Leu porque quis, não me encha o saco.

sexta-feira, novembro 12, 2004

Da coluna do Lúcio Ribeiro

* CANSEI DE NÃO SER - Toquei segunda-feira passada no Rio de Janeiro, na famosa festa Maldita, que ocupa a Casa da Matriz, em Botafogo. Foi no pós-show da bizarra noite em que o Primal Scream e o Libertines passaram pelo Cais do Porto carioca. Antes, fui abordado por uma galera que me pedia satisfações por ter falado bem sempre o grupo paulistano Cansei de Ser Sexy. "O que foi aquele show no Tim, na sexta?", estavam inconformados. Eu disse que até gostei da apresentação, toda zoada, acidentada, a cara da banda. O papo morreu e mais tarde eu estava tocando na pista de cima da Maldita. O local bombando e eu coloco uma música do CSS, inclusive uma que eles mandaram ver no show do Tim. O povo que estava na pista começou a urrar, de satisfação. A canção "A-la-la" é realmente uma das melhores músicas para tocar em pista que eu já ouvi uma banda nacional fazer. Aí, quando olho num cantinho da pista, está a galera que tinha bronca do CSS, se descabelando de dançar. A maior parte dos urros estava vindo deles.



Tá.
Somebody up there likes me.

quarta-feira, novembro 10, 2004

Blablabla.
Que sono, que preguiça, que dor de estômago. Pronto, passou. Agora é saber o que vai ser daqui pra frente e parece que vai ser incrível, apesar de toda a maldade e escrotidão jornalística. Jornal não é blog, alguém avisa. Síndrome do colunista estrela, meu cu. Todo mundo quer ser o Finatti agora? Hahahaha, tá Finatti, com todo o respeito do mundo que eu tenho por sua pessoa. Aliás ontem alguém falou uma coisa super engraçada de você, o que foi mesmo? Não lembro. Mas eu ri bastante. E ri pra não chorar também, porque aquele EXXEX tava superlotado.Superlotadão. Tomei uma vodka, dei oi e corri de lá. Um pouco capelão. Fomos lá pra boca do lixo comer um dog. Depois sentamos no banco do estacionamento e ficamos conversando horas, eu, Clara e Fábio. Blablabla, fomos pro Gourmet e lá a Adriana me lembrou o porre mais vexaminoso da minha vida, durante o qual eu perdi minha camiseta. Como alguém consegue perder a camiseta? Alguém me avisa. Mas daí vai, foi, vai foi, eram três da manhã e eu tinha que acordar cedo pra vir aqui pra masmorra. Aliás, o prazo de validade de mim aqui já venceu faz tempo. Não sei se aguento os treze dias que restam.
Amanhã tem show delícia do CSS (cansei de ser chata, segundo aquela gorda caixa cafona e desgraçada do Estadão) no Sesc Pompéia, no projeto Cidade Mutação. U uu. Vai ser gostosinho. Então tá.
Enquanto isso mentalize o baterista dos Libertines com aquele samba todo no pé que eu to te olhando daqui. Como é divertido ser brasileiro.

domingo, novembro 07, 2004

Já me escreveram perguntando de onde eu tirei essa crítica, foi do site do próprio Tim Festival.

"Critica - 6/11/2004 07:08:55
Uma boa piada - mas que dura só duas músicas - por Silvio Essinger
Quem chegava ao Motomix achava que tinha voltado aos terríveis anos 80. O Cansei de Ser Sexy, com seus modelitos de new wave precários e as duas vocalistas se esgoelando, lembrava a Blitz, na melhor das hipóteses, e O Espírito da Coisa – na não tão pior. A onda era fazer – de forma irônica, entende-se – um rock meio punk, com algumas eletrônicas toscas (o que se podia, com boa vontade, chamar de eletro). As meninas nas guitarras e baixo lembravam uma banda de sarau, sem muito jeito de palco. E as letras das músicas, em inglês, faziam grandes gozações com assuntos que passavam ao largo de boa parte do público. Dava para achar engraçado durante umas duas músicas, principalmente porque as vocalistas Luisa Lovefoxx e Clara se esforçavam, em músicas como “I Wanna Be Your J.Lo”. Mas precisa muito mais do que só ironia para segurar um show inteiro. "

Como me disse o velho Abu um dia, quem sabe faz, quem nao sabe fazer ensina, quem nao sabe fazer nem ensinar vira critico.
Triste profissão, mas uma feliz forma para escritores mediocres pagarem o aluguel.
Ninguém é obrigado a gostar do que eu faço. Ninguém é obrigado a entender a estética da minha piada interna. Base eletronica tosca no meio do teu rabo, seu filho da puta do caralho. Obviamente você foi escalado pra escrever de algo que você não tem o menor embasamento a não ser seu gosto duvidoso, a saber pelas outras críticas que você escreveu. Gosto não se discute e muito menos é verdade absoluta.
Galinha que come pedra sabe o tamanho do cu que tem. Obviamente o Cansei se apresentar no Tim Festival foi a maior dada de cara a tapa que eu já dei na minha vida. E eu não fui lá achando que íamos ser unanimidade, que íamos agradar aquelas pessoas que acharam a discotecagem antiséptica e publicitária do 2ManyDjs a coisa mais incrível do mundo. Eu toco há mais de dez anos e o Cansei é a banda mais criativa que eu já tive. Queria muito ouvir uma crítica construtiva a respeito do show. Primeiro porque falar que as bases são toscas é mais do que maldade, porque tosco estava o som que nos foi dado. Não tivemos passagem de som, nosso show era um tanto complicado tecnicamente já que havia músicas que eram tocadas junto com bases eletrônicas, músicas que era somente as bases eletrônicas e músicas tocadas sem bases eletrônicas. Era de suma importância que nós passássemos o som para tudo ficar no seu devido plano. Mas não, não nos deixaram passar o som por causa que o Kraftwerk, com o maior show de playback da história, mais até que a Britney Spears (sim, eu vi de onde saía a música do show deles, era de um Powerbook g4 que ficava na cochia), já havia montado o palco e foda-se o resto das atrações. Ainda bem que nós tínhamos ensaiado mais de cinquenta horas pra fazer esse show, caso contrário o desastre teria sido muito maior.
Vocês não tem idéida do caos que estava o som em cima do palco. Eu só ouvia as bases no meu retorno, não ouvia voz, não ouvia guitarra, baixo, nada. Nada. Nosso técnico de som operou verdadeiro milagre para que o som saísse com um mínimo de decência para o público, mas isso não é coisa que se faça com o show rolando. Sem passagem de som, o Tim festival quebrou nossas pernas. Como disse um amigo, nos atirou nas bocas dos leões, como esse panaca do Sílvio Essinger, que graças às pobres referências que tem nos comparou a uma piada sem graça, numa má vontade inexplicavel, mas ninguém é obrigado a ter boa vontade quando se gasta mais de cem reais por dia para ver shows. E ninguém é obrigado a ter boa vontade quando se é obrigado a escrever uma crítica a respeito de um show quando se está virado, com sono e mau humorado.
Eu realmente não quero ficar aqui me explicando e justificando o desastre que foi o show. Eu estou muito triste e desanimado, frustrado e com vontade de brigar com todas as pessoas que escreveram coisas ruins a respeito do show, porque realmente nós nos preparamos, investimos muito dinheiro e tempo pra fazer essa presepada. Que se tornou uma presepada graças a má organização do Tim, a falta de respeito e pouco caso com os artistas de primeira viagem.
No camarim do CSS: Smirnoff e suco Del Valle.
No camarim do Soulwax: Absolut e Cranberry Juice.
Tá, meu cu. No fim a gente ganhou Absolut deles.
Agora a coisa é que na verdade o Tim Festival é um festival mainstream. Nós não somos uma banda mainstream, nunca seremos, não temos a menor vontade. Se para uma pessoa média como o Sílvio Essinger nosso figurino era "precário" (e nada mais recalcado e maldoso que "precário"), isso só indica o quão distante estamos do imaginário da classe média, que ainda acha cool as roupinhas pretas do souwax. Se para outro jornalista nós somos um clone malfeito de Chicks On Speed e Tatu, eu só posso entender isso por causa da má qualidade do som. Obviamente as pessoas vão sempre pelo lado mais fácil. E realmente não dá pra culpar as pessoas pela falta de informação, agora jornalista que não faz lição de casa devia levar uma surra. Eu sou o primeiro a querer dar essa surra. Sempre. Mas não me misturo com gente recalcada e feia. Quanto mais dizem que São Paulo está fervendo de cultura, mais eu tenho certeza que isso aqui não passa de uma Belo HOrizonte mais convencida. Cada vez mais eu acho que símbolos de cosmopolitismo paulistano de cu é rola. O sonho mais moderno que o paulistano médio tem é poder comprar em dólar nos jardins para dar pinta no castelo de Caras ao som da trilha de comercial de sabão em pó dos 2manyDjs. E depois, comprar meia dúzia de revista moderna e deixar na mesinha do telefone pra fingir que realmente entende de modernidade.
Preguiça.
Eu não aguento mais meu trabalho, eu não aguento mais essa cidade, eu não aguento mais pessoas.
Ainda bem que daqui a quinze dias eu vou pra europa tocar com o Butchers. Quando eu voltar eu decido o que eu vou fazer da minha vida.