Go 'way from my window,
Leave at your own chosen speed.
I'm not the one you want, babe,
I'm not the one you need.
You say you're lookin' for someone
Never weak but always strong,
To protect you an' defend you
Whether you are right or wrong,
Someone to open each and every door,
But it ain't me, babe,
No, no, no, it ain't me, babe,
It ain't me you're lookin' for, babe.
Go lightly from the ledge, babe,
Go lightly on the ground.
I'm not the one you want, babe,
I will only let you down.
You say you're lookin' for someone
Who will promise never to part,
Someone to close his eyes for you,
Someone to close his heart,
Someone who will die for you an' more,
But it ain't me, babe,
No, no, no, it ain't me, babe,
It ain't me you're lookin' for, babe.
Go melt back into the night, babe,
Everything inside is made of stone.
There's nothing in here moving
An' anyway I'm not alone.
You say you're looking for someone
Who'll pick you up each time you fall,
To gather flowers constantly
An' to come each time you call,
A lover for your life an' nothing more,
But it ain't me, babe,
No, no, no, it ain't me, babe,
It ain't me you're lookin' for, babe.
Leu porque quis, não me encha o saco.
quinta-feira, março 31, 2005
quinta-feira, março 24, 2005
Meu deus, que esquisito. Esquisito, esquisito, esquisito demais. Fui lá fazer o show que a princípio era pra arrecadar dinheiro pra Cha. Daí acontece que ela morreu antes do show. E resolvemos fazer o show assim mesmo, custa caro morrer. Ainda mais quando você fica cinco meses sem conseguir trabalhar com dores. Ok, tá, não vem ao caso. Ou vem, mas tá, estou bêbado, muito bêbado. Cheguei em casa há uma hora e fui silcar camiseta por falta de sono, tipo quatro da manhã. Mas voltando, fomos lá no Jive. Passamos o som, o Seu Feltrinho, aka Jeff Molina, alguém avisa, é o cara mais querido do mundo, ajudou a gente a passar o som, caramba, ficou bem legal. Queria ter dinheiro pra patrocinar esse tipo de gente. Logo mais, logo mais. Daí eu estava super animado, saímos de lá e fomos até o Prainha tomar birinaite (o meu mal é a birita). Eu, Deedee, Clara, Ana, Carol, Tica, Kaninha Dircinha, Mary, Iracema e a amiga dela que entrou hoje pro clube do desemprego, ô coitada, esqueci o nome dela, viva a esclerose alcoólica. Daí estávamos lá bebendo, começou a pior chuva do mundo, e bebe, bebe. O Prainha é do lado da TFP e a gente gritava TÊ-ÉFE-PEIDOOOOO bem alto. Na volta, gritamos TÊ-ÉFE-PEIDOOOOO muito, era peido, peido, peido, TÊ-ÉFE-PEIDOOOOOO e fazíamos peido com o sovaco pffff pfffffff pfffffff e Carolina batia palmas PEIDO PEIDO PEIDO e eu ri tanto que tive espasmos. Kaninha Dircinha com sua sombrinha gritava "olha o teatro mambembe" e pulava chacoalhando um frevo desgraçado. Pode-se dizer que foi o momento catártico da noite. Peido, peido, peido. Ok. Talvez não faça muito sentido isso tudo escrito, mas na hora fez. E voltamos lá pro Jive uma meia noite e meia. Tinha um monte de gente no boteco da Alameda Barros, todo mundo meio borocochô, "ahn, tá meio vazio, ninguém veio". Daí começou a cair a ficha. Bom, meu caro, ninguém tá muito afim de festa. Ninguém que era muito próximo da Cha, pelo menos. Dos quatro DJs marcados pra festa, só a Lu Riot apareceu. E o Pomba, fofo, abriu a noite pro salão vazio. Entramos, umas sessenta pessoas lá pra ver os shows, alguns rostos conhecidos, próximos da Chá. Mas 95% do povo que TINHA que estar lá abafou. Na hora que subi no palco, fui acometido por uma tristeza inexplicável, como se só naquela hora eu tivesse consciência de que o motivo da festa era a ausência, a saudades, a tristeza, a dor e a dívida da Charlote, em suma, uma coisa muito desgraçada e que nada tinha a ver com festa, com alegria, com confraternização e sim com silêncio. De repente a última coisa que eu queria fazer era um show. Eu queria ir pra casa. Naquela hora. A ausência dos amigos mais próximos à Cha tirou totalmente a razão de ser daquela "festa" e tudo que eu senti foi incômodo e constrangimento. Na hora de PartyAnimal fui lá fazer minha dança ridícula, foi a sensação mais próxima do suicídio que eu já tive. Efim. Meu cu. Quem tinha que ir não foi, não foi arrecadado dinheiro suficiente pra pagar as contas de Cha. Ok, tá todo mundo triste, mas acho que todos os AMIGOS mesmo tem uma responsabilidade para com ela. Muito esquisito.
quarta-feira, março 23, 2005
Acordei as nove da manhã, vim aqui pra casa, trabalhei um pouco no disco do Cansei. Daqui a pouco vou gravar tudo sozinho, cansei de esperar as pessôe (como diria bob ernest) virem aqui fazer suas partes. Daí fui andando até a Heitor Penteado, encotrei com a Larissa do outro lado da rua, trocamos tiaus e gritinhos histéricos de quem não se vê há algum tempo. Eu estava indo encontrar com a Clara e a Deedee e a Emily para comermos no Gopala. Fiquei com preguiça de ir de metrô, eu tenho um monte de dinheiro no meu bilhete único, resolvi gastar os ônibus do Serra. Tomei o primeiro que passou, pena que ia direto pra Paulista, eu estava com vontade de tomar vinte ônibus só de raiva dele. Desci na Paulista, fui andando até a casa da Clara. Subi lá, logo as outras meninis chegaram, fomos pro restaurante. Não gosto muito do Gopala, tudo frito, cheio de gordura. Pedi meio prato. Emily estava triste que ia embora do Brasil hoje e eu estava triste que ela estava indo, estou super apegado nela. Nunca tive uma amiga dyke de bigode e barba. Não é esse o motivo de eu estar apegado à Emily, lógico. Ela é doce e inteligente e querida. E fez um disco incrívi, como ela mesma diria, que eu não consigo parar de ouvir no carro. Mas hoje eu estava sem carro e depois do almoço fomos na Augusta tomar um café. Enchi o saco da Clara para ela me dar a inscrição falsa da faculdade para eu fazer uma carteirinha de estudante, fomos no cyber e eu imprimi uma cópia para mim. Iés. Quero pagar meia, pufavô, obigádu. Daí Deedee teve a melhor idéia do dia: tomar champanhe no Terraço Itália. Estamos todos desempregados mesmo, que que tem? Sentamos lá em cima e olhando aquela vista assustadora dessa cidade horrenda pedimos o drink mais mulezinha que tinha no cardápio caro: kir royal. Um pra mim, outro pra Deedee. Clara foi de Cerpa, Emm foi de caipirinha. De pinga. Ficamos um tempão lá, bebendo, rindo, esperando por nada. Aquela angustiazinha da despedida. Enfim, fomos pro aeroporto. Chuva, trânsito. No aeroporto, fui na Pizza Hut e fiz minha carteirinha de estudante com o papel tosco mal impresso. Trinta real. E aí, sou estudante, só pago meia. Que nem na música do Tetine que eu tinha que cantar lá no karaokê do bonde do tetão no dia que choveu dentro de casa e eu não fui. Emily se foi. Voltamos pra casa. Não gosto de terças feiras. Não tem nada pra fazer a noite.
segunda-feira, março 21, 2005
Foi há muito tempo atrás, Eu ainda estava deslumbrado com a vida que aparecia na minha frente, cada dia com uma novidade diferente, novidades que me deixavam com orgulho de finalmente as ter encontrado, que me faziam vislumbrar uma vida que eu vinha procurando e me faziam ter certeza que eu estava no caminha certo. Como era bom começar a ter vinte anos, eu tinha tantas certezas e princípios que fui perdendo pelo caminho até começar a fazer trinta. Minhas amizades eram mais sólidas que a vida e a vida parecia estar muito longe de poder ser perdida. Eu tinha a força de vontade de mil homens, cumpria meus pequenos rituais com uma soberania samurai e acima de tudo, tinha certeza de estar no controle. No controle do que? No controle, oras. Eu não entendia muito sobre o que eu mantinha controle, mas a mais ínfima sensação de estar no controle já me era suficiente. Se eu quisesse e me dispusesse, nada daria errado. Com o tempo, dar errado deixou de parecer tão horrível até se tornar uma idéia com a qual eu me acostumei. Como o dia que eu deixei de lado a ginástica, o karatê, o aikidô, o piano. Outras coisas surgiram no lugar, minhas bandas, o aluguel, os cachorros. O emprego. Maldito emprego, que me ocupava quinze horas por dia. Acho bom culpar o emprego. Porque eu sinceramente não penso em voltar a trabalhar quinze horas por dia nunca mais. Eu odiei todos os meus empregos, Por menos pior que fossem, eu odeio todos eles. Em alguns lugares eu me apeguei às pessoas que trabalhavam comigo, mas eu nunca, nunca me apeguei ao meu emprego. Sempre o fiz com o maior desprezo que eu já senti na vida. Talvez por isso nunca tenha conseguido dar valor ao dinheiro que eu ganhei. Nunca consegui guardar dinheiro. Eu me sentia tão miserável trabalhando que eu torrava o salário com o maior prazer. Eu merecia ter coisas caras depois de fazer aquelas coisas hediondas pra vender porcarias que ninguém precisa ter. Eu caía na minha própria armadilha. Passei dez anos fazendo música pra enganar os outros. Escrevendo asneiras pra ressaltar qualidades de um carro que eu nunca ia ter. Daí um dia comprei um carro caro. E acabei com ele na estrada depois de entrar em coma alcoólico da vodka que eu tinha ajudado a vender fazendo uma trilha escrotíssima. Sim. Eu não me orgulho de uma merda de trilha que eu tenha feito. Nunca copiei um repertório, tenho vergonha. Trilha de publicidade é tudo cópia, tudo copiado da maldita referência. Tive pena o dia que meu patrão falou que ficava assistindo o repertório dele na casa dele com os filhos dele. Fiquei com raiva da maneira com a qual ele quis me por pra baixo dizendo que nem ia me mostrar o repertório dele pra eu não me sentir mal. Ainda mais ele que produziu tantos discos, tocou em bandas tão legais. Não entendo. Me demiti no mesmo dia. Quando foi que tudo começou a desandar mesmo? Quando eu deixei o karatê de lado? Pra que foi que eu deixei o karatê de lado? Pra fazer trilhazinha pra vender promoçãozinha de companhia telefônica? Pra que? E se eu morrer amanhã? E se eu ficar incapacitado amanhã? O que eu vou ter feito da minha vida? O que? Bom, faz tempo. Uns dez anos. Mais. Com certeza. Eu acreditava que eu faria tudo aquilo que eu tivesse vontade. E eu conhecia pessoas incríveis que viviam suas vidas da maneira que elas bem entendiam e eu me sentia muito a vontade entre elas. E sábado a Charlotte morreu e eu sinto muito, muito, muito, vou sentir muita falta de ter por perto uma pessoa que sempre fez o que bem entendeu e que só de estar por perto me fazia sentir seguro, porque ela era uma dessas pessoas nas quais eu tinha fé e tinha certeza que sempre ia estar lá. Agora ela se foi e não sei de onde eu sei que não posso deixar de acreditar naquilo que sempre foi importante pra mim, que sempre me deu forças pra acordar as cinco e meia da manhã pra ir treinar. Pode parecer piegas tudo isso, ainda mais se você acorda cedo todos os dias pra passar mais da metade da sua vida com o rabo preso na cadeira se matando de trabalhar por um dinheiro que você gasta mal. Mas como diria a Cha, "pelo menos era um ser humano".
Ser humano? Sei. Conta pro boneco.
Ser humano? Sei. Conta pro boneco.
sexta-feira, março 18, 2005
quarta-feira, março 16, 2005
O rock é super caixa. Caixãozão, kraft. O rock faz bronzeamento artificial, drenagem linfática e aplicação de botox lá na LeRu. Usa bolsa Luis Vuitton falsificada que comprou lá no Stand Center da Paulista junto com o bonezinho VonDutch cafonérrimo. Caixa. O rock não tem mais jeito, não tem mais aviso que arrume. Quebrou, degringolou. Encaixotou. O rock é caixa. Levaram o rock a sério, ninguém avisou. O rock se mudou, mudou pra Moema, diz que é um bairro ótimo. Come uma tábua de frios no Johan Sehn aos sábados. Toma um chopp vendo futebol na casa do vizinho. Vai à feira na Arapanés de domingo e depois pede um pizza na hora do Fantástico. O rock assina O Estado De São Paulo e prefere ler a home do Terra. Fica feliz quando compra a Veja no supermercado. Ô, rock. Coitadinho. Em protesto fiz tie dye em todas as minhas camisetas pretas, comprei brincos de pena, gravei um cd com os sucessos da Ivete. Rock, você não vale um ovo.
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