembro de nada dos meus onze anos. Só lembro que estava na quinta série. Lembro do prédio da escola, as quintas séries ficavam num prédio separado do resto do ginásio, o que fazia com que não nos sentíssemos parte efetiva da turma maior. Queria tanto entrar no Madre Alix pra ver como é aquilo hoje em dia. Da última vez que entrei lá fumei tanta maconha na quadrinha que tudo que consigo lembrar são flashes desfocados do caminho de pedregulhos onde um dia de 1980 eu caí e abriu um rombo no meu joelho que rendeu uma linda cicatriz que eu tenho até hoje e dá-lhe a tia Lúcia limpando a ferida com um cotonete cheio de água oxigenada e eu gritando, gritando, gritando, a Benê tentando me segurar e o Leonardo tirando sarro de mim. Enfim, gostei da roupa, toda errada, como tem que ser. Eu com vinte anos tinha duas bermudas, uma preta e uma cinza. E tinha uma calça jeans. Hoje em dia eu tenho três bermudas, uma preta, uma azul claro e uma de veludo. E tenho alguns pares de jeans, quase todos iguais. A maioria delas ajustada pra ficar bem justa, teve uma época que eu queria ser meio johhny thunderesco e mandei apertar todos os jeans, agora só consigo usar três deles. Quem mandou. Hoje eu vou sair e vou beber e vou beber e vou beber e não quero nem olhar pro lado. Vou brincar de clubber, vou dançar até as nove da manhã. Porque é a única coisa que eu me faz não ter mau humor de pensar no tanto de trabalho que eu tenho que entregar semana que vem. Quem sabe eu tome alguma droga também. Ou vire vegan. Porque no fundo, pra quem não sabe, é a mesma coisa. Pelo menos pra mim foi, um grande imenso mega toc. Toc toc. Quem é? Pode entrar.

quinta-feira, agosto 04, 2005

É muito simples de adivinhar sobre o que eu estou escrevendo, não é? Estou escrevendo sobre nada. Não tenho nada pra falar, na verdade fico de rodeios para não reclamar reclamando, não xingar xingando, não expor expondo. O óbvio não está no conteúdo e muito menos na falta. Como na música do Nick Cave, deus não se importa com sua benevolênica mais do que se importa com a falta de benevolência nos outros. E o que sobra disso? Tédio. Desânimo. Mas sobra também liberdade, eu faço o que bem entender. Isso eu sempre fiz, meu bem. Quis fumar, fumei, quis beber, bebi, quis experimentar droga, usei, quis trepar trepei. Quis trair, traí. Traí sim. Quem nunca traiu? Por favor. Quis mentir, menti. Ah, menti, e como. Ui. Menti pra não fazer jogo, fazendo. Mas era um jogo comigo mesmo, porque eu sempre soube a verdade. Eu sempre soube quando parei de gostar.Um dia a gente acorda, olha pro lado e pensa, hmmmmm, que saco. Cadê minha machadinha? Cadê cianureto? Mas pensa isso do mesmo jeito que pensa quando se olha no espelho e pensa que a morte podia chegar já, um dois, pá. Acabou. E acabou também a preguiça e a falta de amor e tudo volta ao normal. E você acha que eu dou atenção a esse tipo de pensamento? Nem. Tem muita gente dentro da minha cabeça, quem sabe eu sou bipolar, tripolar e nem saiba. Polipolar. Acho que pode ser culpa das infindáveis sessões de zazen que eu fiz quando era adolescente e aprendi a não pensar pensando. Eu estou sempre desapegando do que passa dentro da minha cabeça. Pensamentos escorrendo pelo ralo. E eu sigo andando. Não quero saber das idéias, só quero colocá-las em prática. Idéias não servem para nada se você não as vive. E aqui, esperando o tempo passar, melhor escrever do que ficar olhando o céu divagando sobre a solidão. Porque isso eu sei, solidão a dois não é solidão, é humilhação. E invariavelmente as pessoas param de se comunicar um dia. Vou pro ensaio.
A quinta feira está linda, estou vendo pela minha janela. Céu azul atrás dos bambus da minha linda vista. Parece que está quente lá fora. Aqui dentro o condicionador deixa a temperatura por volta de quinze, dezesseis graus. Meus dedos estão gelados e a coisa mais legal que eu tenho pra fazer é beber um litro e meio de água o mais rápido que eu conseguir, ir na cozinha, encher a garrafa de novo e beber mais. Um médico já me disse que isso não é bom, mas quem disse que eu acho que estou fazendo algum bem com isso? Não consigo fumar, acho ruim demais. Pelo menos eu emagreço. Daqui a pouco vou sair pra uma reunião com um diretor argentino. Vou me segurar pra não soltar nenhum portunhol agressivo. No me venga con boludeces. Conta pra el muñeco. E depois eu volto pra cá e vamos todos na aula de alongamento na academia. Adoro trabalhar aqui, somos uma gangue. Hoje fomos caminhar depois do almoço, passamos pela praça da macumba, acho que os lixeiros têm medo de tirar a macumba de lá. Tem um bode todo extripado, outro dia tropecei na cabeça dele, a japonesa da contabilidade gritou horrorizada quando eu de raiva chutei a cabeça do bicho longe. Disse que estou macumbado agora, eu hein. De macumba já basta aquele bando de maloqueiro roqueiro temático querendo "me pegar" por conta daquela confusão no aniversário do Focka. Vem me pegar que eu arrumo uma confusão policial pra cima deles que eles vão ficar seis meses sem ganhar mesada do papi. Castigo na criançada. Eu hein. Vai jogar War, Master. Me incluam fora dessa. Mas agora que eu não frequento mais o meio ROCKER, vai ser meio complicado eles me cruzarem. Se bem que outro dia eu cruzei o pivô da confusão no shopping. E não é que roqueiro malvadão frequenta o xopcenth? Poizé. E era o Gay Caneca ainda. Nem lembro o que eu estava fazendo lá. Eu detesto xopcenth. Só gostava de ir no shopping Morumbi de domingo com uns ácidos na cabeça. Eu enchia meu Uno Mille com umas doze pessoas e íamos lá jogar fliperama. Isso em pleno anos setenta, quando a gente era tudu amigu. Lembra? Melhor nem lembrar mesmo, prefiro a frase de minha mãe, hoje estamos bem melhor. Bem melhor. Sem ninguém pra me encher o saco, tirando a justiça federal que quase executou meu nome por conta de um qüiproqüó fiscal que meu ex contador arrumou. Manda matar. Mas não mataram, meu pai tá resolvendo isso, uma vez que é do interesse dele vender um imóvel que tem meu nome atrelado na papelada por conta do inventário de minha mãe.
Esse céu sem nuvens me dá uma vontade louca de tomar sorvete, andar pela rua ouvindo música e beber depois. Beber muito sem cair de bêbado e ir em todos os lugares de quinta. Milo, Vegas, Torre. E hoje a Lovefoxxx vai tocar no AmpGalaxy mas lá eu não piso. Me recuso, aquilo lá não tem jeito. Festa da firma endless. E o Todd chegou ontem e a Lovefoxxx deve estar feliz feliz feliz. Espero que ela não tenha lido o que aquele energúmeno deselegante escreveu a respeito dela no meu fotolog. Tem muita gente sem noção, eu sou uma delas, mas eu não fico fazendo a íntima com quem eu não conheço. Faço um salãozão. Acho que quem quer saber o que eu penso lê isso aqui. Esse blog não tem comentários por um único motivo: eu não quero saber o que você pensa a respeito do que eu escrevo. Se um dia você cruzar comigo na rua e quiser fazer algum comentário, arrisque. Se eu souber quem você é e o comentário for educado, eu não vou fazer nenhum tipo de mal estar. Agora, se eu não te conhecer e me sentir ofendido com o que você falar, provavelmente vou te deixar falando sozinho. Não sou do tipo de pessoa interativa. Até por isso que não vou abrir espaço pra gentinha covarde deixar comentário anônimo. Porque quem deixa comentário anônimo, na minha opinião, devia morrer de ebola. Primeiro devia ser atropelado por um ônibus, perder os braços e as pernas. E depois contrair ebola no hospital, ficar cego e morrer a morte mais sofrida de todas, bem lenta. E daí o energúmeno do fotolog (e vamos combinar, fotolog é a coisa mais caxa que existe, depois vem o orkut, depois o flickr, nessa ordem de caxice) me acusou de racista por conta de um comentário anônimo que deixaram lá pra ele, coitadinho. Brasilzão. BRA-SIL-ZÃO. Assim, fazendo aquele movimento bonito do samba com os braços, um pandeiro rodado num dedo ao fundo, muitos sorrisos e uma paisagem com coqueiros no fundo. Calçadão. E eu, com um galão de gasolina e um isqueiro. BUM. Pronto, acabou a amizade. Bom, são quase quatro horas, tenho que ir pra reunião. Boa sorte pra mim.

segunda-feira, julho 25, 2005

Viva a física.

terça-feira, julho 12, 2005

"my so called wildlife" ou" o dia que o butchers acabou" ou ainda "o dia que eu me desquitei do zé celso do rock" ou talvez "o dia que eu finalmente cansei" - for those about to rock, open your heart to me

Anteontem Gabi Sampaio foi em casa cozinhar. Como é bom ter amigos chefs. Risoto de brie com pêra e risoto de gorgonzola com damasco. Sim, um strike, fui dormir explodindo. Pesadelos, sonhei de novo com aquela maldita casa imensa que eu sempre sonho cheia de cômodos e escadas, acho que tem um pouco a ver com o Madre Alix. Sei lá, dessa vez passei por cômodos novos. Bom, acordei atrasado. Tinha que ir no Bank Boston pra depositar o dinheiro que estão me cobrando há meses, me mandam telegramas todos os dias. Já nem abro, vão direto pro lixo. Devo não nego, pago quando puder. Tomei banho, puta frio, tive aquela crise de rinite rápida. Tive crises de consciência e pensei em voltar pra academia mas não, não vou mais dar dinheiro pra academia filadaputa nenhuma. Fui me trocar, peguei uma jaqueta que eu não usava fazia tempo, puta cheiro de armário. Espirrei mais. Tirei e joguei no cesto, saco de armário cheio de mofo do caralho. Desci correndo, tranquei o portao. Olhei meu carro. "Hmmm, que estranho. Não tinha que ter uma roda, um penu e uma calota ali? Que esquisito, meu carro nunca ficou apoiado no chão desse jeito." Roubaram o pneu de trás do meu carro. Algum filho da puta desgraçado lazarento roubou minha roda. Bom, ainda bem que do outro lado da rua da minha casa tem uma borracharia. Fui lá, deixei a chave. Aproveitei pra passar na pet shop pra comprar ração pros cães. Esse mês eles vão comer comida de pobre, Pedigree. Não posso gastar cem reais nem fodendo. Levei o saco de ração pra casa, desci a rua até o ponto de táxi. Passei no BankBostonDeMerda, depositei o dinheiro que milagrosamente resistiu por cinco dias na minha carteira e vim pro estúdio. Liguei o equipamento e antes de começar a trabalhar, dei uma passadinha no meu fotolog. Tava lendo os comentários. Tá, tá, tá. Ahn? "Uma pena que o Butchers acabou." Hmmmm. De novo. "Uma pena que o Butchers acabou, né?". Né? Uhum. Olhei do lado, nos friends/favourites. No fotolog do Marco, uma foto do butchers. Em um dos da Debbie, foto minha. Hmmmm.
Voltando um mês ou mais atrás. Talvez mais, acho que nem estava mixando o disco do Cansei ainda (a mixagem do Cansei durou um mês exatamente. Assim que a mixagem acabou, eu voltei a trabalhar aqui, mais ou menos três semanas atrás).
Meu celular toca. Era o André Barcinski convidando o Butchers e o Cansei pra tocar no Campari Rock. Pô, legal, Barcinski. Eu vou ligar para o pessoal pra ver se eles podem nessa data (12 de agosto o Cansei e 13 de agosto o Butchers). Te ligo assim que confirmar. O cachê é quanto? Legal. Topo, claro. A primeira coisa que eu foi ligar pro Marco. Má, vamos tocar no Campari Rock dia 13 de agosto, com x de cachê, puta estrutura, abrindo pro MC5? Ducaralho, né? Posso confirmar? Beleza! Vou ligar pro Jonas então. Liguei pro Jonas, tudo ok. Alô, Barcinski, pode fechar aí, ok? Bem legal! Tá. Pronto.
O tempo corre. Um dia, Marco me liga, todo emocionado. Pô Dri, minha turnê na gringa rolou, vou viajar dia 29 de julho... Vem se despedir de mim, vamos nos ver, vamos marcar um show de despedida. Ah, Má, que ducaralho! Parabéns! Fico orgulhoso! Não fique nervoso, vai dar tudo certo!
Sim, eu sou uma anta. Na hora eu não me liguei se ele tinha se esquecido (ou não, o que é pior) do Campari Rock. Sorte que no mesmo dia, mais tarde, eu estava conversando com a Lovefoxxx e comentei da viagem de Marco. É, Love, dia 29 ele vai. Legal, né? 29 de agosto?, perguntou ela. Não, de julho, eu disse. Mas e o Campari Rock? Hoje eu tava fechando a arte do cartaz, vocês vao tocar no dia 13 de agosto, não? Vissssshhhhhh.
No dia seguinte liguei pro Marco. Pô, Má. E o Campari Rock?
Desmarca lá, ouvi.
Bom, o Marco sempre foi muito folgado. Todo mundo sabe que ele é folgado. Até ele mesmo sabe que ele é folgado. Acho que ninguém nunca deve ter falado isso pra ele, afinal todo mundo faz sala e prefere não fazer mal estar, mas nem precisa. Folgado. Desmarca lá você, porra. Você que marcou sua tour na data desse show.
Preciso dizer se ele desmarcou? Claro que não. Um dia o Barcinski me liga puto, dizendo que ficou sabendo que o Marco não ia estar no Brasil na data do show. Me desculpe, Barcinski. O Marco é assim mesmo.
E o mais legal foi que o Marco continuou agindo como se nada tivesse acontecido. Como ele sempre fez. Fazendo a louca. E por preguiça, eu fui fazendo a louca também. Domingo passado ia ter um show na verdurada. "Maior esquema, meu" disse um Marquinho animadíssimo. "Puta preguiça, mew" pensou um Adriano desanimadíssimo. Cansei. As coisas que ele marca, ele faz. As coisas que eu marco que se fodam. Caguei. No sábado, ele liga. "Ae, leva uma guitarra pra mim que eu vendi a minha. E liga pro Jonas e manda ele não atrasar." Uhum, claro. Liga você, seu folgado. Sabe o que é isso? É você deixar a pessoa agir assim uma, duas cinco, mil vezes. Uma hora ela acredita mesmo que ela pode fazer esse tipo de coisa, afinal de contas você só serve pra ser mandado. Se a Debbie aguentou as coisas que ele fez, ela teve as razões dela. Eu nem vou citar as baixarias que ele fez com ela porque isso é problema dos dois. Eu adoro a Debbie, que isso fique claro. Mas eu não sou quenga de malandro. Um dia a gente cansa. Porque nego tem um padrão de folga, a gente acostuma. Mas tem uma hora que a balança pesa e o saco estoura. O fato de estarmos "afastados" nos últimos tempos pra mim não foi tão importante. Aliás, foi isso que fez a banda durar tanto tempo. Sempre passamos temporadas afastados e temporadas próximos, sempre foi assim. Foram coisinhas pequenas e bobas que fizeram transbordar o copo.
Além do descaso com o Campari Rock, tem a história do meu amplificador, que engloba muitas outras pequenezas. O Marco é muito pouco cuidadoso com as coisas que não lhe pertencem. Ok, eu sou completamente desapegado dessas coisas. Ou melhor, sempre fui. Mas o dia que eu me demiti e precisei vender um amplificador meu pra pagar o aluguel e dependi do Marco pra devolver esse amplificador, eu azedei. "Alô, Marco. Tudo bem? Então, eu vou passar aí pra pegar meu ampli, ok?" "Ah, acho que tá no Iuiú." Pode ver pra mim onde está? "Tá, ja te ligo". Uma semana depois. "Marco, e meu amplificador?" "Ah, tá no Clayton." Por coincidência eu tava indo no Clayton gravar naquele dia. "Aí, Clayton, meu ampli tá aqui?" Nem. "Marco, cade meu ampli?" "Ah, lembrei! Tá no Ian. Ele levou pra Itanhaém!" Como assim, meu filho? O que meu amplificador foi fazer em itanhaém? Moral da história: já se vão três meses ou mais e nada do meu amplificador. Nada. Sumiu. História assim tem várias. De gravadorezinhos a microfones a cachês de show e cds da banda. Eu nunca liguei porque eu sou um débil mental com dinheiro e bens materiais. Só fui ligar na hora que eu realmente precisava do dinheiro e o cara não esteve nem aí pro meu problema. Sim, o Marco é um folgado irresponsável. A culpa é minha também, deixei ele se esparramar até não ter volta. Agora, se ele pensa que eu acredito que ele não saiba de tudo isso e que ele agiu por inocência, por favor, conta pro boneco. Ele não é burro, ele mesmo assume esse modus operandi. Na tour da Europa eu fiquei uma semana sem olhar na cara dele porque ele começou a me tratar que nem patrão escroto trata a faxineira coitada. Eu fiquei cuidando das finanças da tour e ele deu piti porque queria porque queria a parte dele do dinheiro e eu, calma, daqui a duas semanas a gente tem que dar mil e nao sei quantos euros pro Beatman. Ele deu um chilique, gritou, me tratou que nem empregadinha, essa grana é minha, não quero nem saber, eu vou pegar, quem você pensa que é pra não me dar meu dinheiro e o escambau. Entreguei a pasta das finanças pra ele e disse, cuida disso vc então, seu mané. Se der alguma coisa errada, eu pego o viãozinho e volto pra minha casa. Moral da história: ficamos sem cuidar das finanças por alguns dias. Na semana seguinte, tive que recolher todo o dinheiro de volta pra pagar o Beatman. E ainda tive que por cem euros do meu dinheiro. Coisas desse tipo eu podia citar e citar e citar e escrever um livro inteiro a respeito. Mas não. Não é questão de lavar roupa suja, é questão de jogar roupa velha fora. Eu cansei. Cansei. Já sei bem o que ele vai falar de mim, pode falar mal o quanto quiser. Não tô nem aí.
No fim, ele disse que já tava marcando essa tour dele há muito tempo, antes do show do Campari. Se ele sabia da tour, por que deixou eu marcar o Campari? Eu sei. Porque ele é incapaz de fazer uma agenda, sempre teve alguém pra marcar pra ele e avisar os compromissos com antecedência, ir buscar ele de carro e levar de volta depois. E ainda é prepotente e orgulhoso demais pra assumir isso. E quando vê que fez cagada, ao invés de se desculpar, faz mal estar.
Eu podia por panos quentes nisso tudo, como sempre fiz, esperar ele voltar dos estados unidos, compor mais um disco, gravar, ir pra europa fazer outra tour. Mas eu cansei.
E é por essas e outras que o Butchers acabou. Foi tudo muito bom, os discos estão lá pra quem quiser ouvir. É só roque, eu acho.

segunda-feira, junho 06, 2005

Sábado fomos tirar as fotos pra capa do disco do Cansei. Daí eu quis uma roupa que eu quisesse usar todo dia, não foi difícil escolher. Minha bermuda preferida, minha camisa xadrez preferida, minha camiseta do snoopy preferida, minha meia verde preferida, meu vans destruído preferido. Amarrei o lenço mais bonito que minha mãe tinha no pulso, pedi uma jaqueta jeans da Raquel que faz as roupas mais confortáveis do mundo e pus o chapéu que eu cuendei do Rafa. Daí que eu tava me sentindo pronto pra tudo e tirei minha foto ali no muro da Santa Casa, onde há muitos anos atrás quando eu cansei de estudar no segundo semestre do terceiro colegial e mudei do Logos pro Mackenzie eu e Jussara íamos no morgue ver gente morta na hora do recreio, algo muito mais interessante de se fazer do que ficar naquele colégio nojento olhando aquele bando de patricinha loira com calça da MOfficer conversar sobre Ubatuba. Eu estava com uma ressaca do diabo de sexta feira devido a quantidade incomensurável de sakê, vodka e cerveja que eu injeri de raiva de não ter saído na quinta. Tinha lançamento do Polara no Vegas e tinha Torre, que não tem nem que falar, é pleonasmo falar quinta e Torre, por isso nem vou falar mais da Torre de quinta. Vi que tem uma estampa da Amonstro que o Brunão fez que chama Torre de Quinta. Maior legal. Aliás o Brunão tem escrito THE RISE AND FALL OF THE TOWER, dá pra ler uns trechos em www,tramavirtual.com.br/dj_mendigo. Bateu Ermínia, merda falei um monte da Torre de quinta. E teve o bazar da Raquel e do Rafa no fim de semana mas eu fiquei tão zuado, zuado mesmo, palavrinha horrenda, que nem fui. E eu nem ia ter dinheiro pra comprar as roupas, nem fui pra não passar raiva. Costinha queria que eu comprasse um topzinho dele, o nego, que pena. E já falando nisso, quinta agora tem show do ultrasom, Hey MIck. Lá no Milo. Milo Garagem. Na noite mais legal do Milo. Ultrasom é maior legal, faz tipo um ano que a gente não toca nem sei como vai ser.

domingo, maio 29, 2005

Pissing in a river, watching it rise... e hoje acabou o resto do Jägermeister. Parece que eu levei um soco na boca do estômago, tomei um monte de coca cola por cima, só piorou. Saco, não tenho mais vinte anos. Lembrei quando encontrei Falvito hoje no Jive. Nascemos no mesmo dia, no mesmo ano, praticamente na mesma hora, o que pra mim já é suficiente pra criar um apego. E a dor de estômago me fez ficar só meia hora no Jive. Jazi, envelheci e vim pra casa. Nunca vi tanto veado na rua. Veados de curitiba com seus paletós e all stars, veados do Rio cor de caixa, bichas paulistas fervidas, todos pela rua, atrás de algum tipo de putaria. É muito coisa de veado viajar pra outro estado por causa de uma bobagem como a parada gay. Celebrar orgulho, conta pro boneco. Todo mundo só quer atender, acuendar, ferver, se drogar, beber, ficar de ressaca no dia seguinte. Eu já fico de ressaca todos os dias seugintes. Não preciso de uma parada pra fingir que tenho vinte anos e não tenho muita paciência com esse tipo de gente que só se diverte nessas situações. Pau no cu da parada gay, pau no cu da marcha do Jesus. Queria bem dormir amanhã o dia todo. É aquele tipo de evento que vai render comentário por três semanas seguidas, tipo a ida da Bianca Exótica no Jô. Who cares? Por favor. Nego senta naquele sofá e de repente vira baluarte da ética, dos bons costumes, vira heróí de livro beat, de novela das oito de maior audiência, tem mais lições de vida que o almanaque de lições de vida da Ediouro. Uma mentira atrás da outra. Preguiça monstra, minha filha. Potencial todo mundo tem, inclusive pra ser medíocre, contar mentira, se enganar e no fim, judiação, duvidar de todas as merdas que inventou. E dá-lhe conversinha a respeito de coisas que provavelmente não aconteceram. Ah, que bom, que história ótima. Agora, vai comer ou quer que embrulhe? É mesmo, você tomou oito cápsulas do medo, foi parar na cobertura do Wolf Maia na Paulista com todo o elenco da Malhação fazendo uma orgia e acabou aqui na Loca? Que incrível! Vai comer o quer que embrulhe? Pior que conversinha de taxista.
Estou ouvindo Controller Controller. Foda. Música pra ouvir andando pela Paulista a pé. Com um quarto de ácido debaixo da língua, de coração partido, mas um coração partido de dezenove anos. Um coração partido que não tem contas pra pagar, não tem que acordar cedo pra trablahar, não tem nada melhor pra fazer além de tomar ácido e andar a paulista de ponta a ponta sofrendo um pouquinho, mas no fundo nem aí. Sofrendo por obrigação, tipo ler texto chato da faculdade. Ah tá, meu cu. E quando chega em Silent Seven, volta a fita, ouve, volta de novo, volta, ouve de novo, só mais uma vez, de novo, de novo, denovodenovodenovo. E a vocalista do ControllerController é uma mistura da Clarah Averbuck com a M.I.A. e quinta passada eu tentei ir lá no Milo ver a banda da Clarah, Jazzie e os Vendidos. Enrolei demais em casa, cheguei lá e não consegui entrar. E a Clarah é geminiana também e eu amo. Tenho apego com geminianos. E librianos. Sexo com librianos é sempre bom. Saudades das minhas aulas de arquitetura e não, Fred, não estou me referindo a sua pessoinha. Nunca. Ever, virgo.
Enquanto isso, http://www.controllercontroller.com

sábado, maio 28, 2005

Bom, faz tempo que não posto nada aqui. Ando ocupado, terminando o disco do Cansei, estamos mixando. São vinte músicas, vinte e cinco dias de mixagem lá no estúdio da Trama. Nunca tinha pisado num estúdio de verdade. Com pré amplificadores de verdade, compressores de verdade, mesa de verdade. Técnico. Tudo nos conformes. E chegamos lá todo dia às nove da manhã e saímos às nove da noite. Doze horas de trabalho por dia. Ainda acho pouco. Se eu pudesse ficava lá vinte horas, vinte e quatro horas seguidas. Está tudo indo tão bem que na verdade eu queria morar lá até o disco ficar pronto. Estamos todos orgulhosos das músicas, sim, vai ser um disco foda, FODA, FODA, FODA. Quarta o Supla foi lá gravar o vocal em FuckOffIsNotTheOnlyThingYouHaveToShow, versão roque. Igual que nem fizemos no TIM Festival. E o Supla é foda. Ficou muito bom. Daí hoje o Carlinhos veio gravar uma guitarra, ficou mais foda ainda. Ficou assim, bem didaticamente falando pra neguinho chochar mesmo, uma mistura de Mudhoney circa 92 com KoolThing do Sonic com Candy do Iggy Pop. Eu não consigo parar de escutar. E o Hugo Frasa fez um solo de escaleta por debaixo do Lovefoxxx Theme que nós encaixamos onde costumava ficar um trecho de WorkIt da Missy Elliot que ficou MUITO FODA. Muito. Segunda feira quero mixar. Vai ser a terceira mixagem a ficar pronta. Por aí vai. Nunca estive tão pobre na minha vida. Todo cagado, endividado, só no aguardo do pagamento. Não tô nem aí, nunca estive tão feliz, tão tranquilo, dormindo tão bem. Apesar dos pesares, que sempre estarão lá e que eu tento não dar importãncia, alguém avisa, eu nunca imaginei que ia estar tão bem. Tipo sábado, que foi o pior aniversário da minha vida, o pior de todos. Fui almoçar com minha avó, querida querida. Meu pai estava lá e é sempre estranho ficar no mesmo ambiente que ele. Almocei com minha avó, ele ficou na sala de tv assistindo futebol. Ou qualquer outra coisa no canal de esportes. Tanto faz. Daí eu vim pra casa e as únicas pessoas que me ligaram pra me dar parabéns foram minha irmã, minha madrinha, o playmobil e a Ida. O resto sisqueceu. E eu peguei morte. As usual. No fundo eu tenho preguiça das pessoas todas. De todas elas. Não me importam. Elas sempre tem algo mais interessante pra fazer. Sorte delas. Eu tenho também, então nem sei porque me preocupo com o fato de se esquecerem de mim. Daí fomos para Santos tocar. Eu bebi muito, capelei, cai do palco, quase quebrei o joelho. No dia seguinte em casa dormi com um emplastro Targus enrolado no joelho e ficou bem. Ah, que sono.
E hoje eu bebi tipo meia garrafa de Jägermeister. Como é bom. Acho que devia ter Jägermeister em todos os bares de São Paulo. quinta eu dei um toque pra Ermínia comprar pra por na Torre. Ela falou que quinta que vem vai ter, pena que agora eu vou ter que ficar um mês sem ir lá. Acho que a garrafa vai durar, aqui ninguém tem o costume de tomar Jäger.
http://www.jager.com/

quinta-feira, março 31, 2005

Go 'way from my window,
Leave at your own chosen speed.
I'm not the one you want, babe,
I'm not the one you need.
You say you're lookin' for someone
Never weak but always strong,
To protect you an' defend you
Whether you are right or wrong,
Someone to open each and every door,
But it ain't me, babe,
No, no, no, it ain't me, babe,
It ain't me you're lookin' for, babe.

Go lightly from the ledge, babe,
Go lightly on the ground.
I'm not the one you want, babe,
I will only let you down.
You say you're lookin' for someone
Who will promise never to part,
Someone to close his eyes for you,
Someone to close his heart,
Someone who will die for you an' more,
But it ain't me, babe,
No, no, no, it ain't me, babe,
It ain't me you're lookin' for, babe.

Go melt back into the night, babe,
Everything inside is made of stone.
There's nothing in here moving
An' anyway I'm not alone.
You say you're looking for someone
Who'll pick you up each time you fall,
To gather flowers constantly
An' to come each time you call,
A lover for your life an' nothing more,
But it ain't me, babe,
No, no, no, it ain't me, babe,
It ain't me you're lookin' for, babe.

quinta-feira, março 24, 2005

Meu deus, que esquisito. Esquisito, esquisito, esquisito demais. Fui lá fazer o show que a princípio era pra arrecadar dinheiro pra Cha. Daí acontece que ela morreu antes do show. E resolvemos fazer o show assim mesmo, custa caro morrer. Ainda mais quando você fica cinco meses sem conseguir trabalhar com dores. Ok, tá, não vem ao caso. Ou vem, mas tá, estou bêbado, muito bêbado. Cheguei em casa há uma hora e fui silcar camiseta por falta de sono, tipo quatro da manhã. Mas voltando, fomos lá no Jive. Passamos o som, o Seu Feltrinho, aka Jeff Molina, alguém avisa, é o cara mais querido do mundo, ajudou a gente a passar o som, caramba, ficou bem legal. Queria ter dinheiro pra patrocinar esse tipo de gente. Logo mais, logo mais. Daí eu estava super animado, saímos de lá e fomos até o Prainha tomar birinaite (o meu mal é a birita). Eu, Deedee, Clara, Ana, Carol, Tica, Kaninha Dircinha, Mary, Iracema e a amiga dela que entrou hoje pro clube do desemprego, ô coitada, esqueci o nome dela, viva a esclerose alcoólica. Daí estávamos lá bebendo, começou a pior chuva do mundo, e bebe, bebe. O Prainha é do lado da TFP e a gente gritava TÊ-ÉFE-PEIDOOOOO bem alto. Na volta, gritamos TÊ-ÉFE-PEIDOOOOO muito, era peido, peido, peido, TÊ-ÉFE-PEIDOOOOOO e fazíamos peido com o sovaco pffff pfffffff pfffffff e Carolina batia palmas PEIDO PEIDO PEIDO e eu ri tanto que tive espasmos. Kaninha Dircinha com sua sombrinha gritava "olha o teatro mambembe" e pulava chacoalhando um frevo desgraçado. Pode-se dizer que foi o momento catártico da noite. Peido, peido, peido. Ok. Talvez não faça muito sentido isso tudo escrito, mas na hora fez. E voltamos lá pro Jive uma meia noite e meia. Tinha um monte de gente no boteco da Alameda Barros, todo mundo meio borocochô, "ahn, tá meio vazio, ninguém veio". Daí começou a cair a ficha. Bom, meu caro, ninguém tá muito afim de festa. Ninguém que era muito próximo da Cha, pelo menos. Dos quatro DJs marcados pra festa, só a Lu Riot apareceu. E o Pomba, fofo, abriu a noite pro salão vazio. Entramos, umas sessenta pessoas lá pra ver os shows, alguns rostos conhecidos, próximos da Chá. Mas 95% do povo que TINHA que estar lá abafou. Na hora que subi no palco, fui acometido por uma tristeza inexplicável, como se só naquela hora eu tivesse consciência de que o motivo da festa era a ausência, a saudades, a tristeza, a dor e a dívida da Charlote, em suma, uma coisa muito desgraçada e que nada tinha a ver com festa, com alegria, com confraternização e sim com silêncio. De repente a última coisa que eu queria fazer era um show. Eu queria ir pra casa. Naquela hora. A ausência dos amigos mais próximos à Cha tirou totalmente a razão de ser daquela "festa" e tudo que eu senti foi incômodo e constrangimento. Na hora de PartyAnimal fui lá fazer minha dança ridícula, foi a sensação mais próxima do suicídio que eu já tive. Efim. Meu cu. Quem tinha que ir não foi, não foi arrecadado dinheiro suficiente pra pagar as contas de Cha. Ok, tá todo mundo triste, mas acho que todos os AMIGOS mesmo tem uma responsabilidade para com ela. Muito esquisito.

quarta-feira, março 23, 2005

Acordei as nove da manhã, vim aqui pra casa, trabalhei um pouco no disco do Cansei. Daqui a pouco vou gravar tudo sozinho, cansei de esperar as pessôe (como diria bob ernest) virem aqui fazer suas partes. Daí fui andando até a Heitor Penteado, encotrei com a Larissa do outro lado da rua, trocamos tiaus e gritinhos histéricos de quem não se vê há algum tempo. Eu estava indo encontrar com a Clara e a Deedee e a Emily para comermos no Gopala. Fiquei com preguiça de ir de metrô, eu tenho um monte de dinheiro no meu bilhete único, resolvi gastar os ônibus do Serra. Tomei o primeiro que passou, pena que ia direto pra Paulista, eu estava com vontade de tomar vinte ônibus só de raiva dele. Desci na Paulista, fui andando até a casa da Clara. Subi lá, logo as outras meninis chegaram, fomos pro restaurante. Não gosto muito do Gopala, tudo frito, cheio de gordura. Pedi meio prato. Emily estava triste que ia embora do Brasil hoje e eu estava triste que ela estava indo, estou super apegado nela. Nunca tive uma amiga dyke de bigode e barba. Não é esse o motivo de eu estar apegado à Emily, lógico. Ela é doce e inteligente e querida. E fez um disco incrívi, como ela mesma diria, que eu não consigo parar de ouvir no carro. Mas hoje eu estava sem carro e depois do almoço fomos na Augusta tomar um café. Enchi o saco da Clara para ela me dar a inscrição falsa da faculdade para eu fazer uma carteirinha de estudante, fomos no cyber e eu imprimi uma cópia para mim. Iés. Quero pagar meia, pufavô, obigádu. Daí Deedee teve a melhor idéia do dia: tomar champanhe no Terraço Itália. Estamos todos desempregados mesmo, que que tem? Sentamos lá em cima e olhando aquela vista assustadora dessa cidade horrenda pedimos o drink mais mulezinha que tinha no cardápio caro: kir royal. Um pra mim, outro pra Deedee. Clara foi de Cerpa, Emm foi de caipirinha. De pinga. Ficamos um tempão lá, bebendo, rindo, esperando por nada. Aquela angustiazinha da despedida. Enfim, fomos pro aeroporto. Chuva, trânsito. No aeroporto, fui na Pizza Hut e fiz minha carteirinha de estudante com o papel tosco mal impresso. Trinta real. E aí, sou estudante, só pago meia. Que nem na música do Tetine que eu tinha que cantar lá no karaokê do bonde do tetão no dia que choveu dentro de casa e eu não fui. Emily se foi. Voltamos pra casa. Não gosto de terças feiras. Não tem nada pra fazer a noite.

segunda-feira, março 21, 2005

Foi há muito tempo atrás, Eu ainda estava deslumbrado com a vida que aparecia na minha frente, cada dia com uma novidade diferente, novidades que me deixavam com orgulho de finalmente as ter encontrado, que me faziam vislumbrar uma vida que eu vinha procurando e me faziam ter certeza que eu estava no caminha certo. Como era bom começar a ter vinte anos, eu tinha tantas certezas e princípios que fui perdendo pelo caminho até começar a fazer trinta. Minhas amizades eram mais sólidas que a vida e a vida parecia estar muito longe de poder ser perdida. Eu tinha a força de vontade de mil homens, cumpria meus pequenos rituais com uma soberania samurai e acima de tudo, tinha certeza de estar no controle. No controle do que? No controle, oras. Eu não entendia muito sobre o que eu mantinha controle, mas a mais ínfima sensação de estar no controle já me era suficiente. Se eu quisesse e me dispusesse, nada daria errado. Com o tempo, dar errado deixou de parecer tão horrível até se tornar uma idéia com a qual eu me acostumei. Como o dia que eu deixei de lado a ginástica, o karatê, o aikidô, o piano. Outras coisas surgiram no lugar, minhas bandas, o aluguel, os cachorros. O emprego. Maldito emprego, que me ocupava quinze horas por dia. Acho bom culpar o emprego. Porque eu sinceramente não penso em voltar a trabalhar quinze horas por dia nunca mais. Eu odiei todos os meus empregos, Por menos pior que fossem, eu odeio todos eles. Em alguns lugares eu me apeguei às pessoas que trabalhavam comigo, mas eu nunca, nunca me apeguei ao meu emprego. Sempre o fiz com o maior desprezo que eu já senti na vida. Talvez por isso nunca tenha conseguido dar valor ao dinheiro que eu ganhei. Nunca consegui guardar dinheiro. Eu me sentia tão miserável trabalhando que eu torrava o salário com o maior prazer. Eu merecia ter coisas caras depois de fazer aquelas coisas hediondas pra vender porcarias que ninguém precisa ter. Eu caía na minha própria armadilha. Passei dez anos fazendo música pra enganar os outros. Escrevendo asneiras pra ressaltar qualidades de um carro que eu nunca ia ter. Daí um dia comprei um carro caro. E acabei com ele na estrada depois de entrar em coma alcoólico da vodka que eu tinha ajudado a vender fazendo uma trilha escrotíssima. Sim. Eu não me orgulho de uma merda de trilha que eu tenha feito. Nunca copiei um repertório, tenho vergonha. Trilha de publicidade é tudo cópia, tudo copiado da maldita referência. Tive pena o dia que meu patrão falou que ficava assistindo o repertório dele na casa dele com os filhos dele. Fiquei com raiva da maneira com a qual ele quis me por pra baixo dizendo que nem ia me mostrar o repertório dele pra eu não me sentir mal. Ainda mais ele que produziu tantos discos, tocou em bandas tão legais. Não entendo. Me demiti no mesmo dia. Quando foi que tudo começou a desandar mesmo? Quando eu deixei o karatê de lado? Pra que foi que eu deixei o karatê de lado? Pra fazer trilhazinha pra vender promoçãozinha de companhia telefônica? Pra que? E se eu morrer amanhã? E se eu ficar incapacitado amanhã? O que eu vou ter feito da minha vida? O que? Bom, faz tempo. Uns dez anos. Mais. Com certeza. Eu acreditava que eu faria tudo aquilo que eu tivesse vontade. E eu conhecia pessoas incríveis que viviam suas vidas da maneira que elas bem entendiam e eu me sentia muito a vontade entre elas. E sábado a Charlotte morreu e eu sinto muito, muito, muito, vou sentir muita falta de ter por perto uma pessoa que sempre fez o que bem entendeu e que só de estar por perto me fazia sentir seguro, porque ela era uma dessas pessoas nas quais eu tinha fé e tinha certeza que sempre ia estar lá. Agora ela se foi e não sei de onde eu sei que não posso deixar de acreditar naquilo que sempre foi importante pra mim, que sempre me deu forças pra acordar as cinco e meia da manhã pra ir treinar. Pode parecer piegas tudo isso, ainda mais se você acorda cedo todos os dias pra passar mais da metade da sua vida com o rabo preso na cadeira se matando de trabalhar por um dinheiro que você gasta mal. Mas como diria a Cha, "pelo menos era um ser humano".
Ser humano? Sei. Conta pro boneco.

sexta-feira, março 18, 2005

Tá, tá, tá.
Sai da minha aba sai pra lá, sem essa de não poder me ver.
Me matei no Orkut. Foi mais ou menos como o dia que eu me demiti: acordei, pensei DEUS O LAIVRE. Quem eu tava querendo enganar? O Orkut é caxa. Caxacaxacaxa.
Mais caxa que aguentar patrão.

quarta-feira, março 16, 2005

O rock é super caixa. Caixãozão, kraft. O rock faz bronzeamento artificial, drenagem linfática e aplicação de botox lá na LeRu. Usa bolsa Luis Vuitton falsificada que comprou lá no Stand Center da Paulista junto com o bonezinho VonDutch cafonérrimo. Caixa. O rock não tem mais jeito, não tem mais aviso que arrume. Quebrou, degringolou. Encaixotou. O rock é caixa. Levaram o rock a sério, ninguém avisou. O rock se mudou, mudou pra Moema, diz que é um bairro ótimo. Come uma tábua de frios no Johan Sehn aos sábados. Toma um chopp vendo futebol na casa do vizinho. Vai à feira na Arapanés de domingo e depois pede um pizza na hora do Fantástico. O rock assina O Estado De São Paulo e prefere ler a home do Terra. Fica feliz quando compra a Veja no supermercado. Ô, rock. Coitadinho. Em protesto fiz tie dye em todas as minhas camisetas pretas, comprei brincos de pena, gravei um cd com os sucessos da Ivete. Rock, você não vale um ovo.

quinta-feira, fevereiro 24, 2005

Fui pro Rio no fim de semana. Como sempre, fiquei com vontade de morar lá mas me convenceram que se eu morasse lá eu ia odiar... novidade. Daí encontrei uma amiga minha que falou que sempre lê meu blog e eu fiquei com um pouco de saudades de escrever aqui, faz muito tempo que não escrevo. E agora com o advento do Speedy aqui em casa e com meu atual estado de desemprego compulsivo, fica mais fácil. Pois é, me demiti. De novo. Bem que eu tentei ir lá trabalhar. Consegui por mais de um ano. E foi aquela coisa dos infernos, nunca tinha hora pra sair, nunca sabia se ia ter que trabalhar no fim de semana, pra tirar férias foi um pouco complicado, tive que convencer que eu tinha o direito de sair por um mês SIM, não me pagaram as férias, tá. Não vou reclamar do meu ex emprego por mais que eu tenha vontade. Foi bom. Ganhei dinheiro de um jeito que eu provavelmente não vá mais ganhar. Comprei muito equipamento. Engordei doze quilos. Que vieram com o advento do judaísmo na minha história pessoal, o que não vem ao caso. Blábláblá. Quer virar hétero? Pergunte-me como. Tá. Bem, continuando. Me demiti. Ufa. Chegou num ponto que eu tive que escolher: ou eu levava pra frente minhas bandas ou virava publicitário. Não foi muito difícil escolher. Ainda mais depois da turnê do Butchers pela Europa em novembro do ano passado. Um mês viajando, tocando TODOS os dias. É ISSO que eu quero fazer da minha vida. Não ficar trancado num estúdio SOFRENDO dezoito horas seguidas pra fazer o efeito da bola de basquete do Toni Tigre da Kellogs. Nem a pau. Pau no cu do Toni Tigre, nada pessoal. Mas sinceramente, eu tenho coisa mais importante pra fazer. Ok. Sendo um pouco menos específico, até porque o Toni Tigre foi a última gota que fez transbordar o copinho de café da minha paciência. Como eu ia poder ficar lá fazendo coisas que eu não tinha o menor interesse depois de tocar em Ljubljana? Como ficar trancado naquela sala sem uma vista depois de ir pra Praga? Kortrijk? Viena? Berlim? Deus me livre. Deus me livrãozão. E lá na europa, a cada show que fazíamos, ia crescendo um sentimento de incompatibilidade que me tirava o sono. Como autenticar o que eu estava fazendo se dali há algumas semanas eu ia ter que voltar a fazer música pra vender coisas que ninguém precisa? Sendo que o tempo gasto com essas duas coisas era inversamente proporcional. Eu hein.

terça-feira, janeiro 11, 2005

Te beijo na chuva, te bato no sol. E se não gostar, não faz mal. Acho que você bem sabe... eu já sei da recíproca.

sexta-feira, novembro 12, 2004

Da coluna do Lúcio Ribeiro

* CANSEI DE NÃO SER - Toquei segunda-feira passada no Rio de Janeiro, na famosa festa Maldita, que ocupa a Casa da Matriz, em Botafogo. Foi no pós-show da bizarra noite em que o Primal Scream e o Libertines passaram pelo Cais do Porto carioca. Antes, fui abordado por uma galera que me pedia satisfações por ter falado bem sempre o grupo paulistano Cansei de Ser Sexy. "O que foi aquele show no Tim, na sexta?", estavam inconformados. Eu disse que até gostei da apresentação, toda zoada, acidentada, a cara da banda. O papo morreu e mais tarde eu estava tocando na pista de cima da Maldita. O local bombando e eu coloco uma música do CSS, inclusive uma que eles mandaram ver no show do Tim. O povo que estava na pista começou a urrar, de satisfação. A canção "A-la-la" é realmente uma das melhores músicas para tocar em pista que eu já ouvi uma banda nacional fazer. Aí, quando olho num cantinho da pista, está a galera que tinha bronca do CSS, se descabelando de dançar. A maior parte dos urros estava vindo deles.



Tá.
Somebody up there likes me.

quarta-feira, novembro 10, 2004

Blablabla.
Que sono, que preguiça, que dor de estômago. Pronto, passou. Agora é saber o que vai ser daqui pra frente e parece que vai ser incrível, apesar de toda a maldade e escrotidão jornalística. Jornal não é blog, alguém avisa. Síndrome do colunista estrela, meu cu. Todo mundo quer ser o Finatti agora? Hahahaha, tá Finatti, com todo o respeito do mundo que eu tenho por sua pessoa. Aliás ontem alguém falou uma coisa super engraçada de você, o que foi mesmo? Não lembro. Mas eu ri bastante. E ri pra não chorar também, porque aquele EXXEX tava superlotado.Superlotadão. Tomei uma vodka, dei oi e corri de lá. Um pouco capelão. Fomos lá pra boca do lixo comer um dog. Depois sentamos no banco do estacionamento e ficamos conversando horas, eu, Clara e Fábio. Blablabla, fomos pro Gourmet e lá a Adriana me lembrou o porre mais vexaminoso da minha vida, durante o qual eu perdi minha camiseta. Como alguém consegue perder a camiseta? Alguém me avisa. Mas daí vai, foi, vai foi, eram três da manhã e eu tinha que acordar cedo pra vir aqui pra masmorra. Aliás, o prazo de validade de mim aqui já venceu faz tempo. Não sei se aguento os treze dias que restam.
Amanhã tem show delícia do CSS (cansei de ser chata, segundo aquela gorda caixa cafona e desgraçada do Estadão) no Sesc Pompéia, no projeto Cidade Mutação. U uu. Vai ser gostosinho. Então tá.
Enquanto isso mentalize o baterista dos Libertines com aquele samba todo no pé que eu to te olhando daqui. Como é divertido ser brasileiro.

domingo, novembro 07, 2004

Já me escreveram perguntando de onde eu tirei essa crítica, foi do site do próprio Tim Festival.

"Critica - 6/11/2004 07:08:55
Uma boa piada - mas que dura só duas músicas - por Silvio Essinger
Quem chegava ao Motomix achava que tinha voltado aos terríveis anos 80. O Cansei de Ser Sexy, com seus modelitos de new wave precários e as duas vocalistas se esgoelando, lembrava a Blitz, na melhor das hipóteses, e O Espírito da Coisa – na não tão pior. A onda era fazer – de forma irônica, entende-se – um rock meio punk, com algumas eletrônicas toscas (o que se podia, com boa vontade, chamar de eletro). As meninas nas guitarras e baixo lembravam uma banda de sarau, sem muito jeito de palco. E as letras das músicas, em inglês, faziam grandes gozações com assuntos que passavam ao largo de boa parte do público. Dava para achar engraçado durante umas duas músicas, principalmente porque as vocalistas Luisa Lovefoxx e Clara se esforçavam, em músicas como “I Wanna Be Your J.Lo”. Mas precisa muito mais do que só ironia para segurar um show inteiro. "

Como me disse o velho Abu um dia, quem sabe faz, quem nao sabe fazer ensina, quem nao sabe fazer nem ensinar vira critico.
Triste profissão, mas uma feliz forma para escritores mediocres pagarem o aluguel.
Ninguém é obrigado a gostar do que eu faço. Ninguém é obrigado a entender a estética da minha piada interna. Base eletronica tosca no meio do teu rabo, seu filho da puta do caralho. Obviamente você foi escalado pra escrever de algo que você não tem o menor embasamento a não ser seu gosto duvidoso, a saber pelas outras críticas que você escreveu. Gosto não se discute e muito menos é verdade absoluta.
Galinha que come pedra sabe o tamanho do cu que tem. Obviamente o Cansei se apresentar no Tim Festival foi a maior dada de cara a tapa que eu já dei na minha vida. E eu não fui lá achando que íamos ser unanimidade, que íamos agradar aquelas pessoas que acharam a discotecagem antiséptica e publicitária do 2ManyDjs a coisa mais incrível do mundo. Eu toco há mais de dez anos e o Cansei é a banda mais criativa que eu já tive. Queria muito ouvir uma crítica construtiva a respeito do show. Primeiro porque falar que as bases são toscas é mais do que maldade, porque tosco estava o som que nos foi dado. Não tivemos passagem de som, nosso show era um tanto complicado tecnicamente já que havia músicas que eram tocadas junto com bases eletrônicas, músicas que era somente as bases eletrônicas e músicas tocadas sem bases eletrônicas. Era de suma importância que nós passássemos o som para tudo ficar no seu devido plano. Mas não, não nos deixaram passar o som por causa que o Kraftwerk, com o maior show de playback da história, mais até que a Britney Spears (sim, eu vi de onde saía a música do show deles, era de um Powerbook g4 que ficava na cochia), já havia montado o palco e foda-se o resto das atrações. Ainda bem que nós tínhamos ensaiado mais de cinquenta horas pra fazer esse show, caso contrário o desastre teria sido muito maior.
Vocês não tem idéida do caos que estava o som em cima do palco. Eu só ouvia as bases no meu retorno, não ouvia voz, não ouvia guitarra, baixo, nada. Nada. Nosso técnico de som operou verdadeiro milagre para que o som saísse com um mínimo de decência para o público, mas isso não é coisa que se faça com o show rolando. Sem passagem de som, o Tim festival quebrou nossas pernas. Como disse um amigo, nos atirou nas bocas dos leões, como esse panaca do Sílvio Essinger, que graças às pobres referências que tem nos comparou a uma piada sem graça, numa má vontade inexplicavel, mas ninguém é obrigado a ter boa vontade quando se gasta mais de cem reais por dia para ver shows. E ninguém é obrigado a ter boa vontade quando se é obrigado a escrever uma crítica a respeito de um show quando se está virado, com sono e mau humorado.
Eu realmente não quero ficar aqui me explicando e justificando o desastre que foi o show. Eu estou muito triste e desanimado, frustrado e com vontade de brigar com todas as pessoas que escreveram coisas ruins a respeito do show, porque realmente nós nos preparamos, investimos muito dinheiro e tempo pra fazer essa presepada. Que se tornou uma presepada graças a má organização do Tim, a falta de respeito e pouco caso com os artistas de primeira viagem.
No camarim do CSS: Smirnoff e suco Del Valle.
No camarim do Soulwax: Absolut e Cranberry Juice.
Tá, meu cu. No fim a gente ganhou Absolut deles.
Agora a coisa é que na verdade o Tim Festival é um festival mainstream. Nós não somos uma banda mainstream, nunca seremos, não temos a menor vontade. Se para uma pessoa média como o Sílvio Essinger nosso figurino era "precário" (e nada mais recalcado e maldoso que "precário"), isso só indica o quão distante estamos do imaginário da classe média, que ainda acha cool as roupinhas pretas do souwax. Se para outro jornalista nós somos um clone malfeito de Chicks On Speed e Tatu, eu só posso entender isso por causa da má qualidade do som. Obviamente as pessoas vão sempre pelo lado mais fácil. E realmente não dá pra culpar as pessoas pela falta de informação, agora jornalista que não faz lição de casa devia levar uma surra. Eu sou o primeiro a querer dar essa surra. Sempre. Mas não me misturo com gente recalcada e feia. Quanto mais dizem que São Paulo está fervendo de cultura, mais eu tenho certeza que isso aqui não passa de uma Belo HOrizonte mais convencida. Cada vez mais eu acho que símbolos de cosmopolitismo paulistano de cu é rola. O sonho mais moderno que o paulistano médio tem é poder comprar em dólar nos jardins para dar pinta no castelo de Caras ao som da trilha de comercial de sabão em pó dos 2manyDjs. E depois, comprar meia dúzia de revista moderna e deixar na mesinha do telefone pra fingir que realmente entende de modernidade.
Preguiça.
Eu não aguento mais meu trabalho, eu não aguento mais essa cidade, eu não aguento mais pessoas.
Ainda bem que daqui a quinze dias eu vou pra europa tocar com o Butchers. Quando eu voltar eu decido o que eu vou fazer da minha vida.

quinta-feira, outubro 14, 2004

Já que eu não ia embora tão cedo, dei um pulo no posto e comprei duas Smirnoff Ice. Quando estava quase na hora de ir embora, tomei a primeira. Bom, vamos combinar que o negócio é ruim, ainda mais essa nova, a Black. Mas quem falou que eu queria que fosse gostoso? Sendo ruim eu bebo mais rápido, já que eu nem estava afim de apreciar o bouquet da bobagem e sim acalmar as idéias. Quando a primeira garrafa acabou, parecia que eu tinha acabado de dar um mergulho num dia muito quente, foi quase a mesma sensação. Quase, porque mergulhar não dá azia e junto do último gole veio aquela queimação filhadaputa que nem Milanta tá resolvendo. Peguei meu carro, pus o cd do Liars (que eu tenho ouvido em loop nos últimos dias) e fui pro JukeJoint passar o som. I no longer want to be a man, I want to be a horse, men have small hearts, I need a tail, give me a tail, tell me a tale of the children that stood in the way of the endless winter e eu fui ficando transtornado a medida que ia virando a segunda garrafa de vodka infantil. Já era tarde, eu tinha trabalhado mais de doze horas, como de costume, e usualmente estava irritadíssimo, como de praxe, concordando plenamente com aquela idéia de querer ser um cavalo. I, I am the boy, she, she is the girl, he, he is the bear, we, we are the army you see throurgh the red haze of blood, blood, blood, blood. E eu ficava cantando blood, blood, blood e babando ao mesmo tempo, porque eu estava com vontade de vomitar, aquela vodka maldita caiu como um copo de tachinhas no meu estômago e eu cheguei no JukeJoint e resolvi dar uma caminhada pela chuva pra ver se passava aquela sensação de ter um buraco no meu estômago e outro dentro da minha cabeça e eu andei, andei, subi quase até a Paulista pela Augusta e a cada puteiro que eu passava alguém me oferecia xoxotas em promoção, lindas garotas e eu querendo vomitar aquela porcaria do diabo então eu tapei os ouvidos pra não ter mais que ouvir as pessoas falando comigo e eu estava ficando ensopado achando que se não morresses de dor de estômago eu ia morrer de pneumonia no dia seguinte o que de forma alguma ia ser agradável, já tive princípio de pneumonia duas vezes e foi horrível, até hoje não consigo escutar um cd do Porno for Pyros porque me lembro de quando tive isso e custou pra passar não tanto quanto estava custando pra passar todo esse processo de não conseguir parar de pensar e não conseguir prestar atenção em outra coisa senão na dor do estômago e não tinha uma farmácia aberta daí eu lembrei que estava de jejum havia o dia inteiro então parei numa padaria e comi um pedaço de pizza de muzzarela e eu nunca comi uma pizza tão deliciosa minha vida toda, era a pizza de muzzarela mais perfeita e suculenta e salgada no ponto e sublime que eu já havia comido, tudo isso por um real e sessenta centavos.

quarta-feira, outubro 06, 2004

Colocou tudo numa caixa, pôs no armário. Um dia ele pensa em abrir a caixa e tomar as devidas providências com aquelas fotos, aqueles lenços, aquelas cartas, documentos. A providência mais sábia seria queimar tudo aquilo, mas antes , antes, tanta coisa pra fazer, pintar os armários, mas a casa não era dele, primeiro, comprar uma casa para depois pintar as portas dos armários para depois abrir a caixa e queimar tudo para seguir em frente sem se preocupar com um punhado de fotos e documentos antigos que ele não tinha pra quem deixar e toda noite quando ele deitava de frente praquela porta que escondia a caixa ele revia o processo das escolhas que haviam para serem feitas e nada como empurrar tudo com a barriga que cada dia ficava maior para conseguir achar que ele não estava adiando a coisa, mas só colocando as coisas no lugar na sua devida ordem. E o barulho da rua não importava mais, não era maior do que a vizinha arrumando os móveis todos os dias ela parecia mudar tudo de lugar, ele não, desde que se mudou as coisas continuam no mesmo lugar e só de pensar em mudar era como se um o teto caísse por sobre seu corpo, uma cãibra, uma dormência, melhor não. Melhor que arrumar a casa era sair e beber e toda noite ele bebia e ainda bebe e os dias passavam muito rápido, menos quando ele tinha que trabalhar até tarde mas nada mais providencial que morar numa cidade grande, não importava até que horas ele trabalhava ele fazia questão de sair e beber porque arrumar a casa ele não ia mesmo, dormir ele não queria pra ter que se deitar na frente daquela porta mal pintada que escondia a porra daquela caixa desgraçada que guardava toda uma segurança que não existia mais e por estar fadada a não existir um dia, nunca foi de fato um estofo, foi um estepe, um estepe que ele teimou em aceitar sem piscar e usar de desculpa para não fazer as coisas direito e então ele se jogou no chão e tentou bater a cabeça com toda a força nos tacos raspados mas doeu, como doeu, achou melhor não comentar isso com ninguém, só com os cachorros porque eles não entendiam nada mesmo e só queriam saber de subir no sofá e tentar ver teve como se isos fizesse alguam diferença porque no fim nada fazia muita diferença nem esse emprego estúpido que ele mantinha por pura falta de perspectiva e por tédio também, achava melhor se ocupar a contragosto do que se culpar pela falta do que fazer e ele tinha que comprar comida para os cachorros que ele tem a contragosto e que a contragosto deixava subir no sofá por preguiça de mandar descer, desce, desce, desce puta que pariu, desce, desce, desce, quem te convidou, quem falou que eu quero ouvir alguma coisa, quem falou que eu quero ficar aqui até agora, quem disse que eu tenho que fazer qualquer coisa, quem falou está dentro daquela caixa, aquela caixa abarrotada de coisas que devem estar mofando, que deviam ser queimadas por pura dignidade, por higiene, desce, desce, desce, vamos arrumar essa bagunça um dia, um dia, eu prometo, um dia, um dia, vou descer essa caixa e vou arrumar e vou sair na rua e vou andar até a sola do sapato acabar, até não sobrar um pedaço de borracha e vou encontrar dignidade e paz de espírito, sem as coisas dentro daquela caixa, as coisas que restaram e que eu recolhi na caixa, eu tenho até medo de abrir aquela caixa e exumar o que eu acho que me dá algum sossego, mesmo que seja só uma breve idéia, um deja vu, algo que poderia ter sido e não é mais, nunca vai ser, e os cachorros que não descem não descem não descem sefossemmaislimpossefossemmaislimpossefossemmaislimpossehouvessealgumadignidadesenãohouvesseacaixa.

terça-feira, outubro 05, 2004

De repente eu tinha doze anos de novo. Não conseguia mais olhar no rosto, devia estar fazendo a cara mais patética dentre todas da minha coleção. Todos os assuntos se perderam no vácuo das minhas expectativas (u u) e sorrir não parecia ser a solução mais pertinente. Quer beber? Não podia. Vamos sentar ali no sofá então, mais confortável. Descontrai, vamos, descontrai. Do que estávamos falando mesmo? Não sei. Não faço idéia. Tanto fazia. Era euforia misturada com desconforto e saudades e insegurança e vodka e a plena certeza de que eu estava sendo um chato mas ao mesmo tempo acreditando, porque o importante é acreditar, que se fosse pra ser ia ser de qualquer jeito, tá.
Pode ser que tudo tenha dado errado no fim, eu não sei. Não tenho idéia, nunca tive, de como funcionam essas coisas. O pouco que eu sei diz respeito a minha pessoa que eu achava estar calejada o suficiente para nunca mais passar por essas situações. Quem diria.

segunda-feira, setembro 13, 2004

Sim, podia ter sido pior. Eu podia ter matado alguém, claro, a pior coisa que podia acontecer. E quem quer que tenha me levado pra casa, muito obrigado. Nessas horas eu penso que, ok, até sou um cara de sorte, mesmo com todas as merdas que eu faço deve haver um motivo pelo qual eu sou poupado. Pior parte do processo: acordar. Onde estou? Meus braços e pernas estão onde deveriam estar? Sim. Próxima checagem: meu carro. Onde foi que eu deixei o carro? Que diga-se de passagem nem é meu. Meu deus. Aonde está o carro? Recapitulando: vódka um, vódka dois, vódka três, oi, como você se chama? alguém te avisa que eu tô suuuuuperafim de você, vódka quatro. Corta. Meu rosto na parede chapiscada do muro do vizinho, ai, dói. Credo. E a chave que não entrava, não queria nem parar na minha mão. Toda vomitada. Vômito. Vermelho. Que foi que eu bebi mesmo? Suco de uva, ahn. Eca. Pensei em quebrar o portão pra poder entrar. Mas eis que a chave entrou. Ok. Agora o pior. Trancar o portão, subir treze degraus e abrir a porta da sala, meu deus do céu. Corta. Ana Maria gritou e correu quando me viu. Ok. Mas e o carro? A chave não estava onde deveria estar, pendurada na calça. Procurei pelo canhoto do estacionamento. Não achei. Havia vômito do lado de dentro da minha carteira. Meu deus. Capelão. Adriano, você bateu o carro? Não lembro. Não sei. Não estava lá. Liguei pra Amanda. Disse que numa certa altura da noite ela não me encontrou mais, foi até o estacionamento e o carro estava lá. Achou que eu estivesse no quarto escuro mas ficou com medo de entrar lá para me procurar. Sim, tenha medo, muito medo do quarto escuro da Loca. Eu bem sei. Ui. Tá. Banho. Meu deus, o que é isso no meu rosto? Céus. E esses roxos? E o cheiro de vômito? Sai, sai, sai. Água, água, água. Quente demais na pele esfolada da testa. Saco. Eu ria. Alto, quem me trouxe pra casa? Se eu vim de táxi eu não paguei. Meu dinheiro estava todo na carteira, não faltava nenhuma folha de cheque. Mistério. Será que eu apanhei do taxista? Não sei, nunca vou saber... meu cu. Minha nuca dói. Minha mão tem um furo. Tenho saudades da minha mãe.

quarta-feira, setembro 01, 2004

Aqui havia um post sobre judaísmo.
Judia, vá pra puta que te pariu,
Era era era, judia chupetera.
Não tem um dia que eu acorde e não deseje que você queime no inferno.