Leu porque quis, não me encha o saco.

sexta-feira, junho 23, 2006

A discreta arrogância da burguesia... Aliás, burguesia não, classe média. Bem daquela que venceu na vida via um comércio, que mora num prédio, num condomínio acima de qualquer crítica e sem suspeita alguma com entrada imponente de mármore escuro brilhante. Bota os filhos numa faculdade medíocre porém cara, como convém pagar o bom novo rico e convence a prole que as leis prediais que regem suas vidas valem para todo o resto do mundo. O clube, o shopping, o prédio, o clube, o shopping, o complexo universitário com suas praças de alimentação, o clube, o shopping, enfim. E quando a semi estética adquirida da segunda geração bate de frente com a falta de estética congênita da primeira, começam as aberrações de arrogância dos pequenos burgueses. Num mundo de aparências regidas pela mais fútil falta de razão de ser, esses new jacks da quase alta sociedade se embrenham como avatares de uma vaga idéia romântica do que gostariam que fossem tomando qualquer pista oportunamente vislumbrada anonimamente como prova irrefutável de legitimação de suas personalidades.
Não faz idéia do que eu estou falando, não é mesmo?
Poizé, e assim esse blog chega ao fim.

FIM


(já tenho outro. estilo antigo. http://quemperguntou.blogspot.com)

(ps: it´s the begining of a new age)

terça-feira, junho 13, 2006

E aí, lendo blog? Get a life.

segunda-feira, junho 05, 2006



well I see if you got to disagree with me
but to these ears every baby cries the same
every baby cries the same
every place that I've ever been
every baby cries the same
well I've been all around the world
and I've seen and heard all kinds of little boys and girls
baby, at leat to me, at least to these years
every baby cries the same
every baby.

quarta-feira, maio 24, 2006

E daqui pra frente parece que mudou a luz. Teriam trocado as incandecentes por luzes frias? Saco, não é possível. Não pode ser assim, talvez eu precise trocar os óculos que aliás eu nem tenho usado. Toda vez que ponho os óculos parece que subi num salto, tenho a sensação que fiquei mais alto, fico esperando subir no degrau num próximo passo. Sensação esquisita, como essa diferença de luz que tenho notado. Fiz aniversário num domingo esquisito em que estava virado sem dormir, semi gripado e torcendo para não ter que falar com ninguém. Tocamos no Rio de Janeiro, na Loud. Faz uns três anos seguidos que tenho show no dia do meu aniversário e isso até ajuda a não ter que fazer alguma coisa além de tocar só por conta do aniversário. Ainda bem que existe internet e muita gente deixa de ligar e deixa scraps no Orkut, manda emails, myspace, fotolog. Ufa, constrangimentos a menos. Daí fui almoçar com minha avó e foi muito esquisito, claro. Eu estava virado mas esse não foi o motivo do esquisito. Foi esquisito porque ela não pinta mais os cabelos, está uma vovozinha de cabelos brancos que passa o fim de semana sozinha no apartamento vendo tv e indo à missa duas vezes por dia. E fica feliz de ter pratos para lavar e alguém para oferecer sanduíches e chocolate e suco de saquinho. Eu ando tão não conseguindo disfarçar que isso pra mim é esquisito. E o apartamento está uma delícia, quis morar lá um pouco sem contas pra pagar, com a Zoraide lavando roupa todo dia e cozinhando e eu nem ia ligar de morar na Vila Mariana. Lugarzinho horrendo, deus do céu. Dei uma olhada pelos armários, não, não vai caber nada meu lá. Agora está bem claro pra mim, tenho que arrumar um lugar pra por minhas coisas. As minhas e as de Carol. Talvez no sítio, mas pelo que me lembre, a casa da piscina já está abarrotada das coisas da minha irmã... não sei se levo tudo pra lá, com certeza vai ser uma conta a menos pra pagar. A não ser que alugue um apartamento lá no centro, bem, bem bem baratinho e largue as coisas trancadas. Preciso resolver isso logo.

quinta-feira, abril 13, 2006

KILL A PUNK FOR ROCK'N'ROLL


E ontem teve show do Butchers e eu quase tinha esquecido como era. Roque não está mais na moda, alguém avisa. Pode parar de se fantasiar. 77 de cu é rola.

(foi um dos melhores shows da minha vida)

segunda-feira, abril 10, 2006

i don't blame you, i don't mind if you never tried at all

segunda-feira, abril 03, 2006

"A íncrivel história do gordo que tinha tetinhas e usava tiara"

Você leitor desocupado de blog que curte essa coisa big brother brasil do it yourself já tá sabendo que eu estou tocando com as Hugh Grants Neurotic Motherinlaws? Já? Sei, tem um monte de gente sabendo, até gente que eu não queria ter que falar mais, mas isso não vem ao caso porque esse é um post denúncia e não um post agressão. Então, quinta feira passada foi o primeiro show das Hugh Grants com a nova formação, que inclui eu e o Beto (ex roadie do CSS) nas guitarras e a primeira e última Camilão no baixo. Como ela não tinha tirado ainda duas músicas, o Zé Mazzei dos Forgotten Boys foi lá e quebrou um galho pra gente e por um breve momento o Hugh Grants foi uma mistura de Butchers, Forgotten e CSS. Maior legal da hora, diz aí. E fazia um tempãozão que eu não bebia, desde que aderi à yoga e à dieta do grupo sanguíneo. E gostaria de ter continuado sem beber, mas chegando ao TOY LOUNGE e constatando a tosqueira do lugar, vi que a única saída ia ser beber. Quem melhor captou a essência do Toy Lounge foi Amanda, minha filha, que chegando no lugar me olhou na cara e começou a cantar "Feeeeesta no interior". Sabe, você já deve ter percebido que eu sou uma pressoa bem preconceituosa. Fazer o que? Eu sou, pau no seu cu. E vestindo essa carapuça escrotinhos, o Toy Lounge parecia uma balada de Sorocaba. De Bauru. Uma balada VIP, HYPE, CLUBBER de Piracaia da Serra. Nada contra, já fui pra esses lugares tocar, me diverti pencas, mas o Toy Lounge ninguém merece. Primeiro, a decoração. O único bar que tem desculpa pra ter as paredes pintadas de preto é a Torre (senão o povo raspa a tinta e vende como se fosse padê). Segundo, nós enquanto seres vivos precisamos de OXIGÊNIO para continuarmos vivendo. E o lugar tinha aquele cheiro de buati desgraçado, cigarro misturado com churume de cerveja e coliformes fecais, quase sem ar. Um abafado do caralho alado. Pelo menos o som era bom, passamos o som, os amigos chegaram um pouco antes, alguns assistiram a passagem de som a contragosto da HOSTESS. Segundo Ira, a hostess disse que nunca viu tanta gente assistindo passagem de som de banda, "tem mais gente lá dentro que os Titãs". Bom, eu gostaria de dizer que quando eu vou passar o som, eu quero meus amigos lá dentro sim. Se a buati não permite a entrada de gente antes da abertura, eu caguei um tronco. Não estou nem aí, meus amigos vão ver a passagem de som quando eu quiser e quando eu bem entender. Se não quiser, tudo bem, eu não faço questão nenhuma de tocar. Acabada a passagem de som, avuei daquela caixa de churume em gás e fui eu, Amanda e Ira pro Bar du Bocage beber MAIS cerveja. Quando deu uma hora da manhã, fomos lá pra bobagem.
Entrei no Toy Lounge e levei um susto. Todos meus amigos estavam lá, Lovefoxxx, Dani, Ricardo, Ricardinho, Lidião. Supla. Tava todo mundo lá, estava um clima incrível. Festa no interiorzão, tipo um quermessão. Todo mundo capelando, rindo, se divertindo. Bebi mais. Eu já estava tinindo trincando, fizemos o show, foi divertidíssimo. Acabou o show, eu e Dani fomos no ULTRALOUNGE (esse é um capítulo a parte, era a primeira festa da Luma como promoter lá e ela nos convidou e nós fomos), depois pra Torre (outro capítulo a parte, tive amnésica alcoólica e pelo visto tentei agarrar a Maria Helena).
Bem, o que eu vou contar a seguir eu fiquei sabendo depois do acontecido.
Parece que quando Lovefoxxx chegou na festa do interior toy lounge, o dono pediu a identidade pra ela. Ela tinha esquecido em casa, o cara foi pratico. Sem identidade ela não entrava no lugar (havia até um adesivo plotado escrito MENORES DE IDADE NÃO PODEM ENTRAR). Ela insistiu, o cara nem olhava pra cara dela e ficava apontando com o indicador a palma da mão, como que pedindo o RG. Ela saiu do lugar, pegou um táxi, foi até a casa dela, pegou o RG e voltou pro lugar. Quando ia entrar, ela foi pegar o RG e o HOST (sim, havia um host, um hostess, aliás havia toda uma possy de hosts do Toy Lounge) disse "não precisa do rg! o fulano não sabia que você era do Cansei!". Ahn. Ótimo. Ela entrou, se divertiu pencas, pulou, cantou, capelou. Foi aquela diversão. Na hora de ir embora, Ana teve problemas. "Não aceitamos cheque, só cartões", explicava outro adesivo plotado. Só que o Visa Electron estava fora do ar e Ana não tinha dinheiro. "Você vai ter que esperar aí", disse o dono do estabelecimento. "Eu não, eu quero ir embora agora", disse Ana. "Deixa que eu pago", disse Lovefoxxx. "Ah, libera ela, essa aí é do Cansei", disse alguém do outro lado do balcão. "Se vai liberar a Lovefoxxx, libera eu também, que eu também sou do Cansei", disse Ana. "Esse cara ai foi o maior escroto comigo quando eu vim, ele me pediu o RG, me fez ir em casa buscar e quando eu voltei ele nem quis olhar". Love pagou a comanda de Ana, ambas foram pra porta. Na saída, o adesivo que lembrava que menores de idade não entravam. Lovefoxxx, turva e com raiva, arrancou o adesivo, jogou no chão e pisou em cima. Na rua, Ira passou o celular pra Love, era Mirella. Blábláblábláblá.
"Quem foi a putinha do Cansei que rasgou meu adesivo? Quem foi a piranha?", gritava o dono do Toy Longe enquanto corria rua abaixo em direção ao carro de Ira. Ira já estava dentro, Love estava do lado de fora, falando no celular.
"Fui eu", respondeu Love.
"Por que você rasgou o aviso?" perguntou o cara.
"Proque eu estava com raiva de você", respondeu Love.
"Mas por que você jogou o aviso no chão depois de ter rasgado?"
"Proque eu estava com raiva de você".
"Mas por que você pisou em cima do aviso depois de ter jogado ele no chão e rasgado?"
"Proque eu estava com raiva de você. E esse assunto está ENCERRADO", disse uma Lovefoxxx inspirada depois de ter assistido o Clube da Luta.
"Você acha que sua fama vai fazer você se livrar da cadeia? Se te pegam sem documentos você vai presa, sabia? Sabe o que você é? Uma vaca, uma puta, uma piranha", disse o dono do Toy Lounge.
"E você, sabe o que você é? Um gordinho que tem teta e usa tiara", devolveu Lovefoxxx.
Pronto. O Gordinho tetudo de tiara ficou uma arara. O sangue ferveu, ele foi pra cima da Lovefoxxx e a pegou pelos pescoço. Sim, meus amigos. Ele pegou ela pelo pescoço e começou a esganar ela em cima do carro da Ira. Nisso, Ana viu a cena pelo retrovisor do carro dela, que estava parado um pouco a frente do de Ira. Saiu voando, gritando SOOOOOOOOLTA MINHA AMIGA! Avuou no pescoço do gordo e começou a socá-lo. Nisso chegou Carolina, Amanda, Maria Helena e um amigo do gordinho tetudo, que segudou Love pelo punho e gritava "Ela vai ter que pagar o prejuízo!". "Quanto é o prejuízo? Um xerox e um pedaço de durex? Vai Love, dá cinco reais aí pro cara!", disse Ana. "Ele está apertando muito a minha mão, não consigo pegar minha carteira", chorava Love. Enquanto isso, Amanda tinha imobilizado o gordo tetudo enquanto Carolina enchia-o de porrada nas costas e na cabeça. Maria Helena tentava soltar a mão do amigo do gordo tetudo do braço de Love, puxa daqui, puxa dali. "Ei, aonde está o meu anel?! Devolvam o meu anel!", gritou o amigo do gordo tetudo. De tanto puxar daqui e dali, Maria Helena sem querer tinha tirado um dos aneis dele, que aparentemente gostava tanto de anéis que usava um em cada dedo de ambas as mãos. "Ai, moço, está aqui, desculpa", disse Maria Helena, meio sem graça de ter arrancado o anel do moço. Ela abriu a mão e o anel caiu no bueiro. Vish. Ele apertou mais o braço de Love, que começou a urrar de dor. Carolina tirou o boné dele e gritou no ouvido dele "SOOOOOOOOOLTA A MINHA AMIGA CARAAAAALHO". Ele ficou sem graça e soltou. Nisso, Iracema finalmente conseguiu sair do carro, ela estava presa do lado de dentro com Love prendendo a porta do lado dela, e disse "O gente, vamos parar de se bater aí?" Os caras foram embora. E todos foram pro Milo beber cerveja e contar a incrível história do Gordo que tinha tetinhas e usava tiara.
No dia seguinte, Love tinha dois hematomas nos pulsos. Imensos e inchados. E marcas no pescoço. Pensamos em ir na delegacia da mulher dar queixa, mas chega de ibope pra essa gente desgraçada e feia e gorda que tem tetas e usa tiara.

quinta-feira, março 23, 2006

O que é pior que um jornalista frustrado? Um jornalista frustrado feio. Análise já.

quarta-feira, março 22, 2006

Pronto, soltaram a nota da tour e do contrato com a Sub Pop. E a academia anda bombando também, todo dia, todo dia. Correndo meia hora, musculação, yoga e pilates. E ontem fui lá ensaiar com as Hugh Grants Neurotic Mother in Laws e foi maior legal, estreei minha guitarra verde semi acústica. O que meu deu a maior vontade do mundo de tocar com o Butchers, caralho porra puta que o pariu, Juvenal. Recebi um email do Jonas hoje, quase caí da cadeira. Acho que ele vai conseguir tocar no show do dia 12 de abril, ou iés? Iés. Acho bom, não temos ninguém pra tocar mesmo. Trio parada dura back to business e eu quero fazer o disco MAIS podre, mais podre mesmo, mais tosco, mais horrivel para o fim do mundo. Um tributo antropofágico ao Dial M for Motherfucker com Sweet Little Hi Fi (que eu sei que não é do dial m for motherfucker, quem perguntou?) tocada de trás pra frente bootlegada com Constant Pain e Spin Out acompanhada pelo Blixa Bargeld no toco de lata. Bu.

segunda-feira, março 20, 2006

Sexta feira fui pra Curitiba. Tocamos lá sexta e sábado, dois shows bem mais legais do que o outro que fizemos lá há um mês e meio atrás. Eu tive que trabalhar sexta então acabei indo de avião pra lá, bendita Gol com suas promoções de cinquenta reais. Só que o avião saía de Cumbica então saí daqui do estúdio às cinco horas da tarde, peguei um singelo táxi que custou vinte reais até o shopping Eldorado, onde eu tomei o Airport Bus Service por módicos vinte e quatro reais. Cinquenta da passagem mais vinte do táxi mais vinte e quatro do ôônsss, praticamente cem roial. Tá, ainda estava na vantagem, uma passagem só de ida da TAM para Curitiba custava 489 reais. O vôo estava programado pra sair de Cumbica às nove e dez da noite mas acabpi decolando dez e meia por conta de uns peruanos paraguaios chilenos pablitos dos infernos que ficaram presos na imigração saindo de uma conexão. Pousamos em Curitiba quarenta minutos depois da decolagem, onze e dez. Liguei pra Fernanda, peguei o endereço do ECO HOSTEL onde elas estavam, o mesmo que ficamos da outra vez, cheio de pernilongos, aranhas, mofo e afins. Colei na guichê do táxi e fui perguntar quanto custava pra ir do aeroporto até lá. "Oitenta e quatro reais". Cuma? "Oitenta e quatro reais". Pufavô, bigadu. Eu não pago oitenta e quatro reais num táxi nem fodendo. Paguei cinquenta pra voar 600 quilômetros num Airbus 747, não vou pagar oitenta e quatro pra cruzar 23 quilômetros num Fiat Palio. Fui pra fila do ônibus, paguei seis reais e uma hora e meia depois eu cheguei no centro de curitiba. Quarenta minutos pra ir de SP pra Curitiba, uma hora e meia pra ir do aeroporto de Curitiba até o centro. Peguei um táxi e vinte reais depois cheguei no hotel. Tipo uma da manhã. Saí do estúdio às cinco da tarde. Cheguei no hotel em Curitiba à uma da manhã. Contabilizando oito horas de peregrinação concluí que se eu tivesse ido de jegue tinha chegado mais rápido. Adentrei o quarto resmungando, maldizendo Cumbica, maldizendo o Afonso Pena, a Gol, os ônibus, os táxis, o Brasil e a humanidade. Nem me troquei, fomos pro lugar do show com a roupa que eu tinha passado o dia inteiro, aquela sensação de estar suado de banco de ônibus, táxi, avião.
Então eu bebi, ah, bebi. Bebi cerveja, bebi vinho, bebi vodka. Camilão deu a luz: "hoje vou misturar tudo pra ver o que acontece". Ahn, não sabe ainda? E eu, tomando tudo isso com antibiótico, o que será que acontece? Uns diziam que nada, outros diziam que eu ia morrer. Pff. Sei, já tomei cada coisa que eu nem sei de onde veio, não vai ser uma tetraciclina com pinga que vai me matar. E depois do nosso show teve o Bonde do Rolê e eu achei bem divertido. Rebola, rebola, tchem tchom, uou uou. E era aniversário do Beto e pra dizer a verdade não me lembro direito o que mais aconteceu. Fomos no KHARINA (caráina) depois e eu comi um chisburgão incrivel com chopps KAISER que ninguém merece, mas fazer o que...
Acordamos ao meio dia no sábado, fizemos as malas, pusemos na van e fomos comer. Uns quatro pratos de feijoada depois (e eu estou falando quatro pratos porque realmente eu comi quatro pratos de pedreiro de feijoada e por pouco não foram cinco, seis) fomos tomar sorvete na Formiga e fomos lá pro lugar do show. Sábado o show era matinê e quando chegamos, centenas de crianças modernosas estavam nos aguardando com seus cabelos coloridos e suas demonstrações de sexualidade livre. Duas sapateens trocavam beijos calientes na frente de um grupo de mães que não conseguiam disfarçar o constrangimento. E o show para a criançada foi mais legal que o de sexta e assim que acabou entramos na van e viemos vuados pra São Paulo. Pegamos a estrada às nove, chegamos em casa umas duas e quarenta da manhã. Cinco horas e quarenta de viagem, bem mais rápido que a peregrinação de sexta. E a piada que quase não tinha graça quando estávamos chegando: e aí, vamos pra réus? Deuzulaivre, afemaráia. Nunca mais, Nicolau. Nunca mais por uns meses, quero dizer. Assepsia social 2006 rula forte.

segunda-feira, março 13, 2006

Aliás, don't see you in Nelson...
Não consigo parar de escutar o Transa do Caetano. Daí eu ponho uma havaiana menor que meu pé e me sinto no Logos. Hora do recreio, aquele cheiro de escola, cantina, enroladinho de queijo e pIzunto. Aquela gente Ubatuba, mezzo hippie, mezzo boy, Rush e Caetano Veloso, maconha na praça do ovo e pinga no gororoba's. Pior no segundo colegial que tinha aula à tarde. Aula de laboratório de química e inglês. Acho que tinha mais coisa, mas eu fumava tanta maconha e tomava tanta pinga que realmente não me lembro. Nem sei como passei de ano, lembro que quase peguei dp e física e física sempre foi tortura chinesa pra mim. O trenzinho vem a 230 milhas por milésimo de segundo da esquerda pra direita com uma leve inclinação de 32 graus negativos num terreno de 32 onças. Ahn. Pau no cu do trem. E o professor de química? Ele tinha um fusquinha verde que parecia uma ervilha e toda semana alguém descobria onde o carro dele tava parado e enchia o buraco da chave de super bonder. Eu nunca fiz isso. Tadinho, ele era bonzinho e sempre deu notas boas pras minhas maquetes moleculares toscas. E o Caetano, que tem a ver com isso mesmo? Na hora do recreio rolava a rádio Logos. Quando não tocava Rush, tocava Caetano. Basicamente é isso. Hippies malditos do pé sujo com cordinha de búzio no tornozelo. Cresceram e se viciaram em rivotril e frontal.

sábado, março 11, 2006

http://www.windishagency.com/


See you in Nelson! (Nelson, BC, Canada, macaca.)

sexta-feira, março 10, 2006

An' if anybody asks me, "Is it easy to forget?"
I'll say, "It's easily done,
You just pick anyone,
An' pretend that you never have met!"

Grande Bob.

quinta-feira, março 09, 2006

I did not start this conversation, I don't intend to keep talking about it. Como se houvesse outra coisa pra falar. Mas isso não é da conta de ninguém. No ones biznas but mine.

quarta-feira, março 08, 2006

Everything is moving. Esse horário logo após o almoço é o pior. Um sono indizível, incontrolável. É a falta do cigarro também que me deixa nesse estado de hipnose. Parece que dentro da minha cabeça existe um peso, um peso doce e redondo, girando muito rápido atrás da minha testa fazendo com que a única coisa capaz de me deixar tranquilo é fechar os olhos e deixar o pescoço ceder ao peso que gira, gira, gira. E eu fecho os olhos e eles ardem gelados, grudam as pálpebras, o que eu sinto está longe de ser sono. Acho que se eu deitasse na minha cama agora eu só levantaria depois de amanhã. Ontem quando cheguei em casa estava assim, não tinha fumado o dia todo. Deitei no sofá, o Hugo subiu, se encaixou do meu lado, Yoko bem que tentou mas não havia espaço pra ela lá. E lá eu jazi. Dormi, fui sugado pra dentro do sofá. Sofá com turbilhonamento automático aquele, chacoalhei, rodei, tive pesadelos, experiências fora do corpo, vi cavalos. Daí o telefone tocou, eu levantei, automaticamente acendi um cigarro, sem pensar. Traguei. Tóin. Voltou tudo ao normal. Alô. E assim o dia começou de verdade, às oito e quarenta da noite.

terça-feira, março 07, 2006

*momento iconoclasmo bizantino da semana*

take me and make anything you want
tonite i'm pretty easy for you
i won't tell you what it's like to be abused
so you can drug me all you want
i'll take anything you give me
i'm gonna make it comfortable
i'll take anything you give me
i'm easy
(surrounding white noise, ultrasom circa 1996)


Achei dois cds antigos do ultrasom que eu achei que tivesse perdido. Antigos? De 98, é, vai, meio antigo. Tipo depois que a Roberta foi embora pra Nova Iórque e o Iano sumiu. E logo depois que eu gravei o Set on Fire e o Settle Down sozinho e estava em crise porque não dá pra ter uma banda só consigo mesmo (ok, Settle Down foi o primeiro cd do ultrasom que eu gravei tudo sozinho depois que os membros da banda debandaram, Set on Fire foi o segundo, final de 97, começo de 98). Esses dois cds que eu achei tem o Marquinho tocando bateria e foram gravados na garagem da casa dele. O primeiro, de 98, foi gravado num Adat emprestado num sábado chuvoso e tem escrito em caneta vermelha "It's a small world". Tem uma versão de Surrounding white noise bem grunge, um take meio psicodélico de Next que eu gosto mais do que a versão "original" do Settle Down e uma música muito, muito barulhenta meio soniquiútica, It's a small small world, tipo mamãe comprei um Big Muff olha que distorção incrível. O segundo, de 99, tem escrito "The Stubborns" também com letras vermelhas dentro de uma flâmula. Gravado no meu Fostex de quatro canais, tem umas músicas bem bizarras. No Wonder tem uma frase que eu lia todo dia no metrô quando morava em NY, "it could be worse, i could be doin laundy". Dogman é um fora musical depois de um pé na bunda, tá, desculpa. X Girl t-shirt girl eu fiz em 95 inspirado na "cena" roqueira meio guerreiros daquela época. Onze anos atrás eu tinha vinte, dá um desconto.
Tá lá na Tramavirtual.

sexta-feira, março 03, 2006

Um tédio. Estou protelando começar um trabalho só porque eu já sei que vai ser chato passar três horas seguidas fazendo a mesma coisa. Corta aqui, cola ali, equaliza, timbra, comprime, desenha o volume. Procura efeito de helicóptero. Clica ali, escreve aqui. Afe. Preferia estar em casa passando um pano na sala. Ontem eu fiz uma faxina MONSTRO no estudio, parece outro lugar. Dá até pra gravar o disco novo do Cansei la, tanto espaco que apareceu. Aliás, preciso ir lá no Berlin pegar minhas coisas pra gravar. E falar com o Jonas. Eita.

quinta-feira, março 02, 2006

Ok, tudo quase fechado, logo mais eu vou escrever sobre isso aqui. E ontem e anteontem eu fiquei assitindo o dvd dos Pixies e vendo eles em turnê e como eles eram especiais mesmo e eram especiais os quatro juntos, separados nunca conseguiram pelo menos fazer algo tão contundente quanto o Surfer Rosa e suas duas músicas perfeitas de abertura, Bone Machine e Break my Body. Hold my bones, hold my bones. E Bone Machine é pra mim uma das músicas MAIS tristes de todos os tempos e triste sem ser gótica e gay, não é uma música sensível pra gente que coleciona gravuras e cachimbos e encomenda revistas importadas de arte (got it?). You're looking like you've got some sun, your blistered lips have got a kiss, the days are lit like everyone, uh oh, uh oh, uh oh, uh oh... you're bones got a little machine, you're the bone machine. Tá ligado? Ou nem? Eu tô. Daí falando em coisas tristes, eu fui assistir o Brokeback Mountain e por um lado eu fiquei com o pé atrás esperando o momento que eu ia começar a gostar do filme, do outro eu tive um deja vu déja-vu dèja vu sei la sem tamanho e acabei chorando em dois momentos: quando o caubói menos veado diz para o outro caubói veado bem bonito "eu sou assim por sua causa", ô coitado. Fiquei com pena, com tanta pena. Vida desgraçada. E quando ele acha a camiseta toda xujinha de xangue. Tipo, putz. Puuuuutz. Chuif, single tear. Quero assistir de novo, acho que vou essa semana. Mas ainda me identifico mais com a tristeza do Charles Thompson aka Frank Black aka Black Francis. E chega de tristeza também porque nem tenho motivo, aliás, motivo só tenho pra estourar rojão. Cabum. Vou fingir que julho é depois de amanhã e já deixar aqui registrado um TIAU BRASIL bem grande em letras garrafais E itálicas. Aqui se faz, aqui se paga. Muá! Adogo! Ah, e antes que gente que lê isso aqui e se acha íntima o suficiente pra achar que eu tô mandando recado, se liga, macaca. Não mando recado por blog, fotolog. Só ao vivo. Se eu não te conheço (e conhecer implica encontrar toda a semana, frequentar a casa, ter o mesmo círculo de amizades, estar na minha lista de msn), com certeza não estou escrevendo sobre você ou para você especificamente.

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Quem pôs pregos dentro da minha cabeça? Ê, mãe lora, macumbera do caraio. Quebrante maldito, mas quebrante de anão não pega não e dessa vez não estou me referindo a anã Sol. Anão metido a índio, anão artista plástico do caralho. Tá, pronto, passou. Isso que dá continuar indo na Torre de quinta, aliás quem pensa que quinta se refere ao dia da semana tá bem enganado. E fomos lá no Yamaga finalmente, acho que desde novembro eu não ia lá. O meu velho sushiman que parece o Noboru, meu sensei de karate, estava lá, acho que ele passa grecin 2000. E a garçonete simpática me deu um monte de sakê a mais e eu e Camila ficamos bem tortos. Saímos de lá, passamos no Vesgas e tava uó, cheio de criança rocker-clubber, tipo olho pinthttp://www.blogger.com/img/gl.link.gifado. Um medão, fugimos de lá depois da segunda cerveja. Paramos no postinho de sempre ali na Lorena, tomamos uma DosEquis e fomos pra fiadaputa. E claro que tava um cheque, não é mesmo? Claro. Pelo menos não tinha anão índio artista descolado do caraio pra eu ter que fingir que não tava vendo. E tinha lá a turma do fundão, e blábláblá, fugi às quatro da manhã, completamente ciente que não tinha sido nada produtiva essa saída sem graça de quinta. Ainda cheguei em casa, gravei um baixo numa música nova do CSS e fiquei imaginando os Franz Ferdinands ouvindo nosso cd com o Edu (e achando do caralho, diga-se de passagem, tá, desculpa) e dormi bem quentinho, depois de um banho de sal grosso com lysoform pra ver se a nhaca saía. Xô, nhaca, xô olho gordo, xô anão artista índio descolado do caraio. E xô, avoa urubu rei. Xô, Gugu. Xô gente chata do caraio. Vai aqui e aprende uns assuntos novos.

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

and I don't care if you're ashamed
well you kids are really weird these days and I say
it's not that I'm too old
it's just that I don't care
and even if I did
you'd probably wouldn't understand
cuz you're afraid of my dirty fingers
my dirty fingers are all over you


E hoje eu dei um tapa no myspace do Butchers. Ontem marcamos o primeiro show depois de sabe-se lá quanto tempo, tipo vai quase um ano já que não fazemos show. Tempo pra dedéu. E vamos comemorar 10 anos de banda, ô ê ô, uma eternidade pra mim. E vai ser lá na Funhoze, fazer o que, não tem mais onde tocar nessa joça de cidade duzinfernos. O JukeJoint vai reabrir, aposto que com o mesmo tapete cheio de ácaros, o que por um lado é muito bom, quem sabe os ácaros conseguem guardar a "vibe" do lugar, eita palavra nojenta, vibe. Tipo a vibe da balada ponto kit ponto net. Mas tá, caxotão mesmo. E parar de fumar tem sido um fiasco, todo dia eu chego a noite em casa e enrolo um cigarrinho, um só, que acaba virando três e no fim do terceiro eu já estou tendo certeza que não está bom, nem um pouco, e sempre passa um seriado hospitalar na televisão e eu fico imaginando sondas e soros e apago o terceiro antes do fim. Vou tirar essa televisão, odeio. Macumbão. Eu chego em casa, estatelo no sofá e já ligo no Universal, emendo um Law&Order no outro, CSI em CSI e quando eu vejo, são onze da noite e tá na hora de dormir pra tentar acordar cedo e ir nadar. Aliás, já estou fazendo 1800 metros por aula, tá ótimo. É bom nadar com o patrão na raia do lado, eu fico naquela competição maluca dentro da minha cabeça e nem finjo que estou cansado só pra não ter que ir e voltar mais uma vez, mas sempre tem mais uma vez até os 45 minutos de treino acabarem. Puta tédio. Faz cinco de crawl (krau). Acabou? Faz dez com o palmar e a nadadeira, vai krau e volta de costas. Acabou? Pega o balde. (ODEIO O BALDE, MALDITO BALDE DO CARALHO) Faz doze, bem forte. DOZE? COM O BALDE? Pode por a nadadeira. Ahh, obrigado. Saco. E vai, e volta, e vai, e perde a conta, quantas eu fiz mesmo, oito ou quatro? Vish. Ainda bem que o treinador tá sempre contando. Opa, campeão, faltam três. Jura? Saco. Não diga. E daí ontem quando acabou o segundo CSI eu tinha lembrado que a Camila ia me ligar pra gente jantar e eu estava com uma fome do caralho alado. Mas ela não ligou e não tinha pão, eu tinha comido todo o resto da torrada de pão árabe velha que tinha no fundo do armário e me deu uma vontade, mas uma vontade de comer filé de frango com arroz, nem pensei, fiz. Viva o George Foreman grill, pena que aquilo é um pesadelo pra limpar. Aquela espátula de merda não limpa porra nenhuma, um papel seco então... só queima os dedos, porque eu sou ansioso e não vou esperar a merda esfriar pra limpar. Daí eu comi, foi tão bom, fiquei quentinho e subi pro quarto. A empregada deixou meu travesseiro sem fronha, acho que pra me dar um toque que ele está REALMENTE nojento, cheio de manchas nojentas, mas esse travesseiro é o mais gostoso do mundo inteiro, daí eu peguei, pus três fronhas e fingi que não tinha visto. Preciso comprar outro, aliás, que bela desculpa pra um passeio ao shopping. Daí eu aproveito e passo na L'Occitane e compro aqueles sabonetes de verbena que são tuuuuudo, ai que gay. Oba, falei com a Camila, vamos passear no shopping Morumbi. Passeio de amigos assalariados desesperados entediados. É ótimo, ficar lá jogando no HotZone aqueles jogos de atirar, matando mortos vivos, terroristas, você escolhe o tema. Tem um ótimo que é uma espada, você fica lá, cortando zumbis no meio. Me gusta.

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Ontem fiquei ouvindo Grace Jones e pensando como o Nile Rodgers é foda. E que apesar dela nunca ter feito tanto sucesso quanto esperavam dela ela fez discos incríveis. Vários discos incríveis. Um deopis do outro, ela era o tipo de artista que apesar de não ser um estouro sempre fez discos, bons discos, discos que faziam e davam sentido à história dela.
As pessoas hoje em dia cobram muito o sucesso comercial. Outro dia estava lendo um crítico reclamando que os Strokes pareciam a beira de estourar e que murcharam. Que o segundo disco não vendeu, que o terceiro ficou em primeiro lugar não sei quantas semanas, depois despencou. Eles esperam o que? Que os Strokes vendam como, ahn, o Good Charlotte, se é que o Good Charlotte vende muito mais que eles? Ou que vendam como a Britney e as boybands venderam uns oito anos atrás? E só as vendas, só a parada que determina o sucesso da banda?
A internet não mudou só o modo como as pessoas adquirem música. Porque além de não pagarem mais por ela as pessoas deixaram de se envolver com quem faz a música. Quando baixam a música nos seus programas p2p, a música se torna um objeto quase anônimo, órfão, cujo único fim é preencher mais alguns megas nos tocadores de mp3 e eventualmente servir de trilha sonora em algum momento frívolo (ou não) da vida de quem baixou. Vai ser muito difícil convencer as pessoas hoje em dia que uma banda ou artista pode ter uma carreira como a de Grace Jones. Obviamente vai existir esse tipo de banda e artista, mas longe da correria da competição pelo último mp3 do momento. Sei lá. Estou com preguiça disso.

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

those shoes were not made for you, girl


Sexta a noite fizemos a reunião com o Du a respeito das pendências e ocorrências internacionais do CSS. Estávamos decidindo quem vai ser nosso agente, quais nossas perspectivas, coisa e tal. E junto com isso, umas oito garrafas de cerveja. Fiquei muito bêbado, ainda mais que fazia algum tempo (uns oito dias, ok) que eu não me dedicava seriamente à cevada. Acabada a reunião, eu e Ira fomos pro Berlin. Camilão estava lá com Mirella e Maria Helena e tava bem divertido, como sempre é divertido quando reunimos e embebedamos todos os amigos. Lá pelas três da manhã eu estava conversando no balcão com a Clarah quando vejo o Fábio me acenando do caixa. Fui lá pedir um cigarro pra ele e ele falou "vamos pro vegas AGORA". E eu, tá. Esqueci a Clarah no balcão e saí deixando pra trás todo mundo. Chegamos no Vegas, era noite de eletro. Aquele mar de bicha gerente de loja, bichas brothers, bichas finas, bichas de todas as estirpes. E alguns conhecidos também, daí conversa, bebe, ri. Engatei num papo louco com o Fernando e cheguei em casa as sete da manhã do sábado. Todo torto, vesgo, frango.
Sábado fiquei a tarde toda em casa com uma ressaca do cão. Fiquei adiando uma soneca até a hora que não dava mais pra tirar soneca alguma. Tinha a festa a fantasia da Clarice no Treze, tínhamos combinado de fazer uma linha de produção de cospobres. Ninguém ligou, ninguém apareceu, fiz minha fantasia sozinho. Peguei umas caixas de papelão, fiz uma armadura, um capacete, umas mangas. Ficou massa, fui pra casa da Lovefoxxx e a Duda me deu umas fitas de tecido coloridas, eu e Carol colocamos no meu lindo cospobre e ficou massa. Aqui tem uma foto de todo mundo fantasiado: Mary de mecânica, Ana de Ilha de Caras, Carol de popozuda do Black Eyed Peas, Duda de sapatão indo dormir, eu de Papatchem, Camilão de Blossom, Ira de Miss Poços de Caldas, Mirella de Angus, Luiza Sá de Keith Richards e Lovefoxxx de pessoa morta pisoteada no show dos Stones em Copa. Foi um capelão de verdade. Foi divertido lá no treze, todo mundo desenvolvendo a personagem, umas fantasias combinavam mais com outras, formavam-se pares, inventavam-se danças, o Rô da Clá vestido de feirante distribuía pedaços de melancia. Lá no Treze tem um drinque de mulezinha muito bom que chama algo parecido com Brazilian Sea Duck ou Sea Breeze. Sei lá. Da outra vez que estive lá tomei seis desse e passei mal, então dessa vez tomei só dois. E dança, ri, tira foto. Blábláblá. Pedro chegou vestido de urso de edredon. Fomos pro Berlin às duas da manhã.
Chegamos lá, foi divertido, todos fantasiados naquela piada interna infindável. Ana e Luíza Sá tocaram, foi aquela visão. A festa ficou bem vazia, um vaziozão. Não dá pra fazer duas festas parecidas um dia depois do outro. Mas foi tão, tão, tão divertido. Carlos e Marinat possesed. Rafa tava um danção, o Bores discotecou bem legal. No fim, a Keyla apareceu lá e fomos pro Réus, umas oito da manhã. Eu sei que eu cheguei em casa ao meio dia, delirando de sono. Deus me pôs no táxi, deus me passou fio dental e escovou meus dentes e me pôs na cama. Dormi meio dia e meia, acordei as três da tarde, fui almoçar com a Amanda, depois voltei pra casa e fiquei fazendo fofo no sofá assistindo seriados de investigação. Tô meio afim da Patricia Arquette, acho.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

E as coisas estão acontecendo. Me sinto como se tivesse ganhado no bingo e não consigo parar de pensar na clássica frase "aqui se faz, aqui se paga". E dá vontade de sair gritando e rindo "aqui se faz aqui se paga, lalalá lalalá". Rindo, gargalhando, tinindo trincando. Não se gabando, mas mais espantado do que qualquer outra coisa. Espantado e agradecido. Mas não ousaria fazer isso, escrever já faz passar a vontade e não me deixa com culpa. Tento ser o mais quase humilde possível, tá desculpa.
E ontem fomos lá na Galeria Vermelho ver a exposição da Deedee e tava tudo lindo, tirando a Galeria Vermelho em si que é um tanto irritante. Agora que eles assumiram a vertente balada deles e abriram um bar lá, eles não distribuem mais bebida nas aberturas das expodições, coisa mais chata. A Deedee distribuiu umas garrafinhas bonitinhas com vodka, côco e graviola, tinha um gostão de sabão. Mas eu entornei três e fiquei turvo o suficiente pra conseguir ter uma mínima noção que era hora de picar a mula quando começou a chegar um povo que eu não queria ver. Daí fomos os amigos no Toninho Freitas. Eu, Carlos, Marinat, Bores, Silvana, Caninha e Brunão. Aquela destruição fastfudiana, xisburgão, sorvete, batata frita. Depois, sal de frutas, claro que a Aninha tinha vários na mochila. Chovia muito, eu não queria e ao mesmo tempo queria muito ir ao Outs no show do Erege. Mas meu lado velho me empurrou pra casa, achando que meu lado jovem ia conseguir acordar às sete da manhã pra ir nadar. Ledo engano... acordei às seis e trinta e oito, resolvi cochilar até as sete, sonhei que tinha acordado às dez e perdido a hora... quando acordei de novo eram oito e cinquenta. Perdi a aula, saco. Tomei banho bem devagar, ouvi Aiô dai-sê umas oito vezes no repeat. Ontem eu raspei o cabelo, passei maquina um. Claro que hoje me arrependi amargamente, estou parecendo o primo pobre do árabe da esquina que curte uma motoca e fuma charuto e é viciado naquele cassino de padaria.

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

more purple than yellow, I'll put my worst on you - coconut heart

E fomos lá pra Belo Horizonte, um pouco a contragosto devido às condições oferecidas pelo produtor local. O cachê não era bom, íamos de van, ia ter um monte de banda antes da gente. Mas tá, acabamos achando que estávamos ficando frescos e fomos. A van era ótima, o banco baixava todo e saímos de casa à uma da manhã de sexta. Chovia muito na estrada, a Fernão Dias tinha buracos horríveis e a aquaplanagem é uma realidade, não é mesmo minha gente? Mas o motorista era bom e o Dramim bateu, Ermínia e eu acordei na Praça Raul Soares às oito e meia da manhã. O hotel era um coitadão, em plena Raul Soares, caso você não saiba do que estou falando, é tipo do lado da rodoviária, do mercado central, assim, meio no puteiro de BH. As meninas já reclamaram, eu chamei elas de fresca, olha só, o travesseiro nem fede! Tem tv a cabo, tem frigobar (vazio e desligado, mas e daí, a gente compra água e liga na tomada), tem ventilador. Não tem ar condicionado, eu sei, mas ó só, se a gente abrir a janela e ligar o ventilador, esse bafo quente insuportável sai rapidinho. E é só por o tampão de ouvido que o barulho da praça nem atrapalha muito pra dormir. Ok, tava foda. Somos frescos mesmo. Daí coloquei o tampão de ouvido, fiquei de cueca e dormi até a uma da tarde. Fomos almoçar no Diamond Mall ou Shopping ou qualquer coisa parecida, comi um monte de feijoada. Depois fomos na São Domingos tomar sorvete, encontrei Marcelo Gabriel. Voltamos pro hotel, fomos passar o som às seis da tarde como combinado. Chegamos lá na Matriz e parecia que tava rolando uma balada muito louca. Tinha um monte de banda esperando pra tocar... ligamos pro produtor, ele disse que tava indo lá ver o que tinha acontecido, eu envelheci, pus tudo de volta na van e fomos pro hotel. Dormi até as nove da noite... fomos passar o som as nove e meia. Três horas de atraso... tudo bem, não é mesmo? Não, né. Eu já estava com um bico arrastando no chão. Quando me falaram que o lugar era um forno de lenha de quente, eu azedei. Desisti de ter qualquer emoção, liguei no piloto automático, apertei a tecla sap. Quando tudo não passasse de uma memória até que não ia ser tão ruim. A passagem de som foi um tanto atribulada. O técnico da matriz era muito bom, ainda bem, mas estava azedíssimo porque não tinham passado o rider de palco pra ele. Daí faltou um amplificador, que tinha que ser Fender e nos oferecem um Marshall. Carolina azedou mas fazer o que? No meio da passagem de som, Cinthia chegou lá e não a deixaram entrar. Claro, o lugar já estava lotado de gente, uma vez que no flyer estava escrito que os shows iam começar às oito da noite. E eram dez e nem tínhamos acabado de passar o som... Brasilzão zão zão. Bom, o som ficou bom, pelo menos. Fomos comer no Mc Donalds e chovia, chovia. Uma hecatombe praticamente. Fomos pro hotel nos trocar, nem me troquei. Não tomei banho. Já sabia o que vinha pela frente.
Chegamos na Matriz. Gente pra fora, confusão, gritaria. O segurança era um energúmeno. Entrei com Cinthia, fomos pro "camarim", praticamente a antesala do inferno. Só de ficar lá cinco minutos, minha camiseta ensopou de suor, minha bermuda ensopou de suor, minhas MEIAS ensoparam de suor. Envelheci muito. Esperamos o show dos Millicents acabar, saíram do palco completamente molhados. Parecia que tinham pulado na piscina de roupa. Tive vontade de chorar. Estava pior que em Curitiba. Não me lembro de como foi o show, devido que entrei em colapso nervoso na segunda música. Nunca passei tanto desconforto na minha vida. Eu olhava o público e tinha vontade de mandar todo mundo pra casa tomar banho e se hidratar. Uma hora, Luíza Sá caiu sentada no chão e ficou metade do show lá, estatelada, tentando acompanhar as músicas. Enfim, foi um lixo. Um lixo bem grande e fedido e eu juro que eu NUNCA mais vou fazer isso na minha vida. Não quero mais passar calor, não quero mais esperar até as três da manhã pra tocar quando estava marcado pras dez da noite. Chega. Acabou. Sou fresco, muito fresco, fresco demais da conta.
Foi um fim de semana perdido, só não foi pior porque encontrei a Cinthia e o Marcelo Gabriel. E na volta, na van, fiquei ouvindo o Butchers e pensando que esse ano fazemos dez anos de banda... fiquei feliz. Inglório roquenrou. Eu gosto.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Cadê meus amigos, cadê meu remédio? E anteontem fizemos a ode ao remedião. Ao casal remedião, aos amigos remediões, à minha admiração pelas farmácias em geral, ao hipocondrismo enquanto novo vício. Porque é prescrito, mew. Plresclrito. Agora tá na hora de começar a finalizar o disco do Caxa, regravar umas guitarras pra poder tirar as músicas, refazer uns vocais. Tirar umas participações que não tem mais a ver, chamar a Love pra fazer mais umas músicas. A Nati também. Lembra quando a gente era tudo amigo? Ou achava que era, né, fio. Sem drama, a vida é assim mesmo. Sai andando pra lá que eu saio andando pra lá e vê se para de falar mal de mim por aí. E formatar o show, que acho que vai ser o mais complicado. Eu nem quero tocar guitarra, vou ficar com o baixo mesmo. Agora só preciso comprar um bom, lá se vão dois, três paus de novo. Mas dinheiro bom é dinheiro gasto, não consigo guardar mesmo. Dinheiro vai, dinheiro vem. Se não vai, não vem, já ouvi o Gaspareto falar isso.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

un deux trois cat.
Hoje vou encontrar com o Carlos, eba. Miguxãozão Caxabaxa. E vamos fazer mais música do Caxabaxa também, porque o caxa é o rei da rua e sempre vai ser. Agora temos que desbravar novos horizontes, a Augusta já não tem graça descer sem medo. Vamos começar a dar uns rolês lá na ZL, Moóca de baixo, Vila Alpina, Vila Formosa. E minha tia querida da Vila Formosa morreu e fiquei meio triste, era a tia Alzira e ela era dona do circo que eu sempre ouvi as histórias mais cabulosas a respeito, até o Sílvio Santos trabalhou no circo da minha tia. E tinham fotos pra mostrar, caso contrário nem eu acreditaria. E meu tio Ovídeo era o trapezista e parece que tia Alzira fazia o par romântico com ele, pendurada pela boca rodando rodando rodando. E minha mãe vendia ingressos do circo quando ela tinha seus doze anos. Daí eu adorava ir na casa da tia Alzira lá na Vila Formosa e ela me mostrava as roupas dos palhaços, o calhambeque que desfazia todo com os palhaços em cima, meu tio fazia truques de mágica e eu brincava com a cartola de fundo falso e achava a coisa mais legal do mundo ter tios do circo. E ela morreu, coitada, toda doente do coração, velhinha. Minha avó ficou triste que levaram ela pra enterrar em Bebedouro. E eu fiquei mais triste ainda que minha irmã ligou contando que o Badu e a Java, meus cachorros queridos do sítio, morreram semana passada também. Java, a weimaraner, tinha cancer e morreu toda cagada. Badu, o labrador preto, era epilético e ficou tão triste que a outra morreu que teve uma crise e morreu dois dias depois. Saco. Um cu.
E segunda à noite teve o Rio. As meninas foram pra lá de van às oito da manhã de segunda, eu tive que vir trabalhar, fui de avião às sete da tarde. Cheguei no Rio às oito, fui pro hotel no Leblon, perto da Melt, lugar do show. Da Melt, do Melt, sei lá. Era um lugar legal, parecia na verdade um Outback, um Fridays, ou seja, era legal porque era arrumado, não por ser legal de verdade. E tava lotado, não dava quase pra andar, mas sendo Rio de Janeiro, havia ar condicionado, ventilador, todas essas traquitanas de lugar quente. As meninas passaram no meu hotel às onze e meia, fomos pro show. Demos entrevista pro Cultura da Ação ponto com (sem bê érre). Encontrei pessoas queridas, o Gabriel e a Érica, a Kamille. O Otto disse que ia com Alessandra mas nem foi, dia mais triste. Otto e Ottina. Tá. Daí o show começou e eu fiquei mais assustado da minha vida toda, mais que Salvador, mais que Curitiba, as pessoas GRITAVAM as músicas, eu até achei que fosse defeito do fone de retorno, tirei um pouco, não, eram as pessoas SE ESGOELANDO, YOU WAKE UP, YOU DON'T WANNA LIVE TODAY AAAAAHHHH, AAAAAAAAAARHGRHGRHGRHGR. Bege. O show foi divertidíssimo, o som tava um esporrão do bom, tivemos que fazer mais de dois bises e quando acabou eu só pensava em ir dormir, lembrando que às cinco e meia eu tinha que acordar pra ir pro aeroporto. Avuei de lá, passei no Bob's, comprei um sanduíche de peito de peru e um milkshake pequeno e quando me dei conta que eram quatro horas da manhã, fiquei com vontade de chorar e simplesmente não voltar pra São Paulo às seis da manhã. Mas lembrei das contas pra pagar e fiquei pianinho. Fui pro hotel, tomei banho, pus a roupa do dia seguinte com tênis e tudo e deitei no sofá pra nem ficar muito aconchegado. As seis levantei, fui pro aeroporto com areia (de gato) nos olhos e dormi tão fundo durante o vôo que nem vi a aterrisagem. O aeromoço veio me cutucar pra eu descer do avião. Peguei um táxi, fui pra casa, dormi e perdi a hora. Êta lelê. Mas tá, qualquer coisa.

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Amanhã faz uma semana que eu não bebo. Oi, meu nome é Adriano e hoje faz seis dias que eu não bebo. Segunda feira passada eu tive febre, achei que era gripe, tomei remédio passou. Terça teve show do CSS no Sesc Vila Mariana, foi muito muito muito divertido. As japonesas teenagers assediantes, as lésbicas mirins assediantes também. E eu tomei cerveja e achei que tudo bem e acabei no Berlim tomando os drinques do Jonas e muita Serra Malte a la argentina, foram três ou quatro garrafas no gargalo. Pronto, quarta a noite, febre de novo. E junto da febre, muito paracetamol e três fatias de pizza do Brás com muito queijo. Queijo amarelo, derretido, com abobrinha gratinada pra acompanhar a febre de 40 graus. Quinta acordei as seis da manhã com o fígado gritando nomes feios, meus olhos doendo por detrás e dores, muitas dores pelo corpo. Dores como facadas nas costas, tesouradas pela espinha, um gosto de pixe na garganta, aftas nos cantos da língua. Todo cagado, em suma. E eu tinha que pegar minha mala, descer pelas escadas até o táxi, ajudar a carregar todo o equipamento de show do CSS, levar até o aeroporto, descarregar do táxi, empurrar até o check in, fazer o check in, esperar o avião na sala de embarque, pegar a fila pra embarcar, entrar no avião, esperar aquela porra subir, vish. Estava sendo uma tortura antes de começar, pior que o dia que eu fiquei carregando minhas malas e meus pratos de bateria pra cima e pra baixo lá em Paris. Ainda bem que as meninas entenderam que eu estava doente e me ajudaram. Fiquei sentado com vontade de morrer até a hora de embarcar, sentei na janela, fiz um ninho com meu moletom verde e quando chegamos em Salvador às nove e quarenta da manhã eu já me sentia um pouco menos pior. Fomos pro hotel, acabei ficando num quarto sozinho, fechei as cortinas, liguei o ar condicionado no dez, tomei mais remédio e dormi até as duas da tarde. Fomos passar o som no Festival de Verão de Salvador e claro que acabou atrasando quase três horas, tempo que eu aproveitei pra ficar dormindo mais ainda na van. Dormi tanto e tomei tanto remédio que fiquei bem. Remédio pro fígado. Remédio pra gripe. Remédio pra prevenir. Enfim, fiz a festa na farmácia. Passamos o som, parece que ficou bem legal. Voltamos pro hotel, compramos umas comidas no shopping caxotão, comemos no hotel enquanto dávamos uma entrevista, dormi mais um pouco e fomos pro show.
Nem sei como descrever o show. No palco do outro lado do festival, Ivete fazia seu show de bikini. Ivete, Ivete. Ivetely. Tá, desculpa. Quando começamos não estava muito cheio. Mas de repente, um mar de baianos chegou e pulavam, gritavam, cantavam junto. Pediam as músicas pelo nome. Eu, do tablado da bateria, tentava nem olhar muito pra não errar de aflição. Cada música que acabava, mais gritos. Nunca tinha presenciado algo parecido conosco até então e nunca passou pela minha cabeça que em Salvador fosse acontecer algo parecido, ainda mais ao mesmo tempo que o show de Ivete, ah Ivete. Acabou o show, descemos, ficamos conversando com o Amarante e com o Miranda e com alguns fãs que conseguiam pular o muro do backstage. Sem beber fui ficando mau humorado a medida que eu ia percebendo que não ia dar tempo de dormir decentemente. Já era meia noite e meia e teríamos que levantar às quatro da manhã pra pegar o vôo das seis pra Curitiba. Céus. Fugi, peguei um táxi, fui pro hotel. Dormi uma hora da manhã, às quatro o despertador do celular tocou "Eu nunca pirei no metrô. Fazer o ladrãozinho classe média nunca me impressionou, acho cafona". Nossa, que mau humor, nem a Natália conseguiu me deixar mais manso. Desci pro saguão com um bico arrastando no chão, odiando Salvador, odiando estar em turnê, odiando meu bigode, meu cabelo ralo, minha regata nova, a luz branca do elevador, a van, o motorista da van, o filho do motorista da van. Quando vi que estava maldizendo a terceira geração do motorista da van, ri. Pensei no sanduíche de pIZunto da Varig e fiquei quentinho. Depois lembrei da foto da Luíza Sá comendo uva e meu humor melhorou. Só Luiza Sá e Fernanda estavam lá no saguão, esperamos uma meia pra descer o resto das meninas. Ana e Carol tinham pedido um queijo quente de café da manhã, que meigo. Por acaso elas acharam que o queijo quente ia ficar pronto em menos de duas horas? Bom, corremos pro aeroporto, despachamos a bagagem e sentamos no chão pra tomar o milkshake de ovomaltine do Bob's. Demos um cd pro Rodrigo Amarante que ficou lá sentado com a gente conversando amenidades aeroportísticas. Blábláblá, blábláblá. Desembarcamos no Galeão as nove da manhã, esperamos lá dormindo na sala de embarque até o meio dia e continuamos até Curitiba. Chegamos lá às duas da tarde completamente destruídos. Fomos deixar as coisas no hotel que era longe pra dedéu, na placa lia-se ECO-HOSTEL e parecia uma chácara, com "muito verde" (ou seja, muito inseto mas tá, foi incrível) e fomos comer e passar o som na Fnac. Comemos no Beto Batata pepopapapa, elas todas comeram batatas suíças recheadas, eu comi um salmão com leite de côco e manga, tava tipo incrível, bem melhor que o sanduíche de pIZunto da Varig. E em Curitiba tem batata suíça até no boteco da esquina, um monte de batata ralada assada em forma oval com recheios exóticos, como Strogonoff, Camarão com Catupiry, Shitake... Enfim qualquer coisa, o show da Fnac foi foda, tava cheio, cheio, lotado. Lotado de crianças e não tão crianças assim lindas, fiquei meio afim até. Mas dezesseis anos dá cadeia, não é mesmo minha gente? Não pode e eu descobri que não tenho vocação pra ser mentor/irmão mais velho de ninguém. Daí depois de autografar um milhão de pedaços de papel, voltamos pro hotel, descansamos um pouco (dormimos que nem pedra por algumas parcas duas horas) e fomos pro V.U. na festa que o André armou pra gente discotecar. Eu odeio discotecar, só discoteco no Boykot e olhe lá. Chegamos lá no V.U. e eu descobri que lá se chamava não me lembro agora como e que eu tinha tocado nesse lugar cujo nome não me lembro agora com o Butchers em 1999, um pouco antes de ir passar dois meses em Los Angeles com a Roberta e de levar um pé na bunda por conta dessa viagem que me fez engordar quarenta quilos. Eu hein, um dois três. Ahn... Bom, o Alemaouc tava lá e tinha um monte de gente mesmo se espremendo na pista pra ouvir a Lovefoxxx e o Meuku discotecar. Não tinha ar condicionado no lugar e a temperatura estava dez vezes superior ao dia que eu mais passei calor na minha vida no Vegas e jurei nunca mais voltar lá (e claro que eu voltei várias vezes mais depois e passei calor igual ou pior, tá, pior não). Era tanto calor que eu estava com nojo de mim mesmo, meus braços estavam molhados e sempre que alguém encostava, um rio de suor se formava e jorrava até o chão. Tomei três chás pretos, envelheci e fui embora pro matinho com Camilão. Aliás, esqueci de dizer que Camila, Mirela, Maria Helena e o Alemão do Jonas (hahaha) foram lá pra passear com a gente. Foi um capelão, pena que eu não pude beber. No dia seguinte acordamos e fomos comer feijoada num lugar massa que parecia o Filial sem os publicitários. E caso você não quisesse feijoada, podia comer uma linda batata suíça com recheio de strogonoff de frango. Até hoje não entendo como consegui ficar tanto tempo sem comer carne, tifudê. Mifudê. Depois fomos tomar sorvete na Formiga, hmmm como eu gosto de sorvete. Gosto mais de sorvete do que de dormir, acho. Gosto basicamente de sorvete de pistache e cereja. Da Ofelle eu gosto do Zuppa Inglese e do Cookies ao Porto. Da Brunella eu gosto do de Brigadeiro. Odeio picolés da Nestlé, só gosto do de Brigadeiro de massa deles. Aliás, adoro quando tem quiosque da Nestlé no metrô, é quase uma felicidade que eu tinha no dia de Natal aos onze anos de idade. Gosto também de sorvete de Leite Condensado dessas sorveterias antigonas. Tá, vou parar de escrever sobre meus delírios de sorvete. Voltamos pro hotel depois do sorvete de leite condensado e pistache. Descansamos, dormimos, demos entrevista pra Rede Globo local e fomos pro lugar do show. Lotado, pessoas bonitas acima da média paulista (ou será que eu achei isso só por ser novidade?), calor dos infernos. E eu achei que tinha passado o pior calor da minha vida na noite anterior... Acho que é o fim do mundo mesmo. Tipo Curitiba não está acostumada com esse calor, falta ar condicionado, falta até ventilador... no meio do show eu olhei pra Fernanda e implorei pra ela parir um ventilador pra por na bateria e não é que ela virou um? Fernanda Cardoso, super gêmea ativar. Minha roupa ficou tão molhada de suor que quando eu tirei, eu torci e tenho certeza que dava pra encher uns cinco copos de requeijão. Eta porquera. Acabou o show eu avuei de lá, só queria tomar um banho gelado e passar todos os meus produtos de beleza pra dormir bem quentinho. Tirando essa sensação de morte iminente que me acometeu, o show foi incrível. Voltamos de Curitiba no domingo, numa van fina que tinha até dvd. O motorista da van era um fofo e pediu desculpas que o único filme disponível era O Último Samurai. O, fio, Tom Cruise é foda. Vi uns pedaços, mas basicamente acordei na porta de casa. Subimos as coisas e Clarice me ligou pra tomarmos um sorvete. Bom, né. Quer me convencer a fazer alguma coisa é só me oferecer um sorvete. Do sorvete, fomos ao cinema com a Duda e o Faffo Farináceo. Queríamos ver o filme do caubói veado (senta, eu sei que senta, na noite anterior o Gorky mixou uma faixa do Thomas Anderson super da Réus com essa pérola do cancioneiro popular noveleiro e eu não conseguia parar de cantar Senta, eu sei que senta. Aliás, o que é o Gorky discotecando? Se eu fosse rico eu comprava ele e mandava fazer até um case pra ele ficar bem aconchegado e eu levava ele pra cima e pra baixo em todas as buates aqui pro povo ver o que ele faz...). Fomos lá pro Gay Careca e o filme do caubói veado não tinha mais. Tava lotado de bissas esperando se emocionar. Daí tivemos a idéia mais fraca do mundo, assistir a um filme que eu não me lembro o nome com a Jennifer Aniston e o KEVIN COSTNER. Tá, podia ser pior, podia ser o Mel Gibson. Claro, sempre podia ser pior. Podia ser um filme nacional com atores da Malhação. Vish. Bom, o filme era um lixo mas demos risadas. Depois fomos ao Takô e eu super fiquei sabendo porque eu não recebo mais emails de convites da House of Erik!a Palomino. Hihihi. Coitada da Duda. Anfan... Essa semana preciso fazer uma macumba pra tirar olho gordo. Barrar macumba alheia. Cansei. E aqui no estúdio está tudo incrível, eu realmente gosto de trabalhar aqui. Agora tenho uma sala nova, com minha própria sala acústica e meu g5 turbinado com meu avalon e o melhor, é do lado da sala da Lu e da japonesa da contabilidade. Amanhã começo a natação e semana que vem, finalmente, volto pro karatê. Esse ano eu pego a faixa preta, oss.

segunda-feira, janeiro 30, 2006

MIEDO - Maria Daniela y su Sonido Lasser


Miedo, miedo de besarte
Cuando estoy contigo se prenden las luces que marcan mi destino
Debo confesarte que cuando tu me besas siento mariposas,
da vueltas mi cabeza.

Sí, después de ir esta noche a la fiesta
yo siento que Cupido nos acecha
me siento rara y un poco inquieta
porque esta noche te veré de etiqueta.

Quiero, quiero que tú sepas que estoy enamorada
de tus ojos verdes que son como ensalada
Me tomo unas copas, bailo desesperada,
Esta noche es mía, corona deseada.

Hoy voy vestida un poco más fresa
con lentejuelas que resaltan mi belleza
Ten cuidado no me tires la cerveza
pues del concurso yo seré princesa.

Miedo, miedo de caerme que estoy muy borracha,
esa aspirina creo que era una tacha.
Luces bicolores y estroboscopio
pelajes de lujo, humito en mis ojos.

Oh, oh! Creo que estoy metida en problemas,
mi compañero baila que da pena
Creo que el necesita una aspirina,
yo voy al baño y se lo encargo a mi prima.

Quiero, quiero la corona, tendré que hacer trampa
El juez de bigote no es tan mal parecido
Rojas mis mejillas, brillo en mis labios
Cierrole el ojito y él cae redondito.

Y después de esta sucia batalla
mi nombre por fin está en la pantalla;
A lo lejos veo a mis padres,
ellos aplauden, ay miren que detalle.

Sí, después de ir esta noche a la fiesta
yo siento que tú ya no me mereces
Me siento rara y un poco inquieta
porque esta noche ya soy de la realeza.
-¡Hola, Daniela! ¿Tienes muchos amigos?
-No, solo dos.

terça-feira, janeiro 24, 2006

Alguns amam palíndromos, outros amam cachorros. Eu amo vinho Muscadet que não existe aqui no Brasil, por isso bebo gin. Também não costumo tomar café da manhã, acordo sempre atrasado. Hoje queria ter ido na academia, mas meu estado decrépito não me possibilitou acordar tão cedo. Tocamos ontem na São Paulo Fashion Week, no lounge da Melissa, coisa meiga, né? Foi um capelão, tomei umas Stellas Artois (umas oito, tá). Foi bem bizarro, a Lovefoxxx tava meio Gloria Estefan do Japanther e nada mais brasilzão que uma Gloria Estefan do Japanther. Eeeeeeeeeee, brasilzão! Tinha um cara lá que ficava gritando "VIVA O ROCK PAULISTANO!" mas eu sempre preferi o Pinheiros ao Paulistano. Tá, desculpa. E os superafimssss estavam lá e pediram pra eu nunca apagar meu blog, veja bem, se o judaísmo não foi capaz de extinguir meu blog, nada mais será. Eu posso até enjoar desse e abrir um novo, mas os arquivos ficam disponíveis. Hmmm. E amanhã cedo tem show do FFrontal no Hell's, tipo oito da manhã. Ótimo horário, não é mesmo? Tudo bem que é feriado, mas caralha alada. Vou dormir tipo as onze, acordar as sete e correr pra lá. Depois venho trabalhar, tenho um filme pra apresentar quinta cedo. Lelê, lelê, trabalha, trabalha, trabalha. Vamos fazer a feira, vamos comprar a casa, vamos comer fora. E vamos passear na farmácia, adoro.

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Sono fudido, dor de cabeça, tosse, enfim, todo cagado. Sábado fui abduzido pelo Bóris e pela Camila, eu estava na porta do carro com as chaves de casa na mão, eu não ia sair. Eu não queria sair, queria fazer fofo e ver tv, estava com medo do Vegas. Aquele calor, aquela gente feia amontoada se acotovelando, aquele suor escorrendo pelas paredes. Medo. Mas sou facinho, duas cutucadas me fizeram entrar no carro e guiar até a Augusta. Era quatro e quarenta e quatro da manhã, nossa hora do dia da marmota particular, paramos no postinho e comprei uma Cerpa e um Marlboro azul. Antes eu tinha ensaiado com o Rafa e com o Bóris, depois fomos até a casa do Rodolfo e da Letícia tomar vinho e comer muitas comidas gostosas. Antes ainda, à tarde, fomos almoçar no Gopala onde eu envelheci de ter que pagar dezessete reais pra comer aquela gororoba hare krishna que dá sono. Depois da gororoba eu e o Bóris fomos na Teodoro, depois no Shopping Iguatemi comprar um celular e voltamos pra casa. Tudo a pé, que fique registrado. Boicote aos transportes públicos, vamos adoçar essas pernas. Então às quatro e quarenta e quatro da manhã já era hora de eu estar bem na caminha, na camini (piada Serginho Moreira circa 2002). Mas daí chegamos lá na porta da Réus e tava sem fila. A Luma tava na porta junto com a Ana Flávia e daí eu me senti super em 1999. Ganhei um monte de drinks, fumei Marlboro que nem um sapo, dei um monte de risada, conversê pra lá com o Facundo, conversê pra cá com a Paula. Na hora que o sol raiou minha metade velha quis ir embora, minha metade xofem quis ficar e daí já viu. Às dez e meia da manhã fomos pro tilaute e foi bafo. Jamantices, jamantismos, uma coisa loló, cheirinho do morro, poppers. Como eu gosto de morar em São Paulo as vezes. Cheguei em casa as três da tarde de domingo, dormi duas horas e fui ensaiar parecendo que eu estava equilibrando um galão de água na cabeça. Viva a neosaldina.

quarta-feira, janeiro 18, 2006

De volta à vida caxa. Acordei cedo, sete da manhã, o que não é muito sacrifício pra mim que já estive acostumado a acordar às cinco e meia da manhã pra estar no aikidô às seis, depois na natação às sete e meia, depois musculação às oito e meia e às nove e meia da manhã estar no estúdio. Corre corre dos infernos. Hoje corri quarenta e cinco minutos, nem cansei. Também, com o tanto que tenho andado... não preciso mais de carro. Estava pensando nisso... viva o bilhete único. O melhor carro do mundo é o táxi, já dizia o Paulo Francis. Não tem que pagar IPVA, liscenciamento, estacionamento, zona azul, por gasolina, trocar o óleo, por água, lavar, trocar pneu, comprar outro som quando roubarem e ter que fazer a funilaria da porta e trocar o vidro. Deuzulaivre. O táxi pra academia dá sete reais. A academia é do lado do estúdio e eu sempre volto a pé pra casa no fim do dia. Quando eu saio a noite eu nunca vou de carro mesmo porque eu bebo que nem um gambá velho e já bati o carro duas vezes por causa do mé. Nunca mais, zé mané. Prefiro apanhar do taxista caso eu vomite dentro do táxi, o que eu tenho a ligeira impressão que já aconteceu. Não sei ao certo, eu estava mal de verdade. Bom, acontece que estou de volta ao meu emprego, estou de volta à vida saudável com meus colegas de trabalho, a japonesa loira da contabilidade minha companheira de ginástica, a atendimento viciada em doces que culpa o Frontal pelo vício, os assistentes que fumam que nem sapo de macumba e sempre reclamam quando eu peço alguma coisa, aos almoços caseiros preparados com a supervisão de uma nutricionista, as histórias de mergulho nos lugares mais inóspitos do planeta, os gatos que eu tento não deixar entrar na minha sala... minha vista do jardim está especialmente bonita hoje, o céu azul, os bambus chacoalhando ao ritmo do vento. O beija flor de sempre já passou duas vezes hoje, fico olhando seu vôo, oblíquo, perpendicular, às vezes imagino o desenho mas não sou muito bom com essas abstrações, sou melhor com outras. A arte de abstrair, eu podia escrever um livro pra lançar pela Ediouro. Ou pela LPM. Estou com muito sono, vou fumar um cigarro pra ver se passa.

sábado, janeiro 14, 2006

Acordei quinta de manhã. Não lembro o que eu fiz durante o dia, também, que me importa. Sei que no fim do dia o Boris, o Pedro, a Mari e a Cami vieram aqui. Bebe cerveja, faz adesivo, fuma, ri, bebe, corta adesivo, fuma. Fomos pro Berlin, raptamos o Jonas e o Gregor alemão pra Torre. O Berlin tava cheio mas tava esquisito. Pedro não quis ir pra Torre, fez bem. Queimaram as luzes do andar de cima e o Bispo inventou de acender um monte de vela pra alumiar as idéias fracas dos frequentadores da Torre de quinta. Foi praticamente a dança das cadeiras dos enconstos. Eu nem bebi muito mas tava um transtorno. Ao ponto de eu quebrar uma garrafa de cerveja na parede e apavorar uma baranga coxinha que primeiro me deu cotoveladas na pista, depois me empurrou quando eu pedi para passar e me jogou um copo de flash power no rosto quando tentei passar por ela. Primeiro esvaziei a garrafa de Itaipava no cabelo dela, depois quebrei a garrafa na parede e disse "MINA, EU FUMEI CRACK E VOU TE MATAR". Ela correu. Camila horrorizou, pediu o caco de garrafa e eu, calmo, "Não, eu só quis apavorar ela, eu nunca iria cortar de verdade". Claro que não. Foi só algum encosto malvado que colou em mim naquele momento. Aliás, uma baranga desgraçada dessa devia frequentar a Vila Olímpia, não a Torre. Aliás, quem não devia sair de casa sou eu. Nem foi divertida a Torre quinta. Foi bom depois, quando a Torre fechou umas oito da manhã e fomos eu, o Jonas e o Gregor pra casa do Beto e ficamos na piscina até as onze da manhã, fumando, bebendo e torrando no sol. Quero uma casa com piscina de novo.

quinta-feira, janeiro 12, 2006

In the darkest of my nite, in the brightest of my day. Será que um dia vem? Acredita que vem? Não sei. Remember me to one who lives there for she once was a true love of mine. Tá, eu mando suas considerações, fique tranquilo. E trago suas botas de couro espanhol.
-Oh I'm sailing away my own true love. I'm a sailing away in the morning. Is there something I can send you from across the sea from the place that I'll be landing?
-No there's nothing you can send me my own true love. There's nothing that I'm wishing to be owning. Just carry yourself back to me unspoiled from across that lonesome ocean.
Essa música sempre me fez chorar. Especialmente algumas semanas atrás. Vou gravar pra purgar esse sentimento esquisito. I'm not Dylan, you're not Ramona e a vida continua.
-But I just thought you might want something fine, made of silver or of golden. Either from the mountains of Madrid or from the coast of Barcelona.
-If I had the stars of the darkest nite and the diamonds from the deepest ocean I'd forsake them all for your sweet kiss for that's all I'm wishing to be owning.
Bonitinho, quase patético. Mas ele tava sendo verdadeiro pelo menos. Me identifiquei.
-Well, I might be gone a long old time and it's only that I'm asking. Is there something I can send you to remember me back, to make your time more easy passing.
-Oh I can't, I can't, you ask me again. It only brings me sorrow. THE SAME THING I WOULD WANT TODAY I WILL WANT AGAIN TOMORROW.
Bom, nessa altura do campeonato acho que ele já tava percenbendo que estava sendo abafado.
E ele prosegue.
-Oh I got a letter on a lonesome day. It was from her ship a sailing. Saying "I don't know when I'll be coming back again. It depends on how I'm a feeling." If you my love must think that way I'm sure your mind is roaming. I'm sure your thoughts are not with me but with the country to where you're going. So take hid, take hid of the western winds. Take hid of the stormy weather. And yes, there's something you can send back to me. Spanish boots of Spanish leather.
Triste. Mas pelo menos ele ganhou um par de botas caras. Eu não ia querer essas botas.
It ain't no big thing to wait for the bell to ring. It ain't no big thing the toe of the bell. Hoje eu andei, ah, andei. Acordei daquele jeito, hmmmm, meus braços estão onde deviam estar, minhas pernas também, dentes escovados, os olhos enxergando, os ouvidos ouvindo e assim por diante. Dedos dos pés. O joelho ainda dói, será que a empregada substituta veio? Veio, estava ouvindo ela limpando o banheiro. Olá, eu sou o Adriano, a senhora como se chama? Oi Maria. Não, os cachorros não mordem, fique tranquila. Tomei meu banho ouvindo Free Kitten, ah como era boa aquela época que eu não sabia se eu gostava mais do Sonic Youth, do Free Kitten ou do Psychic Hearts do Thurston Moore. No fundo eu sempre gostei mais de Pussy Galore mesmo. Oh but I was so much older than I'm younger than that now. Como eu era malvado, malvadão, não é mesmo? Bem. Daí saí pelo calor senegalense paulistano de jejum, fumei um cigarro, fiquei tonto, joguei fora o maço, o isqueiro e pronto, eu tentei. Não consigo fumar, ufa. A única coisa em comum que eu tinha com o Dallas Winston se foi assim, pra sempre. Adeus, Dallas. Te vejo no dvd quando eu ficar com saudades e quiser dormir quentinho. Talvez no próximo inverno. Fui no ensaio do Ricardinho, deixei minha Telecaster no Jair pra arrumar, tirei dinheiro e vi que meu nome está lá no Cerasa de novo mais uma vez. Nem liguei. Desci a Teodoro, fui colando os adesivos da festa que vamos fazer no Berlim. Boykot. Passei na Fnac, comprei um cd duplo dos Byrds, ando meio apegado. Gosto das versões do Dylan que eles fazem. Aliás, não consigo parar de ouvir esse velho desgraçado. And if anybody asks me is it easy to forget I'll say it's easily done, you just pick anyone and pretend that you never have met. Estou assim ultimamente. Comigo mesmo. Nunca vi, não sei quem é. Agora vou assistir A Profecia, ouvir o Another side of Bob Dylan de novo mais uma vez e vou dormir. Boa noite.

quarta-feira, janeiro 11, 2006

We used to kiss a lot everytime we met... hoje em dia nem mais. Mas ainda temos uma certa intimidade, por mais precária que possa ser. Acho que a conheci em 96. Dez anos, dez anos passa rápido. Rapidão, turbilhão do milhão, eu dez anos mais novo era bem mais fácil. Facinho facinho, ainda tento ser apesar de achar que minha paciência vai drenando com os anos. Mas longe de ser um velho ranzinza. Inventei de fumar de novo, com trinta e um anos. A última vez que tinha levado esse esporte a sério tinha sido em 99, quando levei o maior pé na bunda da minha história. E fumar me dá uma falta de ar incrível, talvez semana que vem quando eu voltar pro estúdio e voltar pra academia e voltar pra minha rotina de homem de trinta e um anos com um emprego, umas contas e dois cachorros, eu pare de fumar. Talvez... Queria tanto tocar. Sexta tem ensaio do Canseides. Mas eu queria bem era tocar com o ultrasom ou com o butchers pra poder usar minha linda guitarra verde nova e tocar minhas músicas novas de tristeza e amor, daí vou fumar um cigarro e colocar na mão da guitarra que nem o Keith Richards e vou me sentir um pouco melhor, logo vou conseguir entrar nas minhas calças justas e apertadas, pena que meu cabelo já era, with your hair combed right and your pants fit tight it's gonna be alrite. Alrite, babe. So you wanna be a rocknroll star? Eu prefiro a versão da Patti Smith do que a original dos Byrds. E ontem eu fiz uma versão dançante de verão de Determination, a música da Raquel Uendi que eu fiz em 99. Ou em 2000. Não lembro, sisqueci, não me repare. Logo que eu acertar o vocal eu ponho no myspace. E ontem no Berlim foi bom, um capelãozãozaço. Pra mim foi tipo despedida, semana que vem acabam minhas férias. Quase três meses de férias, quem tem patrões que dão três meses de férias? Eu tenho, graças a deus. Vou levar um bolo pra Teresa e pro Sílvio, um bolo em consideração. Considero, viu. O, se considero. Daí eu voltei no táxi e mal conseguia explicar o caminho e fiz um cheque mal feito, uns rabiscos. O taxista tava pior que eu, fedia que nem gambá e falava mole e passava faróis vermelhos. Eu não entendia mais nada, uma hora meus amigos foram embora, Rodolfo e Letícia, Carol, Camila, Aninha. Até a Clarah se foi. Fiquei lá, na obscuridade do momento com aquelas pessoas residuais até meu instinto de sobrevivência apitar. Apitou, eu vim. Eu sempre venho mesmo.

sábado, janeiro 07, 2006

Speaking for trees, Cat Power. Quem mais faria um folk de quase dezenove minutos?

cuz I am not Ramona
and you didn't wrote that song
cuz you're not Dylan
and i know we really do get along


Não aguento mais comer manga e salada de rúcula.
Vamos pular essa parte da discussão do porque ter um blog. E vamos também pular a parte do porque ler um blog. Essa discussão se encerra nela mesma e talvez renderia papo pra umas cinco horas de Torre de quinta. Aliás, quinta tava tipo a primeira aula do ano. Os capelões todos lá, foi massa, tocou Madonna e óbvio que tocou Abba também e eu realmente não sei qual das duas eu prefiro, Hung Up ou Gimme Gimme Gimme. E na Torre acontece o milagre do copo cheio, você fica lá segurando um copo vazio e de tempos em tempos ele aparece cheio. Gastei dois reais e fiquei realmente estragado da infame e inrressacável Itaipava. E lá pro Miltão eu sou Rodrigo e enquanto ele continuar me deixando sair do bar a hora que eu quiser sem encrencar eu não ligo. Pode me chamar de Rodrigo, de Daniel, do que quiser. Quem se importa? Eu não me importo com mais nada praticamente, nem com essa parte de discutir o motivo de escrever. Quer saber porque escrever, vai escrever. Não adianta nada ficar fazendo caderno aqui, caderno ali se do caderno não vai sair nada. A mitologia do caderninho. Caderninho aqui, caderninho ali, todo rabiscado, pintado, um bibelozinho, uma mamushka da feirinha do bexiga daquela tia que diz que eh russa. Por isso que todo mundo tem fotolog, eu prefiro fazer música. Apaguei a merda de fotolog, apaguei a merda de orkut, agora não vou mais perder tempo com essas bobagens e vou usar meu tempo pra fazer música. E pra escrever também, escrever, escrever e escrever. Aqui e nos meus caderninhos, que não são todos rabiscados nem tem desenhos porque eu não sei desenhar. Music is my backrub, my music is where i'd like you to touch. Toda vez que chega a parte da Clara eu passo essa música. Daí hoje eu ouvi e passou a fase de passar a música só por causa da voz da Clara. Passou, passou. Ontem eu sonhei com ela, estávamos num cabelereiro, talvez o CKamura, porque a Andréia também estava lá e a Clara estava gorda, tão gorda que nem parecia ser ela, mas era e conversamos e acordei quase com saudades da entidade Clara legal, não da Clara Exumirim. Aliás, quantas entidades você tem? Eu tenho algumas. Muitas, tantas, com sutis diferenças. Minhas entidades não são esquizofrenicamente diferentes. Tem o Adriano Cintra, tem o Adriano do rock, tem o Adriano clubber, tem o Adriano maior legal, tem o Adrino ansioso. E tem o Adriano da pinga. Aliás, esse tem predominado nesse começo de ano. Vinil? Baguete. Pelica? Me esquece.

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Outra do Mydirtyfingers.

dallas 141

i know it's not your fault
so you don't have to stay
now just go away
i'll follow you someday
those places i recall
so warm, so cozy and so lame
now just go away
let's find us another place to stay

don't you think 141 is enough to make you dance?
what does it take to make you shake a little bit more
than you did today?
you better find me, try me all the way home
before you lose it and blow it just like before
cuz you know it's just the same for me
it's the same for me
and i don't blame you
i don't mind if you never tried at all

(you know you can call me anytime
i still know your numbers by heart)


Na minha cabeça é uma coisa meio Outsiders. Outsiders na casa da Mariana com ácido e gin na antevéspera de ano novo. Aliás, quando foi o ano novo mesmo? Qual deles? Feliz ano novo! Por que, vocês tão indo embora? Não, é porque é ano novo. Ah, tá, feliz ano novo então. Deu na Globo, né. So lame. E eu fui na varanda e a golden retriever do Ri ficou me mordendo e eu olhei pro céu e estava chovendo. Aliás, hoje que chuva, fui na casa da minha avó, foi a primeira vez na minha vida que eu vi minha avó de cabelo branco e foi esquisito. Ela parecia a irmã dela, a tia Alzira. E minha avó quebrou o pé, caiu da escada da casa da tia Alzira.
Ah, essa música acaba em fade out, tem a ver com o Outsiders também. Tudo na minha cabeça, tudo faz sentido.

(nothing gold can stay)
(robert frost)
Sim, não ia ficar de fora. Já leu aqui, eu sou assim, sou uma pessoa de tradições. Sou educado, apesar de tudo. Podia fazer um barraco horrendo, mas não. Isso aqui não é espaço público. Isso aqui é um blog, não é televisão aberta que você por acaso zapeia e acaba caindo aqui. Quem vem aqui ler o que eu escrevo não pode se fazer de espectador passivo. Tem que digitar um punhado de letras, de pontos, de barras. Tem que apertar o enter. Só lê isso aqui quem quer, LEU PORQUE QUIS. Antigamente havia um NÃO ME ENCHA O SACO DEPOIS. Tirei, achei deselegante. Pra mim, não pros outros. Encher o saco. Seu email não foi encheção de saco. Eu li, li todas as linhas. Eu já sabia mesmo. Do mesmo jeito que você disse que já esperava tudo isso de mim. Ainda bem que eu transpareço isso, porque é isso que eu sou. Eu fui sincero, eu não deixei dúvidas. Eu não desviei o olhar, eu não tirei o corpo fora. E eu não mandei mensagens e emails querendo dizer o contrário. Tudo bem. Eu lembro como era ter 21 anos. Eu só era mais sincero, eu nunca fiz algo que não tivesse vontade. E eu nunca tive dúvidas do que eu tinha vontade de fazer. Só isso, mas as pessoas são diferentes. Eu sei, eu vi. Eu sou sincero. Confusão não é sinceridade (a confusão pode até ser sincera, mas definitivamente NÃO é sinceridade).
Diboua.
Djibowa.

quarta-feira, janeiro 04, 2006

And now, for something completely different... quase...

http://www.myspace.com/mydirtyfingers
Até parece que aconteceu dessa forma, né. Eu sou insuportável, vocês já deviam saber. Vocês, aliás, quem são? Tá, nem quero saber mesmo.
Recapitulando.... nossa aventura européia enquanto eu não apago essa merda.

I DON'T QUOTE BUT I MAY IF I WANT TO

ou também

O CAÇULINHA GARNIZÉ

Acontece que numa certa hora do caminho de volta de Berlim para Amsterdã as pessoas acordaram e paramos num lugar para comer os sanduíches e ligar para o André, o dono da casa onde ficaram nossos instrumentos, uma alma caridosa e maternal que nos acolheu quando Carol e Ana foram avisadas de última hora que teriam que sair da casa da Rose. Daí que nessa parada eu comprei o cd novo da Madonna. Pausa. Comprei por pura curiosidade de produtor. Tá. E porque eu gosto da Madonna, fazer o que? Fim da pausa. Daí fizemos pic nic com nossos sanduíches do café da manhã, ligamos para o André e voltamos pra estrada, faltavam uns cento e poucos quilômetros até a capital mundial da Taba do Bob Marley muito chapado de verão. E coloquei o disco da Madonna e que cocô que é, o que eu esperava? Foram os dezenove euros mais mal gastos de TODA a viage. Nem os camarões chineses de dezesseis euros que comemos por engano em Paris valeram tão pouco a pena. Fica registrado, crevette é camarão e custa uma nota preta. E o disco novo da Madonna é um caxotão com timbres de reason e fundamento lamba aeróbica. Daí quando acabei de ouvir o disco da Madonna eu estava de saco cheio daqueles pads cafonas de quinta e queria ouvir uma guitarra, (Mentira) tirando que eu estava dirigindo desde as sete da manhã sem parar, naquele estado de alerta que me deixa coitadão e caído e com sono e com preguiça e de mal humor ainda por cima. Daí o Hugo quis ouvir um cd do Kraftwerk e eu não. Eu comecei brincando de Fidel Castro.
-Não, não vai por isso não. Eu quero ouvir Demolition Doll Rods.
Peguei o cd e pus.
Pronto. O galo garnizé ouriçou as penas do cucuruto e disse que ele tinha PAGADO o carro também (verdade) e que tinha direito de ouvir o que bem quisesse (desde que ele tivesse um iPod ou um walkman ou um discman isso seria a mais plena verdade). Eu retruquei que eu tinha dirigido o dia todo então tinha mais direito de decidir o que escutar do que ele (ao meu ver uma verdade também, certo que uma verdade de uma pessoa chata, mas eu sou chato então foda-se)
-Você é um otário.
-Que?
-Você é um otário, um tosco, Adriano. Você nem imagina o quanto você é tosco.
Olhei pelo retrovisor e vi que ele tinha cruzado aquela fina linha da educação social e estava espremendo os olhos de ódio, chilique mesmo.
-Ahn? Hugo, mano, você não fez nada a viagem inteira, só ficou peidando na nossa cabeça e fazendo a gente passar frio. A gente acabou de escutar um cd seu, agora eu quero ouvir isso aí.
Antes de pararmos, estávamos escutando um cd de electro house conceito que ele tinha comprado em Berlin e segundo ele, era tudo aquilo que ele gostava de escutar na pista.
-Se você não pôs meu nome lá no seguro pra eu dirigir também é problema seu, seu otário. Por que você tem raiva de mim?
-Eu não tenho raiva de você, Hugo. Só tenho preguiça de ficar nesse esquema de acampamento de colégio, essas piadinhas de terceira série. Até por isso eu não tenho saído de rolê com vocês, não sei se você percebeu que faz três dias que eu vou fazer meu rolê sozinho. E não colocamos seu nome no seguro porque ia ficar mais caro o aluguel do carro, além de que você só dormiu a viagem inteira, não ia ter condições de ter dirigido nem meio quilômetro.
-Como se eu fizesse questão da sua companhia.
-Eu não perguntei se você faz questão da minha companhia, só estou dizendo que eu evitei de andar com vocês esses últimos três dias porque eu não suporto esse papo de turma do fundão. Mano, eu nunca fui dessa turma, vamos conversar que nem a gente conversava lá na minha casa.
-E você lê muito né? Quer falar do que? Filosofia?
-Você está me chamando de ignorante?
-Você está com ciúmes da Carolina.
Daí eu ri.
-Hugo, não mete outras pessoas no meio, isso não tem nada a ver com a Carolina. Aliás, eu moro há mais de dois anos com ela e nunca tivemos uma única discussão. Não muda de assunto.
-EU NÃO QUERO OUVIR ISSO AQUI MANO.
Ele pegou, avançou, esticou o braço, tirou meu cd do Demolition Doll Rods bem masculamente, riscando o cd pelo painel do carro. E eu dirigindo o carro na autobahn a cento e sessenta quilômetros por hora. E me peitou, se enfiando no meio dos dois bancos da frente do carro. Se empoleirou ali e ficou batendo as asas, com o bico em riste, o dono do galinheiro.
-Devolve o meu cd.
Ele fez que ia jogar pela janela.
-Não devolvo não, seu otário. Sabe o que você é? Uma BICHA.
-Que você falou? Bicha?
A voz dele desafinava de um jeito irritante.
-Isso, você é uma bicha. Uma bicha desgraçada.
-Devolve o meu cd senão eu vou te encher de porrada.
A bicha aqui ficou brava. E eu ia enfiar um soco naquela cara de merda dele, ele foi pra trás e eu me virei pra socá-lo, ele ficou se movimentando como um galo de briga espremido entre as mochilas e os casacos e a Ana no banco de trás. A situação estava rumando para o descontrole total. Carolina interviu.
-Vamos parar com isso, vamos parando.
Tirou o cd da mão do caçulinha garnizé. Ele acalmou.
-Nossa, seu playboyzinho punheterio do caralho, acabou a amizade.
-Nossa, mew, acabou faz tempo. Você é muito tosco.
Silêncio no carro.
-Olha Adriano, a única coisa que eu espero de você é que você me deixe copiar as fotos que eu guardei no seu computador.
-Fique tranquilo, a última coisa que eu faria seria apagar essas fotos sem te dar.
(Ainda mais quando o dono das fotos me deve cento e setenta euros.)
Ele ainda resmungou algumas outras coisas que eu nem prestei atenção. Seguimos pra Amsterdã naquele silêncio desagradável. Se o Alfred fosse vivo ele cantaria aquela musiquinha "Mal estar, incomunicável, fora do ar..."

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Chegamos em Amsterdã às duas da tarde. Passamos na Amstel Station pra ver se conseguiríamos deixar nossas malas num locker por lá já que no dia seguinte às sete da manhã pegaríamos o ônibus pra Paris. Todos os lockers estavam desativados por medida anti-terrorista e nós estávamos fodidos com nossas malas pesadas. Fomos pra casa do André, deixamos as malas lá e eu, Carol e Ana fomos devolver o carro.
-Adriano, deixa o computador aí pra eu fazer meus cds.
Ah, claro que sim.
-Deopis eu te copio.
Peguei minha mochila e saí. Até parece que depois de ele ter riscado meu cd eu ia deixar ele encostar em alguma coisa minha. Peguei minha mochila e levei embora comigo.
Nessa hora comecei a perceber a enrascada que eu estava metido. No dia seguinte cedo estávamos indo pra Paris ficar na casa de uma amiga do Hugo. E eu definitivamente não ia conseguir ficar olhando pra cara dele e muito menos ficar a mercê de sua vontade. Cogitei de ficar em Amsterdã na casa do Remco. Cinco minutos depois o celular da Ana toca. Era o Remco atrás de mim.
-Hey dutchman, watchadoin?
-Sitting behind my computer watching porn... now i'm going to rehearse with my band, I'll be free by eight.
-Cool, call me then, let's drink something.
Bem providencial. Devolvemos o carro e fomos no museu Van Gogh. Saímos de lá umas seis horas, Carol quis comer um falafel, eu fui tomar meu Ben&Jerrys. Passamos no supermercado, compramos vinho e voltamos pra casa do André. Tomei minha garrafa de vinho inteira esperando o Remco ligar, fiquei turvo que nem espelho velho e nem interagi com as pessoas. Não conseguia olhar na cara do Hugo, que estava social e simpático com as pessoas. Uma hora fui escovar os dentes, sentei no sofá pra dar uma descansada e só acordei as cinco e meia da manhã, com o despertador da Ana tocando. Foi prático e providencial ter dormido de roupa, foi só levantar e checar se a bagagem estava pronta pra viagem. Fizemos café, chamaos o táxi, carregamos nossa mudança e fomos pegar o ônibus.
Eu estava com medo do ônibus. Dora havia falado que era um horror, que só mendigo viajava de ônibus na Europa, que parecia ônibus escolar, que parava a cada meia hora, enfim, que era o cão. Nem era ruim assim, convenhamos, viajar de ônibus não é bom, mas pra quem já fez São Paulo - Goiânia via rodoviária, Amsterdã - Paris foi fichinha. Sentei numa cadeira sozinho e fiquei sozinho até depois de Bruxelas, quando um homem magro e com cara de advogado sentou do meu lado. Era simpático, me ofereceu um pedaço do seu sanduíche de kani com alface, que eu recusei. Vim de jejum, estava me sentindo bem passando fomem ouvindo todos os discos do Bob Dylan que estão no meu iPod. E eu escutava I shall be free n. 10 e pensava, pensava, pensava que de repente até poderia ser bom ficar na roubada em Paris, sem ter onde ficar, afinal seriam só oito dias, uma bela oportunidade de exercitar minha cara de pau, de testar o limite da minha paciência. Mas eu já sabia que ela era bem pequena então nenhum pensamento a respeito de uma aventura mendiga-beat em Paris me animava. E a viagem demorou, demorou, o ônibus vinha bem lentamente e minhas pernas doíam e dormiam e minhas costas gritavam de dor e enfim chegamos em Paris. O mal estar persistia e eu não tinha outra saída a não ser ir com eles para o apartamento que a Filipa tinha arrumado pro Hugo, lá fomos nós, puxando nossas malas buscar a chave da casa da Filipa na casa de uma amiga.
Minha mala de roupas deve estar pesando uns vinte quilos. Minha mochila com meu computador, minha necessaire e meu moleskine, deve estar pesando uns doze. Meus pratos de bateria com aquele case de madeira caxotão, pesa mais doze. Ou seja, eu estava carregando quarenta quilos na lomba pra lá e pra cá por Paris na hora do rush. Tipo tudo o que eu menos tinha planejado fazer nessa viagem. Chegamos na casa da amiga da Filipa as cinco e meia da tarde, ela só ia chegar as seis. Deixamos nossas bagagens no hall do prédio dela, fomos comer. Compramos pão e brie, ficamos na ponte na porta da casa esperando. Espera, espera. Na verdade eu estava torcendo pra ela demorar bastante, meus braços estavam doces de puxar aquela mala e carregar aquele case pesado. Pegamos a chave, voltamos pro metrô. Sobe aqui, desce ali, gente esquisita aqui, bola de fogo ali. Toda vez que ouvíamos um barulho estranho no metrô, Carolina dizia "olha a bola de fogo vindo", no começo ficamos um pouco paranóicos com a possibilidade de terrorismo, mas né. Não dá pra ficar preocupado com isso.
Chegamos aqui no apartamento do amigo da Filipa. É uma história muito triste, o cara perdeu a mulher e o filho recém nascido no tsunami e agora ele está la na Tailândia procurando o corpo deles. O apartamento é incrível mas mesmo sem conhecer o dono, eu fico olhando as fotos, os livros, é esquisito. Enfim, eles subiram aqui, eu fui num hotel do outro lado da rua ver quanto era. Trinta e cinco euros por dia, achei uma pechincha e pronto. Vim pegar minhas malas e fui pra lá. Nada mais providencial que um hotel do outro lado da rua.
Daí estou com preguiça de continuar escrevendo pq estou com sono. Mas no fim fiquei de bem do Hugo, que é meu irmãozinho do coração e a viagem foi ótima!
hahahahahahhahahahahahahhahahahahahahahhahaha.

Tá.
Sifudi big time.
Estourem os rojões que logo mais eu apago essa merda aqui que nem meu fotolog e meu orkut.
E fumo meu Samson. E bebo meu Lambrusco.
E vou embora pra europa e deixo vocês todos aqui na floresta indo na torre de quinta achando que tão se divertindo.
Pertinências e atualidades xxxxxxxxxxx

The young man stepped into the hall of mirrors
Where he discovered a reflection of himself
Even the greatest stars discover themselves in the looking glass
Even the greatest stars discover themselves in the looking glass

Sometimes he saw his real face
And sometimes a stranger at his place
Even the greatest stars find their face in the looking glass
Even the greatest stars find their face in the looking glass

He fell in love with the image of himself
and suddenly the picture was distorted
Even the greatest stars dislike themselves in the looking glass
Even the greatest stars dislike themselves in the looking glass

He made up the person he wanted to be
And changed into a new personality
Even the greatest stars change themselves in the looking glass
Even the greatest stars change themselves in the looking glass

The artist is living in the mirror
With the echoes of himself
Even the greatest stars live their lives in the looking glass
Even the greatest stars live their lives in the looking glass
Even the greatest stars fix their face in the looking glass
Even the greatest stars fix their face in the looking glass
Even the greatest stars live their lives in the looking glass
Even the greatest stars live their lives in the looking glass

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